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sexta-feira, abril 10, 2009

Soltas #81

1. É já amanhã que se realiza o 1º de 7 jogos decisivos, que faltam para o fim do campeonato. Eu sei, todos sabemos que a prestação até aqui não tem sido a melhor e que as ultimas exibições têm deixado muito a desejar mas eu habituei-me a só deixar de acreditar quando é matematicamente impossível lá chegar. Por isso é que devemos estar todos com a equipa. Os que forem ao estádio devem apoiar os 90 minutos e os que ficarem a ver em qualquer cantinho do mundo devem fazer força para que a equipa ganhe! Eu por mim não faço a coisa por menos, quero multiplicar estes 7 jogos por 3!
2. Durante esta semana alguém aqui falou na primeira página do jornal A Bola de Segunda-Feira. Para mim foi uma boa 1ª página que ilustrou bem a exibição da equipa na Amadora e devia servir para espicaçar os jorgadores.
3. O que pelos vistos serviu para espicaçar os jogadores foram as declarações do jogador da Académica Nuno Piloto, que durante a semana afirmou que o Benfica não tinha categoria para lutar pelo título. Estas declarações foram colocadas no balneário. Aguardemos pelo resultado...
4. Continua a campanha negra de alguns avençados contra o Benfica. Principalmente aqueles que trabalham para o record e o correio da manha. Guerra entre Vieira e Rui Costa, a venda de Di Maria e Cardozo consumada. Luisão que já não renova. É todos os dias uma noticia destas. Não as metem todas no mesmo dia porque possivelmente uma anularia a outra e assim a coisa rende mais.
5. Depois da boa prestação do clube que "recebe árbitros e não se passa nada" em Manchester lá vieram os avençados referir que era o unico clube português que realmente interessava na Europa em largos anos! Esquecem-me esses avençados da excelente prestação do Benfica há pouco tempo, eliminando o Manchester e o Liverpool (detentor do troféu) e no ano a seguir o mesmo Benfica tinha uma boa prestação na Taça Uefa sendo injustamente eliminado pelo finalista Espanhol, enquanto o "melhor clube do mundo... e arredores" tinha prestações patéticas!
6. Por falar em Liverpool, como eu gostava que quem vai ao estádio da Luz ver os jogos fosse como os adeptos deste clube! Mesmo a perder contra um rival directo não se cansaram de apoiar do 1º ao 90º minuto! Era bom que os jogadores do Benfica soubessem que eles never walk alone!
Boa Páscoa a todos.

27 comentários:

John Billy #37 disse...

1. É esse o espírito. O pessimismo não leva a lado nenhum. Se os objectivos não forem cumpridos, teremos todo um verão para dizer mal da equipa.

2. Também não vejo grande mal. Pode ser que abram os olhos.

3. Esse gajo merecia uma marcação homem a homem do Binya.

4. Eles sabem como é importante afastar o Glorioso do título e até do 2º lugar. O problema são os benfiquistas que vão na cantiga.

5. Esses corruptos têm cá uma lata. É por isso que é impossível torcer por eles na Europa. Espero que o Manchester dê a volta no Porto.

6. Podem não ser como os adeptos do Liverpool, mas poucos clubes no Mundo podem se gabar de ter uns adeptos como os nossos. Nestes 15 anos de desgraças os adeptos foram do melhor que o Benfica mostrou.

kappo disse...

Caro João Bizarro,

Como Benfiquistas...temos o dever e obrigação de torcer SEMPRE pelo nosso Benfica!!

Eu não sei torcer CONTRA!!

Eu também acredito...enquanto for matemáticamente possível, apesar de todos os "contras"...!!

Boa Páscoa para todos e VIVA O BENFICA!!

João Bizarro disse...

O Benfica acaba de conquistar a sua 28ª vitória consecutiva precisamente frente à equipa que detinha o record, o Queluz! 88-55!

É obra!

Algarviu disse...

