Veiga

Sempre gostei de José Veiga!

Gosto da postura de mafioso tarimbado, do cabelinho lambido, do vocabulário de peixeira do mercado do bulhão, da formação académica abaixo da pré-primária e do nível geral, algures entre o de um ladrão de auto-rádios em part-time e o de um chuleco de meia tigela, que lhe permite animadas trocas de palavras, com um nível não aconselhado a menores de 85 anos, com as suas almas gémeas, antes de cada jogo contra o "clube" do porto, aquele dos vigaristas e chulecos de meia tigela.

José Veiga é, sem sombra de dúvida, um digno exemplar da escola de "dirigentes desportivos" do futebol clube do porto e representa o lado negro, misterioso e criminoso que a maioria de nós tem adormecido que a referida escola se encarrega de despertar! Para além disso tem algumas qualidades adicionais, que fogem ao portfolio de competências típico de um "dirigente" formado nessa instituição. Foram essas qualidades que lhe permitiram blindar o balneário do Benfica, implementar uma política consistente de gestão do plantel, organizar o departamento de futebol e garantir a estabilidade dos treinadores. Chamar puta à ex-companheira do corrupto maior e fazer uma caralhada aos profissionais da destruição de bombas de gasolina, em pleno estádio das antas, também foi agradável, mas aí o mérito já é da formação recebida e não do homem em si.

Foi por isso que quando vi a manchete do New York Times - o jornal onde podemos ler todas as notícias do desporto que envolvam os maiores clubes do mundo - de hoje, não pude deixar de sentir uma enorme e incontida alegria!

Não me entendam mal: como ja disse, eu gosto de criminosos e pessoas sem nível no futebol e do Veiga em particular... só não gosto dessa gente Benfica! No caso particular dos chulos, de cabelo lambido e nível rasteiro, acho que há 2 locais de eleição para eles: à volta do Instituto Superior Técnico, para regular o mercado do entertainment noturno da zona, e na torre das antas, para regular o mercado do entertainment para árbitros e da compra de resultados e para angariar futuras companheiras de vida para o corrupto-mor!

Mas nem tudo é para deitar fora. Há um legado importante que José Veiga deixa e é para continuar: a estratégia consistente na gestão do plantel, a blindagem do balneário e a organização profissional do o departamento. Mas tudo o resto - a linguagem ordinária, a brejeirice, o estilo padrinho da máfia e as pertinentes observações sobre as opções de carreira das companheiras de vida do corrupto - pode guardar para quando passar pelo dragão.

Por isso, caro Veiga, adeuzinho, boa viagem... e podes voltar quando tiveres o teu nome limpo, como dizes, que deve ser mais ou menos na mesma altura em que o Beto for para o Real Madrid!