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sábado, maio 28, 2005

SuperLiga 2004/2005: balanço e análise

Com o campeão encontrado e as celebrações feitas, é altura de fazer o balanço do que foi esta Superliga Galp Energia 2004/2005 que foi, sem margem para dúvidas, uma das mais competitivas de sempre.

O Sport Lisboa e Benfica foi o justo campeão. Foi a equipa mais consistente, que liderou a Superliga durante mais tempo e, com a presença na final da taça assegurada, acaba por dominar as competições internas.
Com um estilo de jogo bem vincado, mas nem sempre adorado, o Benfica joga um futebol pragmático e de risco mínimo, que procura potenciar os seus pontos fortes: a defesa (sector onde possui claramente mais qualidade que os adversários mais directos), o meio campo de combate e recuperação de bola e os jogadores rápidos e móveis no ataque, nomeadamente nas alas. Quando recupera a bola, a equipa procura imediatamente a transição rápida para o ataque, num futebol directo e acutilante, embora pouco vistoso, bem à imagem do seu treinador.
Como pontos fracos desta equipa, surge a ausência de um médio com características mais criativas, capaz de dar ao meio campo mais capacidade de posse de bola, e a necessidade de encontrar alternativa para Simão Sabrosa, sobre o lado esquerdo.

Em segundo lugar classificou-se, de forma bastante surpreendente, o FC Porto. Com 3 treinadores e um sem número de alterações no plantel, o FC Porto viveu uma das épocas mais conturbadas da era Pinto da Costa. É inacreditável como depois de toda esta confusão, esta equipa ainda consegue assegurar um segundo lugar que lhe dará acesso directo à liga dos campeões. Em termos de jogo jogado, o FC Porto acaba por ser uma equipa de soluços, sem um estilo de jogo próprio e que viveu, durante a maior parte da época, dos momentos de inspiração de alguns dos seus melhores jogadores, pelo que se torna uma missão impossível falar em pontos fortes ou fracos deste conjunto de jogadores.

Em terceiro lugar acaba por se classificar o Sporting, finalista vencido da taça UEFA, que termina assim sem glória uma época onde fez muitas promessas que depois não soube ou não pôde cumprir. E este Sporting de Peseiro é isso mesmo: uma equipa enganadora, que tenta fazer crer (ao adversário, mas também ao público e a si própria) que vale muito mais do que aquilo que realmente vale. Com um meio campo muito forte, capaz de segurar e circular a bola como nenhum outro na Superliga, o Sporting é uma equipa talhada para jogos em que os adversários tentam disputar o jogo pelo jogo e não têm qualidade para isso. Nestas condições o Sporting consegue iludir o adversário com o seu futebol rendilhado, fazendo-o acreditar que defronta uma equipa muito mais forte do que a realidade, com resultados letais. Foram muitas as goleadas infligidas durante a presente época, nestas condições.

O problema surge quando defronta equipas que não acreditam na qualidade do Sporting e, usando a terminologia das cartas, que “pagam para ver”, entregando a iniciativa do jogo ao Sporting, fechando bem os caminhos para a sua baliza e apostando nos contra-ataques rápidos. Nesta situação, o Sporting fica dependente do seu jogador chave – Liedson – e do que ele conseguir. Em dia sim, Liedson, de facto, resolve e o Sporting triunfa. Em dia não (ou em dia de ausência) Liedson não resolve e o Sporting, na maioria das vezes, perde. Os números ilustram bem esta dependência. E esta é a razão porque o Sporting é a equipa com o ataque mais produtivo da Superliga, ao mesmo tempo que é, de entre os 3 grandes, a equipa com o ataque que mais vezes fica em branco, ou como consegue golear o Boavista por 6-1 e perder em casa por 2-0 com o Penafiel.

Como pontos fortes, esta equipa apresenta o seu meio campo fortíssimo, o seu goleador brasileiro e a confiança que a equipa deposita em si própria. Como pontos fracos, o Sporting apresenta uma defesa com poucas soluções de qualidade e a falta de jogadores para as alas (Douala é o único), particularmente sentida quando o adversário não se impressiona com o futebol rendilhado do meio campo e, como já foi dito, “paga para ver”.

1 comentário:

  1. O trunfo do Benfica foi a tal velha máxima de que "Ricardo Resolve".....

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O Sport Lisboa e Benfica é o maior, o melhor dos melhores, não é grande, é ENORME, é Glorioso. Quem por cá passar tem que ter isso bem percebido e, dentro desse espírito comentar livremente, cumprindo as básicas regras de educação.