10/04/2009 - 18h59

"Ele não é o melhor do mundo"


Vanderlei Luxemburgo critica excesso de elogios e diz que Diego Souza pode render ainda mais

Diego Marrul e Renata Lutfi


Diego Souza arranca do meio-de-campo, se livra de três marcadores e, com um toque sutil, encobre o goleiro e balança a rede. A descrição do golaço marcado pelo meia palmeirense no jogo da última quarta-feira, dia 8 de abril, contra o Sport, pela Libertadores da América, é mesmo de impressionar. Isso, somado à grande atuação como um todo, deu origem a elogios rasgados ao jogador.

Apanhei isto num sítio brasileiro e trago-o aqui por ser bem ilustrativo do faro dos nossos dirigentes/técnicos para a descoberta e não manutenção de bons jogadores. Nunca percebi muito bem porque foi mandado embora apesar de ter estado nada mal no único jogo que fez na pré época.

Ricardo disse...

Gostava de felicitar todos os que estiveram envolvidos na discussão apaixonada e séria na caixa de comentários do post anterior. É bom ver que, em vez de conversas sobre árbitros com portistas, este blogue tem vitalidade e capacidade para gerar outro de tipo de discussão. Bem mais elevada, como é óbvio.

Caro José Marinho, de tudo o que vem dizendo e de forma bastante bem integrada e inteligente, algumas notas com as quais discordo ou que, no limite, me deixaram confuso (com as que concordo, julgo não ser necessário a referênci):

- defende o José que a opção de Veiga de aceitar o cargo de Presidente da Casa do Porto no Luzemburgo se deveu ao facto de - imagino eu porque o José não foi explícito - um emigrante necessitar do constante contacto com outros portugueses, de forma a atenuar as saudades do país natal. Ora, aceitando como verdadeira essa ideia, tenho sérias dúvidas sobre se essa explicação serve para justificar a opção de Veiga. Essencialmente, por dois factores: tenho quase a certeza que 99 por cento dos benfiquistas nunca aceitaria tal cargo, estando longe ou perto de Portugal e dos portugueses (incluo-me nesse lote). Já agora, o José aceitaria?; o segundo é muito simples: o Benfica não tinha Casa no Luxemburgo nessa altura? E, mesmo não tendo, há várias outras organizações de portugueses no Luxemburgo. A do Porto será a última a que um adepto benfiquista recorrerá.

Resumindo, podemos discutir se é importante ou não que um possível futuro Presidente do Benfica já tenha passado pela presidÊncia de uma casa do Porto no estrangeiro mas, na minha opinião, não está aqui em questão a justificação desse acto por motivos saudosistas. Acho que o José Marinho perde alguma coerência quando tenta justificar o injustificável.

- fiquei na dúvida quanto à questão que viveu em 88, quando festejou a vitória do Porto em Viena. Não sabendo que idade tem, parece-me estranho que defina como "infância" a fase da sua vida em que essa final se realizou.

- volto a perguntar: o José já frequentava este espaço antes de ser convidado como blogger do Mágico ou só depois do convite é que iniciou a sua participação como leitor da caixa de comentários?

Um Abraço.

Ricardo disse...

E volto a aconselhar a leitura da entrevista feita ao André Sabino, no serbenfiquista.com.

Depois da mesma, deixei de achar o Vieira um incompetente. Agora sei que ele não gosta de organização e capacidade de gerar vitórias (seja na formação, nas modalidades ou futebol profissional). Não é incompetência, é maldade.

João Bizarro disse...

Ricardo, eu próprio, na altura com 18 anos festejei esse sucesso do Porto. Não com festejos nas ruas mas no sitio onde vi o jogo, com os meus irmãos e alguns amigos!
O que aconteceu no ano a seguir fez-me estar-me a borrifar para certos clubes na Europa.
Não sou como o José Marinho para o qual os resultados causam-lhe indiferença. Quero mesmo que eles percam.
Tenho amigos portistas aos quais dou os parabéns pelos sucessos na Europa mas não mais que isso.

Algarviu, talvez o José Marinho possa explicar essa situação. Se bem nos lembramos o Veiga era contra a vinda do Diego Souza mas ele já tinha saído quando o jogador foi vendido. Certo?

Kappo, há benfiquistas que já desistiram. Eu nunca...

