Faltam nove finais.
Eu gosto do Belém. Sei que muitos benfiquistas, com toda a razão diga-se, não gostam do clube do Restelo e eu compreendo perfeitamente essa posição. Não gosto do caminho que o Belém decidiu seguir, não gosto da ligação estreita que têm com os corruptos azuis e isso, como em tantos outros exemplos, irá sair-lhes muito caro. Custa ver aquelas bancadas vazias, ver uma cada vez maior ausência de massa adepta fiel ao clube da cruz de Cristo. Ir ao Restelo é tradição, é recuar anos para a minha adolescência, ver malta que não vejo há bastante tempo. Nasci e cresci ali ao lado, é impossível não ter carinho por aquele estádio. As opções dos seus dirigentes, aceites pelos seus adeptos, serão, com muita pena minha, a machadada final no clube. Tenho pena, gosto de ir ao Restelo ver o Benfica.
Fim de tarde chuvosa e preços pouco apelativos terão feito desistir muitos benfiquistas de encher ainda mais as bancadas do Restelo de vermelho mas, mesmo assim, a onda vermelha disse presente e nada melhor do que começar com um golão de Gaitan. Uma arrancada e um chapéu fabuloso a abrir um jogo que tinha tudo para ser uma festa. Mas, como Jesus alertou na conferência de imprensa, os jogadores terão sentido que seria fácil demais, que facilmente outros golos entrariam e entraram num ritmo muito mais lento do que o desejado. No final dos 90 minutos é fácil olhar para trás e analisar que nunca a vitória do Benfica esteve em perigo, o Belém pouco ou nada fez mas uma magra vantagem no marcador permite que um lance fortuito possa causar mossa. E a verdade é que esse lance existiu. O que aconteceria depois não sabemos mas o Benfica apesar de controlar totalmente o jogo ao não aumentar a vantagem pôs-se a jeito de um dissabor. Tivemos oportunidades de o fazer, de marcar mais golos mas, verdade seja dita, temos tido menos oportunidades por jogo do que o habitual caudal ofensivo do Benfica nos habituou. E falhamos demasiado.
Rodrigo está a regressar às exibições medíocres. Lima pode estar pouco inspirado na decisão final mas compensa com muito trabalho táctico para o colectivo, Rodrigo nem por isso. Cardozo que ganhe ritmo rapidamente. Tal como Sálvio. O argentino pode não ser titular mas tem que dar mais velocidade ao jogo quando entra. Ainda faltam muitos pontos, a equipa tem que ser, no seu todo, mais aguerrida, mais forte no processo ofensivo. Não é preciso regressar o rolo compressor do primeiro ano mas perante uma equipa mais frágil, como este Belém, temos que pressionar para resolver o jogo para evitar dores de cabeça.
Há uma foto na net que mostra um jogador do Belém na linha de visão de Oblak no lance do golo anulado ao Belenenses. Na TV fico com a ideia que o jogador não tapa Oblak e que até se desvia para o lado. Parece-me mal anulado e mancha, dessa forma, a vitória do Glorioso.
Segue-se o Estoril no arranque de duas semanas fundamentais para as aspirações do SLB para esta época. Estoril e depois Nacional com as eliminatórias da Liga Europa pelo meio. Será terrível, será duro mas temos equipa para sair desta fase incólumes e em perseguição dos nossos objectivos. Mas temos que fazer mais do que fizemos hoje.
Jogo a jogo.
PS: Excelente postura do público benfiquista não só de apoio à equipa como respeitando os miúdos do Belenenses que deram a volta ao Estádio e receberam uma enorme salva de palmas da nossa bancada. Duvido que alguma outra massa adepta fizesse igual.
O jogador não impede a visão do Oblak mas impede-o de avançar no terreno para cortar o ângulo o que vai dar ao mesmo.
