Fim de época

Finalmente a época 2006-07 oficialmente terminou.

Quando um benfiquista diz que uma época "finalmente" terminou é porque a mesma foi tudo menos positiva. O Sport Lisboa e Benfica quando começa uma época fá-lo com a intenção de ganhar tudo, ganhar todos os títulos e/ou trofeus que disputa. Quando chegamos ao fim da época e nada de novo temos a emoldurar a nossa gloriosa vitrine é porque a época foi um fracasso e urge resolver rapida e eficazmente o que falhou.

A época começou logo mal com uma pré época horrivel, não pelos resultados mas pela forma como a equipa teimava em não encaixar nos mecanismos impostos pelo treinador. No primeiro jogo a sério, contra uns pobres austriacos o Benfica foi incapaz de se impôr no terreno do adversário tendo que os despachar na Luz conseguindo assim a ambicionada entrada para a Liga dos Campeões. Um sorteio feliz com apenas um rival de peso, o futuro campeão inglês Manchester United, dava alento para uma boa campanha europeia. Alento esse que se ía esfumando no campeonato com as primeiras jornadas a serem quase catastróficas para as ambições da equipa com perda de pontos em catadupa. Em casa a equipa ía-se aguentado mas fora era um desastre. O primeiro jogo da Liga dos Campeões mostrou logo ao que íamos quando perante um pobrezinho Copenhaga um empate a zero foi considerado bom resultado. Quer pelo treinador, quer por alguns adeptos. A sintonia da mediocridade estava criada e logo ali se sentiu o que foi vislumbrado no momento da apresentação do treinador: um ano perdido. As derrotas "normais" com o Manchester e a goelada sofrida perante o simpático Celtic em Glasgow empurraram o Benfica para a Taça Uefa. Com a subida de rendimento da equipa, agora entrusada no esquema do losango, com a super forma de Simão e Katsoranis, a esperança de uma conquista europeia ganhou novos contornos. Era a melhor fase da época, o Benfica era arrasador em casa, não dava qualquer hipotese aos adversários e os erros cometidos fora estavam "adormecidos". O Benfica ganhava e jogava muito bem. Foi o melhor futebol que se viu este ano em Portugal. O talento natural dos jogadores veio ao de cima e os benfiquistas puderam sorrir. Mas, ao mesmo tempo, temia-se algo. Era evidente que seria impossivel manter aquele ritmo alucinante até ao fim da época e o treinador teimava em utilizar sempre o mesmo 11 e fazer substituições aos 88 minutos. Atempadamente se avisou para o perigo mas, infelizmente, caiu em saco roto. O Benfica ía ganhando...mas o primeiro sinal veio da Taça de Portugal quando somos eliminados por um secundário Varzim, o primeiro título esfumava-se. Após uns jogos menos conseguidos mas com resultados positivos o Benfica ía avançado na Uefa enquanto que se colava ao líder do campeonato e estavamos a entrar em Abril, o mês de todas as decisões. E o que se previu à vários meses aconteceu: a equipa foi-se abaixo, o cansaço venceu os jogadores e a esperança de uma época gloriosa rapidamente deu lugar à realidade dura de uma época de fracasso. Perdia-se o título, perdia-se a Uefa mas a sintonia da mediocridade mantinha-se, fomos imbatíveis em casa e fizemos mais pontos que anos anteriores defendia o treinador e alguns dos seus defensores. Diferentes perspectivas de Benfica, nada a fazer.

A fraca qualidade dos adversários permite chegar à última jornada com o discurso "matemáticamente possível" mas o milagre não acontece. A época acaba como começou, Benfica em terceiro e sem títulos. A época esperada (e desesperada) no momento da apresentação do treinador, aí as expectativas não sairam goradas....infelizmente.

Acaba uma época começa logo a outra. As dispensas, as vendas, as compras, as promoções ao plantel principal, vão fazer feliz a malta dos jornais e tvs, os benfiquistas irão fazer centenas de exercicios mentais de esquemas tácticos e 11's maravilha com os nomes que serão avançados, irão enervar-se com a novela da saída de alguns dos nossos melhores mas todas estas revoluções não serão capaz de apagar o facto de que o treinador principal do Sport Lisboa e Benfica para a época de 2007-08 será Fernado Santos. E com Fernando Santos ao lemo as expectativas serão, mais uma vez, muito baixas.

Uma coisa é certa, estarei lá, sempre com o Benfica, sempre a apoiar, sempre a torcer e a defender o clube.

VIVA O BENFICA