Ricardo, chega de Vieira. Estou farto! Gostava era que o Rui Costa se pusesse à margem de um lista liderada pelo Vieira!

John Billy #37 disse...

Ricardo, podes por aqui o texto do Rui Sabino?

Quando era puta, também festejei a vitória do Porto com saltos e gritos. Verdade seja dita, vivia no estrangeiro e não fazia ideia de quem era o Pinto da Costa.
Abri os olhos quando voltei para Portugal, e antes do Benfica-Milão, vi adeptos do Porto com um tarja "FORZA MILAN" num jogo deles em casa.
A partir daí, gosto que percam os jogos todos.

Fui eu que comi a Madonna disse...

Parecem-me extremamente pertinentes algumas interrogações aqui deixadas pelo Ricardo.

Sobre o episódio da passagem de José Veiga pelo quartel do inimigo, não sei se somente se “encostou” ao FCP como forma de se mostrar à comunidade portuguesa, colhendo com isso eventuais benefícios pessoais (não esquecer que o homem é extremamente vaidoso); não sei se José Veiga na altura em que o fez não tinha as convicções enraizadas de um qualquer benfiquista que se preze; não sei se faz jus aos muitos que juram que José Veiga é tão só, um dos mais requintados oportunistas da nossa praça; não sei, tão pouco, se tem estofo moral, suporte financeiro e conhecimentos no mundo dos negócios, para se tornar o presidente de uma das mais prestigiadas instituições nacionais. Resumindo: tenho sérias dúvidas que os benfiquistas o elejam para um cargo com esta relevância.

Para terminar, também eu estou na expectativa de termos uma resposta do Sr. José Marinho ao último parágrafo do comentário do Ricardo.

Algarviu disse...

1. Ganhar, sempre! Este estado de espírito pelos vistos só existe nos adeptos. Nos dirigentes, técnicos e jogadores é mais do tipo "à noite logo se vê".

2/3/4.Mal de um clube que tem nas primeiras páginas dos jornais o seu mais importante factor de motivação. E no que dizem os adversários o segundo factor mais importante.

5.O problema é que, para além dessas prestações, há que recuar muitos, muitos anos para encontrar algo parecido.

6. Com excepção do Santos - que logo à partida foi mal aceite - têm sido os próprios (treinadores, jogadores) que levam a que o apoio inicial se vá desvanecendo. Mas não me aparece que seja apor faalta de apoio dos adeptos que a equipa rende pouco.

Para além do post.

1. Será que estamos condenados a escolher entre milhões de benfiquistas, Vieira/Veiga/Bagão?!!
2. O perfil de Veiga traçado por José Marinho é excelente. Mas a imagem de Veiga na opinião pública, benfiquista ou não, não coincide com a que José Marinho nos traz. E eu não estou convencido de que Veiga seja um cidadão e benfiquista impoluto e um gestor de créditos acima da média. Como interveniente na área do futebol, enfim...tem pinta para combater os corruptos ...

João Bizarro disse...

Correio da manha não perdoa: Quique não conta com Chalana nem Diamantino!!!

Tem sido a semana toda!

E o que faz a direcção?!??!

João Bizarro disse...

Acabei de assistir a um show do Miccoli em San Siro.
Não marcou mas partiu a defesa do Inter toda.
Há uma jogada em que passa por 5 defesas do Inter e a bola sai a rasar o poste. Era um golaço!

Raptemos já o gajo!!!

José Marinho disse...