ResponderEliminarMais do que a falta de oportunidades criadas , e de facto levamos menos vezes a bola lá à frente, é incrível a falta de tentativas de remates. Parece-me haver, nas vezes em que lá se chega condições para tentar o remate, mas aquela gente quer sempre fazer mais um passe e a bola acaba interceptada. Não sei se são instruções do J ou se estão com medo de falhar mas é necessário que se atrevam mais a rematar. Desta forma e fehados como jogam, as outras equipas já toparam o esquema e não vão em cantigas.
ResponderEliminarHá que variar e arriscar a ser feliz..
Excelente 'pormaior' esse que lembras. Fiquei muito impressionado por ver a nossa massa adepta bater palmas aos miúdos e penso que também eles não vão esquecer este dia.
ResponderEliminarTambém os 'chiu' no minuto de silêncio pelo dirigente do Belém e plo grande Coluna.
Só lamento a porcaria dos petardos. Conseguiste não te rir com o speaker do Belém? :)
Eu aceito que o fiscal de linha assinale fora de jogo pq o jogador do Belém está plantado e no ângulo de visão dele parece estar frente a Oblak. Não é um erro escandaloso como a lagartada está a querer fazer passar. Típico.
ResponderEliminarShadows, o que me ri com o "quem não bate palmas é pastel". Mas o melhor foi quando ele diz "agora que as bancadas estão mais compostas..." e estavam meia dúzia de adeptos do Belém. Mas o gajo faz aquilo com paixão.
ResponderEliminarBrevemente vão também jogar-se dois Derbys que me estão a empolgar bastante, pela expectativa e incerteza no resultado:
Máfia calabresa vs Máfia de Contumil
Vão ser dois jogos épicos! Que vença o mafioso mais antigo, como na tropa...
Resumo da jornada:
ResponderEliminar2 grandes empatam, um soma 3 pontos e o outro 1.
Já agora achei interessante criticarem o belenenses por uma suposta aproximação ao FC Porto. De facto, só se vendessem jogos e campeonatos ao benfica é que fazia deles bons vizinhos.
Um amigo meu, na adolescência, pediu ao pai (conhecido pelo seu sentido de humor) uma mota, pois estava a ficar "cansado" com o ritmo imposto pelas aulas e os treinos de andebol, que o obrigavam a andar de um lado para o outro.
ResponderEliminarO pai, olhou para mim, olhou para o filho, meditou uns segundos e, finalmente, lá lhe respondeu.
"Não quero que andes cansado, por isso vou-te já comprar não uma mas duas motas, não vá uma avariar...".
Os recentes jogos do Benfica demonstram que o seu treinador tem um conceito peculiar de gestão do plantel: faz duas equipas e coloca-as a jogar em competições distintas. A bizarria, mais do que ter duas motas (se o pai é rico...) é utilizar uma para ir às aulas e outra para se deslocar aos treinos de andebol.
É por isso que não consigo perceber o discurso (benfiquista) de que JJ "mudou" e "aprendeu com os erros".
Pois bem, JJ está a fazer exactamente o que fez na época passada, sendo que hoje tem Sulejmani e não Urreta, Djuricic e não Carlos Martins, Sílvio e não Almeida...
Desconcertante é (ainda) parecer surpreso com o facto de Gaitan ter demonstrado melhor forma física do que outros que não jogaram quinta-feira.
Enquanto não perceber que essencial para uma equipa é "descansar com bola" e não descansar de uma competição vamos ter jogos como os de ontem e, consequentemente, calafrios até ao fim.
Até V.Pereira já percebeu isso.
Suposta aproximação ao fcp?
ResponderEliminarLOL
Suposta. Muito bom.
Vieira, eu não sou um dos que defendo essa ideia de que JJ mudou. Apesar de sentir que está com um discurso diferente e a equipa está mais controlada.
No Restelo, o Benfica descansou bastante com bola e sem bola, até demasiado, esperando que o adversário não fosse perigoso. A questão vai colocar-se mais adiante, nas decisões e ai é que se vai ver se Jesus e a equipa mudaram ou não.
ResponderEliminarA.P.