José Fonte já assinou

É jovem (22 anos), tem potencial e era, até há pouco tempo, titular indiscutível da melhor defesa da superliga, tendo inclusivamente recebido rasgados elogios dos mais variados quadrantes, principalmente quando se pensava que o seu destino eram porto, ou sporting que, por sinal, necessitavam mais dos seus serviços. No entanto, o Benfica chegou-se à frente e garantiu a contratação do jogador por quatro épocas e meia. Em nome das boas relações ( principalmente, porque Moretto também parece interessar), até emprestou o Hélio Roque ao Setubal como contrapartida, apesar de não ter de o fazer, porque, em teoria, o não pagamento de salários justificava a rescisão unilateral pedida pelo jogador.

A questão que se coloca agora é: precisamos dele?

E a resposta só pode ser, obviamente, um rotundo "não". Temos 4 centrais de altissima qualidade - do melhor que há nesta superliga - e ainda temos o André Luís emprestado ao Marselha. É caso para dizer que precisamos tanto de mais um central, como o Ronaldinho Gaúcho precisa de mais capacidade de drible.

Então, como justificar esta contratação?

A resposta é simples: relação preço/qualidade. Na gestão de um clube também é preciso ter sentido táctico! Por vezes, as oportunidades surgem e é preciso saber agarrá-las!

O José Fonte tinha rescindido contrato e foi, na pior das hipóteses, muitissimo barato. Ao avançar para a sua contratação e imediato empréstimo, o Benfica assegura um grande potencial futuro a um baixo custo. Se o jogador confirmar as expectativas, então não terá dificuldade em regressar ao plantel e assumir-se como alternativa viável. Caso contrário, o investimento feito na sua contratação é negligenciável e não haverá concerteza dificuldade em colocá-lo noutro clube mais pequeno. Dificilmente o clube fica a perder com esta situação. Para além do mais, há a vantagem acrescida de se impedir que um dos rivais avance para um jogador baratissimo, que lhe poderia ser muito útil.

Realce-se também o facto de este ser mais um produto da academia leonina. E é até um produto fora do comum, pois centrais de qualidade costumam ser formados mais a norte. Esperemos, por isso, que este seja o primeiro, a excepção que confirma a regra, e que tenham partido a forma (e, com um bocado de sorte, voltem à que tinham usado para formar o Beto). :)

Por último não se pode deixar de referir o percurso curioso e extremamente infeliz deste jogador nos últimos dois anos (Salgueiros, Felgueiras e Setubal), que fez com que tenha recebido apenas 6 meses de salário, em vez dos 24 a que tinha direito. Um triste sinal dos tempos, neste futebol português dos estádios e dos grandes eventos...