Meu caro Algarviu, não está convencido porquê? Porque o conhece, porque tem provas de que ele não seja impoluto, ou simplesmente se sente um pouco condicionado por tudo o que leu e ouviu sobre ele, durante todos estes anos? Permita-me que lhe faça esta pergunta, para perceber até que ponto pode ir o actual preconceito que muitos benfiquistas têm em relação a Veiga.
Meu caro Ricardo, começo pelo fim. Sim, conhecia e visitava o Mágico há muito tempo, como conheço o seu outro blogue, "Ontem vi-te no estádio da Luz" e como conheço outros blogues do Benfica. E antecipando uma outra pergunta sua, até lhe digo mais, não foi o Mágico SLB que entrou em contacto comigo, fui eu que entrei em contacto com ele. Há umas semanas atrás, tive uma discussão com um meu amigo, adepto do FC Porto, que me deixou com uma vonatde louca de interagir com outros benfiquistas como eu. Falei com uma outra pessoa amiga, entendida em programação de computadores e lancei-lhe o desafio de me fazer um blog, onde eu pudesse comunicar com os benfiquistas, porque senti - aliás, há muito tempo que sinto - que tenho coisas para dizer e que podem suscitar um debate muito interessante entre os benfiquistas. O meu amigo aconselhou-me a escrever num ou mais blogues já existentes, perguntando-me se tinha contactos nessa área. Tinha um, do Eterno Benfica - aqui sim, fui convidado por um dos autores - após a minha participação nesse blogue. Gostei, interrompi, quando fui para Guimarães, mas prometi a mim mesmo, que voltaria a escrever num blogue de benfiquistas. Conhecia o Mágico e consultei o Pedro e o João Bizarro sobre essa possibilidade. Eles aceitaram e eu passei a escrever, com todo o gosto neste espaço. Porquê o Mágico? Porque sempre me pareceu um local onde o Benfica é discutido com elevação - não estou a falar do Jaco, nem do Diabo Vernelho - onde o Benfica se discute com paixão e onde a diversidade de ideias é tolerada por todos, sem ofensas - apesar de alguns descarrilamentos, mas poucos - e porque fiquei espantado com a qualidade de muitos comentários e textos que aqui se escrevem. E porque sempre me intrigou a qualidade da informação de muitos debatentes deste blogue. Há muita informação que aqui é vertida e que eu sei que confirma com exactidão o que se passa no clube. Gosto do Mágico, porque me habituei a gostar do Mágico, mais do que qualquer outro blogue. E porque tem qualidade, muita qualidade na discussão.
Entretanto, meu caro Ricardo, não leve a mal que deixe a resposta a outras dúvidas que levantou - especialmente respeitantes a José Veiga - para outro dia, muito próximo, porque nesta quadra não terei muito tempo para o fazer. Mas prometo-lhe que responderei às suas dúvidas. Já agora, agora peço-lhe eu que me esclareça uma dúvida: porque é que era tão importante para si, saber se eu já conhecia o Mágico, antes de começar a escrever aqui?
Um abraço e boa Páscoa a todos.

João Bizarro disse...

José, eu sou (já é quase um "fui") um dos que nunca viu com bons olhos a entrada do José Veiga no Benfica.
Reconheci-lhe o mérito de ter defendido sempre a equipa e blindado o balneário mas sempre pensei que tivesse alguma coisa a ver com a saída de alguns jogadores (Ricardo Rocha, Tiago, João Pereira, Geovani, Manuel Fernandes...).
E depois todas as questões que surgiram sobre a sua ligação ao FCPorto, os seus problemas com o fisco ajudaram a criar essa má imagem.
Felizmente que o José apareceu, e porque o conhece pode desmistificar estas situações.

Luís A. disse...

Eu hoje são mais 3 pontos para o ENORME, com uma escorregadela daqueles dragartos submissos. FORÇA BENFICA!

John Billy #37 disse...

Esta vez temos um onze mesmo ofensivo e com jogadores que tratam bem a bola.
Vamos ver no que dá!
FORÇA GLORIOSO!

John Billy #37 disse...

Fora de jogo inacreditável ao Aimar!!

John Billy #37 disse...

E pronto. O pessoal do Kit Assobio e do lençol está de parabéns!

João Bizarro disse...

Dexter e Americano rejubilam neste momento!
Eu estou pior que fodido. Perdoem a expressão.

André Leal disse...

Nunca o faria, Ricardo, mas está na hora de procurar outro treinador e, nem que seja por respeito ao Quique, comunicar-lho. Ele que tome a decisão que entender.

No entanto, é lógico que o verdadeiro artista foi outra vez o mesmo...

Álvaro Martins disse...

Se fossem todos jogar ó pau com os ursos.
Quique, vai te embora.

John Billy #37 disse...

