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quinta-feira, julho 13, 2006

Que futuro para o futebol?

As críticas não são de hoje, já no mundial da Coreia surgiram as mesmas criticas: os jogadores chegam a estas competições bastante cansados fruto do elevado número de jogos que realizam, quer ao nível de clubes quer ao nível de selecções, o que provoca depois os jogos apáticos, ultra defensivos, sem velocidade, sem espectáculo onde as vedetas mundiais passam ao lado destas competições o que causa transtorno no adepto e nos patrocinadores.

O elevado número de jogos tem sido criticado mas ninguem quer tomar medidas de redução dos jogos pois mais jogos significa mais dinheiro. Tomemos o exemplo do Real Madrid, e agora do Barcelona, que são dos clubes que mais jogos fazem e mesmo assim vão fazer digressões exaustivas à Ásia. São os cifrões a falar mais alto.
Reduzir as despesas dos clubes seria uma opção e, no meu entender, uma prioridade pois caminha-se para uma situação insustentável para os cofres dos clubes, mesmo para os cofres dos grandes clubes. As receitas são elevadas é certo mas as despesas com os elevadíssimos ordenados dos jogadores não parece ter limites. Fala-se muito em tectos salariais.
Sou favorável ao conceito de tecto salarial mas só funciona num regime de igualdade e isso é practicamente impossível de aplicar. O tecto salarial de Portugal nunca seria o mesmo que em Espanha e o tecto salarial do Benfica nunca seria igual ao do Boavista, etc. Ou seja o tecto salarial funciona em competições tipo NBA onde aquelas equipas competem umas com as outras dentro da mesma competição e somente nessa competição. Determinar então um tecto salarial por equipa é lógico e de fácil aplicação, restando depois às equipas gerirem da melhor forma esse tecto salarial. E mesmo assim existem formas de contornar esse tecto.

Uma outra hipotese avançada no Castigo Máximo foi a limitação a um certo numero de jogos a cada jogador. Sinceramente parece-me ser uma excelente ideia.
Cada jogador só pode efectuar um determinado número de jogos oficiais em cada época, imaginemos 60 pelo clube e 10 pela selecção(aumentado para 15 em anos de competição por selecções). Resultaria de imediato numa maior rotatividade dos planteis, os clubes e equipas técnicas teriam que gerir de uma outra forma os atletas ao seu dispor e, de certeza, que a formação e inclusão de jovens jogadores teria que ser quase obrigatório o que implicaria mais investimento na formação. Os jogadores não ficariam tão exaustos no fim de cada época e surgiria um muito maior numero de oportunidades para muitos outros jogadores e, numa análise bastante optimista, uma maior competitividade entre equipas.

Seja qual for a opção tomada uma coisa é certa: as altas instâncias terão que pensar em sérias mundanças no futebol se quiser manter o espectáculo como mote para o Futebol.

8 comentários:

Hugo Carvalho disse...

Outra das soluções era acabar com os jogos de qualificação das selecções. São muitos jogos e trazem com eles muitas deslocações. Para o efeito existiriam grupos de selecções consoante a sua qualidade (grupo 1, 2, 3 e por aí fora) . Nas competições internacionais, os piores lugares seriam despromovidos ao grupo seguinte. Escusava-se dos 500 jogos que uma selecção é obrigada a fazer se qualificar.

humanista disse...

concordo com essa ideia dos grupos. o ideal seria existir duas fases, uma primeira com as equipas mais fracas, sendo que as melhores classificadas ai entraria na qalificação cm as mas cotadas... o problema é queassim deixaria de existir dinheirinho para a fifa... por isso esqueçam as mudanças.

Hugo Carvalho disse...

Mas eu não concordo muito com a ideia que os jogos do mundial foram defensivos porque os jogadores estavam cansados. Foram defensivos porque uma defesa competente é meio caminho andado para ganhar os jogos. As equipas não arriscam nada.
Mas isso vai ser sempre assim. Já lá vai o tempo em que havia jogos estupendos nestas competições.
Mesmo assim, o melhor jogo acabou por ser o alemanha portugal porque as equipas nao tinham nada a perder e por isso atacaram e arriscaram mais.
Acho que o futebol tem de mudar as regras, principalmente o fora de jogo, de forma a haver mais espaços e mais golos e emoção. Claro que não digo que se acabe com o fora de jogo, mas restringir as áreas em que ele deve ser aplicado.
Convenhamos que 90% do jogos deste mundial foram uma autentica seca.

Pedro disse...

Mas acredita q o cansaço influi na capacidade atacante da equipa. E um jogo defensivo, de contenção disfarça esse cansaço.

antitripa disse...

Mainada! Fazer uma 2ª Liga de Selecções.Quem não pode arreia!Reduzia a metade o número de jogos.

Anónimo disse...

Anedota da semana...

O ex-benfas Laurent(ina) Robert(a) foi ontem apresentado como jogador do Levante (Espanha) para as próximas duas épocas.

O jogador franciú disse ser «muito ambicioso» e avisou que «vão ser precisos dois homens» para o parar.

Está-se mesmo a ver, pois tá claro… eu no lugar dos adversários do Levante, tratava era de contratar já de imediato os jogadores cá do Cavez FC, o “Devagar” e o “Devagarinho”, porque senão a papoila saltitante da Laurent(ina) vai acabar mesmo por fazer estragos nas defesas adversárias ;-)

João Bizarro disse...

Ò Caxola e que tal oferecer o teu sagrado Vitor Baia pra adversário do Robert!

Pedro disse...

Boas Joaquim.

Continuo a achar que o facto das equipas se fecharem após o 1-0 e a fraca apetência para se arriscar a vitória se deve, também, ao facto de os jogadores estarem cansados. Acho q quer jogadores quer treinadores tinham essa ideia no subconsciente e provuravam acalmar o jogo longe das balizas, com muitra troca de bola no meio campo e com muito poucas arrancadas. Evidente q o resultado é o q mais conta num Campeonato do Mundo e juntado o cansaço à vantagem no marcador toca a controlar e acalmar o jogo. Mas se reparaste bem mesmo as equipas q se viram a perder não conseguiram muito (tirando o Gana talvez) imprimir velocidade ao jogo para dar a volta ao resultado.

". Na Europa, as 20 ou 24 piores equipas eliminavam-se em play-off , sobravam 4 e essas sim, eram colocadas nos grupos de apuramento."

E assim defendia-se o espectáculo e a competetividade sem dúvida. Mas não consigo deixar de sentir que seria injusto. Gosto q um campeonato da europa seja mesmo um campeonato da europa e não de apenas alguns da europa. Mas ver um Portugal-Andorra tem cada vez menos piada...