Não gosto de Fernando Santos. Quando foi anunciado que era ele o treinador senti uma enorme desilusão. É um treinador sem chama, sem capacidade de liderança, sem pulso, sem aquela alma capaz de impulsionar uma equipa nos momentos mais dificeis, fraco na leitura tecnico-táctica durante os 90 minutos de um jogo de futebol. Senti isto quando ele foi anunciado e após estes meses todos mantenho a opnião.
Posto isto reconheço sem qualquer problema que a ele se deve o facto de o Benfica estar a jogar de uma forma bastante agradável, ao contrário da maioria, desde cedo defendi a táctica do losango, quer por gostar da mesma, quer por sentir que se enquadrava bem nas características dos jogadores do SLB sendo a minha principal dúvida a posição do Simão, problema resolvido muito bem pelo Fernando Santos e a isso não é alheio a extraordinária época que o capitão está a fazer. Fernando Santos tem todo o mérito disso. Da mesma forma que é a ele que se deve dar os louros pela melhor contratação do ano em Portugal: Katsoranis.
Mas esses factos em nada alteram a opnião sobre ele inicialmente apontada. E é notório que a equipa se está a ressentir disso mesmo. É possivel que Fernando Santos consiga esticar a equipa e mesmo assim ser campeão ou conquistar a Taça Uefa. É possível que os jogadores aguentem o esforço e conseguirem manter esta toada vitoriosa. Será possível? O tempo dirá. O que eu defendo é que não há necessidade de correr esse risco, que o plantel do Benfica oferece todas as possibilidades ao engenheiro para ele puder gerir o cansanço dos jogadores. Miguelito, Paulo Jorge, João Coimbra e até mesmo Beto são jogadores que permitem ao treinador gerir o esforço dos jogadores. E é essa gestão que critico a Santos. E é a Santos que aponto o dedo por ter deixado sair Diego sem lhe dar oportunidades e Karyaka quando podia ser bastante útil nesta fase e não esqueço que, por Santos, Karagounis não estava no Benfica a esta hora, o que atendendo à epoca fenomenal que o grego está a fazer seria um erro brutal para mais observando as lacunas que a época tem "oferecido" ao Benfica em matéria de impedimentos para aquela zona do terreno.
A própria gestão dos lesionados não é a melhor. Não é por um jogador se sentir apto que um treinador o coloca a titular. A experiência não conta? A sensibilidade para situações daquelas não conta? Um jogador quer sempre jogar, cabe ao treinador ser racional o suficiente para não arriscar. É que o passado recente do Benfica tem sido vasto neste tipo de situações. Há que aprender a não cometer sempre os mesmos erros. Santos disse que não era adivinho para prever a ausência do Luisão. Ora bolas, então ele não tinha já 4 amarelos e, naturalmente, iria forçar o 5º para limpar antes da recepção aos andrades? Qualquer adepto de sofá sabia isso e qualquer adepto de sofá, sem ser adivinho, sabia que a deslocação do Katsoranis para o centro da defesa contra o Aves iria provocar mexidas na estrutura de toda a equipa. E foi isso que aconteceu. E, no entanto, nenhum de nós é adivinho. Apenas já vemos futebol há bastante tempo.
Como alguem noutro blog defende, não é por um jogador sair aos 75/80 minutos que irá descansar e recuperar energias. Claro que não. Mas o jogador que entra, se puder fazer, habitualmente, 25/20/15 minutos de real competição estará em muito melhor condição, quer fisica quer psicológica, para quando for chamado ao 11 titular ou para cedo entrar por qualquer situação. E numa equipa como o Benfica, que disputa para ganhar as competições onde participa, esses jogadores assumem importância fundamental. Quem não se lembra do peso que Mantorras teve no último título conquistado? Para não falar de que substituir durante o decorrer do jogo pode , normalmente é, ser muito importante para o alcançar da vitória pois os jogadores acusam o desgaste fisico de uma partida, é importante refrescar sectores chave da equipa para não se perder o controle do jogo, é importante aproveitar uma subida do terreno do adversário que assim desguarnece a sua defesa, é importante corrigir marcações após alterações tácticas do adversário, ect etc. Por alguma razão se alterou de duas para três substituições permitidas.
Eu acredito na conquista do título, acredito pois sei que temos uma grande equipa e um bom plantel para a nossa realidade. Acredito na vitória sobre o PSG. Mas tenho dúvidas que a equipa aguente até o final da temporada a jogar a este ritmo. E é nesse aspecto que me bato. Não há necessidade de espremer o 11 titular até rebentar. O plantel oferece alternativas para não se correr esse risco.
O escolhido para apitar o jogo de domingo foi o "benfiquista" Pedro Proença. Por outras palavras, vamos entrar em campo já a perder um a zero...