Impressionante!
Duas bolas ao poste, um penalty roubado, um golo mal invalidado, a melhor 2ª parte da época e mesmo assim perdemos.
Os FDP são foram duas vezes a nossa baliza e ganharam. Porcaria de sorte a nossa. Preferia termos feito uma exibição igual a da Amadora e termos ganho.
Adeus título e adeus 2º lugar.

Pedro disse...

"Dexter e Americano rejubilam neste momento!"

Não entremos nessa onda. Todos sabemos q eles estão a sofrer tanto como nós. Isso não ajuda em nada a ultrapassar esta dor...

João Bizarro disse...

"Não entremos nessa onda. Todos sabemos q eles estão a sofrer tanto como nós. Isso não ajuda em nada a ultrapassar esta dor..."

Enjoa-me e mete nojo a conversa "eu e o Dexter é que tinhamos razão"!
Sabendo de antemão que estiveram sempre do CONTRA!

Fui eu que comi a Madonna disse...

Meu caro Sr. José Marinho

Embora correndo o risco de lhe parecer presunçoso, estranho que o Senhor, até agora sempre tão solícito na exposição do contraditório às diversas interpelações que lhe foram dirigidas, não tenha cedido à tentação de responder ao meu último comentário a propósito de José Veiga.

O empenho demonstrado na defesa do bom-nome deste 'eventual' candidato à presidência do Benfica deixa-me perplexo. Ninguém é tão perfeito como a pintura que o Senhor José Marinho faz de José Veiga. Acredite, o exagero é contraproducente. Pense nisso.

Um abraço benfiquista.

Ricardo disse...

José Marinho,

É com pena que não vejo esclarecidas as duas primeiras questões que levantei mas espero então que num futuro próximo as possa discutir.

Quanto ao resto, concordo consigo, o Mágico - tirando as fases de demência em que por vezes se entra, em debates estéreis - é dos melhores blogues para discutirmos o Benfica. E, sem sombra de dúvida, o mais activo.

Respondendo à sua questão: interessava-me saber se já era participante para compreender qual o conhecimento que tinha das pessoas que aqui comentam - se fosse razoável (como é, pelos vistos), evitam-se confusões, apresentações e distúrbios e parte-se directamente para a discussão - e para o questionar sobre se já tinha participado como comentador (com outro nick) ou se, antes, era só leitor.

José Marinho disse...

Meus caros, antes de me pronunciar sobre a permanência de Quique - defendo a sua continuidade - gostaria de responder a algumas questões que foram deixadas neste blogue, nos últimos dias, e a que não tive oportunidade de responder. Vamos a isto.

Dexter
"Agora, fazer-me querer ver que Veiga é benfiquista desde pequenino....isso é que não."

Meu caro Dexter, não é minha intenção convencê-lo de nada. É minha intenção debater consigo e com todos os outros o Benfica e chega. Até porque quem tenta convencer os outros dos seus pontos de vista, parte, normalmente, de uma atitude de presumida superioridade intelectual e isso nunca me permitirei fazê-lo. Eu escrevo o que penso e o que sinto e sobre o benfiquismo de José Veiga há quem acredite e quem não acredite. Mas percebo as reservas de quem não aceita facilmente esse benfiquismo, porque a informação de que dispõe condiciona muito a construção de uma opinião definitiva. Eu próprio já estive desse lado da desconfiança e se agora mudei de conceito sobre a pessoa, foi porque me foi permitido ultrapassar a cortina mediática que está construida sobre José Veiga e pude constatar uma série de erros em relação ao que está projectado sobre a sua imagem. Por isso, que fique claro, meu caro Dexter, não quero convencê-lo de nada, não tenho a presunção de achar que posso mexer na cabeça das pessoas. A minha única presunção é a de saber que alguns dos benfiquistas que não aceitam o benfiquismo juvenil de José Veiga, se tivessem a mesma oportunidade que eu tive de o conhecer pessoalmente, talvez tivessem a mesma opinião que eu tenho. Mas também gostaria de lhe fazer a seguinte pergunta: Acha mesmo relevante convencer-se desse passado benfiquista de José Veiga para se convencer de que seria ele a pessoa indicada para nos levar às vitórias que todos queremos para o Benfica? Acha esse tema o mais importante, ou discutir se ele tem ou não, o perfil de liderança indiscutível, o perfil de conhecimento de causa e ainda o estilo de de combate que o Benfica precisa para recuperar a hegemonia do futebol português? E sendo o Benfica um clube predominantemente de futebol e aceitando ainda a relativa inexperiência de Rui Costa como dirigente, não acha que está na hora do Benfica mudar de paradigma e ter um presidente que saiba de futebol e de tudo o que está associado à gestão desportiva?

Hélder
"Acha possível Rui Costa a presidente e Veiga a director desportivo?"

Acho que no dia em que alguém conseguir que estes dois senhores possam trabalhar juntos no Benfica, merece uma estátua ao lado da do Eusébio. Acho francamente que Veiga e Rui Costa, juntos, sem desconfianças mútuas e com a preocupação de servir o Benfica, no espaço de um mandato recuperariam a hegemonia do futebol português. E digo-lhe como seria feita esse junção de vontades. Nos dois primeiros mandatos, Veiga seria presidente e rui Costa admnistrador e director desportivo da SAD. Por uma razão essencial. O Benfica não tem muito mais tempo a perder com soluções que ainda não estejam bem testadas. Os próximos anos são cruciais, porque nos próximos anos o Benfica ou recupera o seu papel de liderança no futebol português ou perde esse comboio de uma vez por todas. E depois, veja bem, numa sala de aulas, o lugar do professor é a ensinar e o lugar do aluno é a aprender. E em relação a Veiga e Rui Costa, fará o favor de reconhecer que a experiência de um pode ser importante na aprendizagem do outro. Sobre a sua questão reforço - em abstrato, porque não conheço o grau de profundidade da relação entre ambos - o que penso. Somos 14 milhões de adeptos no Mundo, mas não vai encontrar seguramente entre eles uma dupla que pudesse funcionar tão bem na recuperação da hegemonia do futebol português para o Benfica.

Fui eu que comi a Madonna:
»Embora correndo o risco de lhe parecer presunçoso, estranho que o Senhor, até agora sempre tão solícito na exposição do contraditório às diversas interpelações que lhe foram dirigidas, não tenha cedido à tentação de responder ao meu último comentário a propósito de José Veiga.»

Meu caro Fui eu que comi a Madonna. Em primeiro lugar gostaria de felicitá-lo pela sua façanha, pois há demasiado tempo ando a pensar em fazer o mesmo com a Angelina Jolie e não consigo. Parabéns. Agora mais a sério.
Não tem de achar presunçoso o seu comentário. É uma dúvida legítima a partir do momento em que respondo a uns e não respondo a outros, no mesmo espaço de tempo. No entanto, creia, não tem a ver com o eventual melindre das perguntas, mas porque tenho outras actividades que me consomem demasiado tempo. Profissionais e pessoais e nem sempre é possível responder a tudo e ao mesmo tempo. Pois bem, o meu caro não tem a certeza do benfiquismo juvenil de José Veiga. Respondo-lhe o mesmo que ao nosso companheiro de debate, o Dexter, para lhe dizer que não devo esforçar-me muito nisso, porque o meu objectivo não é convencê-los de nada. Mas também lhe quero dizer que conheço algumas comunidades de emigrantes, já vi jogos de futebol, da selecção e de clubes em algumas casas de clubes espalhadas no Mundo e confirmei o ambiente muito especial que se vive nesses locais. Ali, a identificação superior das pessoas é com o país e depois com os clubes. Olhe, meu caro, já vi de tudo, benfiquistas a chorar pelas vitórias do FC Porto, sportinguistas a exultar com as vitórias do Benfica, vi de tudo. E tomei contacto com essa forma diferente de olhar o desporto. Sem rivalidades, sem diferenças doentias e sobretudo com uma ligação à pátria. Esta identificação nacional entre os emigrantes leva a que as pessoas se unam, até porque muitas vezes são maltratadas no estrangeiro e pelo desporto, independentemente do clube, é uma forma representativa de afirmação nas comunidades locais e perante os nativos desses países. Já fiz imensas reportagens sobre esse tema e vi exemplos tocantes de clubismo, mas sobretudo de nacionalismo. É isso que vejo nos emigrantes, mais do que um clube, qualquer um deles tem um país no coração. Sabe o que é ter um país no coração? É quando não o podemos ter nas nossas vidas. E depois, é preciso conhecer as condições muito dificeis de sobrevivência. Eu, felizmente, nunca soube o que era isso, sempre me proporcionaram uma vida de conforto, a mesma que tento proporcionar aos meus filhos. Mas, entre os emigrantes, há pessoas que passam fome, há pessoas que trabalham de sol a sol, há pessoas que se sujeitam às mais indescritíveis condições de trabalho. E, sobretudo, há gente que sonha todos os dias com uma vida melhor. Olhe, o caso de José Veiga, com 19 anos, quando foi convidado a dirigir a casa do FC Porto do Luxemburgo. Está no livro, por isso, não vou contar nenhum segredo. O José Veiga era chapeiro, nessa altura, e foi convidado para a Casa do FC Porto pelo presidente em exercicio e que ao mesmo tempo lhe oferecia um emprego melhor e uma posição mais adequada ao sonho de realização profissional. E mais, a aceitação do cargo na casa do FC Porto era condição irrenunciável para que se mantivesse a oferta de emprego. Meu caro, no lugar dele, com 19 anos, não conhecendo o que conheço hoje da realidade desportiva portuguesa, eu aceitava no próprio dia. Porque estamos a falar, mais do que identificação clubística, de uma oportunidade de subir na vida. Mesmo assim, antes de aceitar, José Veiga tentou arranjar apoios financeiros para fundar a casa do Benfica no Luxemburgo. Não conseguiu e só depois aceitou o convite. O meu caro, o que faria, tendo a possibilidade de melhorar a sua vida e da sua familia? E recordo-lhe a si e ao ricardo - porque isto já responde parcialmente às suas dúvidas sobre o mesmo assunto - que há mais de vinte anos atrás ninguém tinha o conhecimento que hoje existe sobre a rivalidade com o FC Porto e sobre alguns dos procedimentos que todos recriminámos. Meu caro,, este é o meu entendimento das coisas e não pretendo, de facto, fazer a apologia da perfeição de ninguém, muito menos de uma pessoa que tem defeitos como todos os outros. Tem é menos defeitos do que muitos gostariam que ele tivesse e do que muitos imaginam que ele tenha.

Meus caros, se me estou a esquecer de alguma coisa ou de alguém, digam, por favor.

Sobre o Quique Flores, vou escrever na minha próxima crónica sobre o tema e relacionando-o com o timing das eleições. Mas por agora, posso adiantar que acho correcto que o treinador possa manter-se. Porque, a meu ver, o que deve mudar no Benfica não é o treinador nem o director-desportivo. Aliás, esta época, reforço a convicção que tinha já na época passada, a de que o Benfica tinha plantel e treinador, e neste último ano director-desportivo para ser campeão, ou pelo menos, para dar luta até ao fim. Não o conseguiu porque falta no clube uma liderança indiscutível - o presidente não pode dizer que não tem nada a ver com o futebol, sendo o Benfica um clube predominantemente de futebol, ou então imaginem o que era o Ricardo Salgado a dizer que não tem nada a ver com perdas e ganhos do BES - e uma cultura de exigência que, no limite, obrigue o director-desportivo a ser mais exigente, o treinador mais exigente e os jogadores mais conscientes do que é jogar no Benfica. Quando se diz que os jogadores do Benfica não demonstram atitude, vamos responsabilizar quem? O treinador, claro. O director-desportivo, óbvio. Mas acima de todos, o presidente e a sua direcção porque não conseguem incutir essa exigência. Por isso defendo Rui Costa e quique Flores porque num ambiente de maior profissionalismo e exigência seriam melhores do que são e fariam os jogadores do plantel correr e jogar de forma, senão mais atractiva, pelo menos mais responsável e esforçada.