Miguel rescinde com Benfica alegando justa causa

"(...) De acordo com o advogado do jogador, o vínculo que ligava o jogador aos encarnados de 2005 a 2008 trata-se de um novo contrato e não o prolongamento do anterior, porque «o Benfica assim o quis».

Deste modo, Miguel alega justa causa durante um «período experimental de 30 dias, que começava a partir do dia 1 de Julho de 2005».

Além disso, o jogador alega ainda que o contrato assinado a 20 de Novembro de 2003 não foi reconhecido na presença de um notário, «o que só aconteceu no dia seguinte (21 de Novembro de 2003), na ausência do jogador (...)" .

Fonte Diário Digital / Lusa

É inacreditável esta argumentação!

Miguel agora já não contesta a validade do contrato - porque entretanto a federação e a liga inviabilizaram esta hipótese, ao anunciarem a sua cristalina legalidade - mas opta por tentar encontrar outro "buraco legal" que lhe permita fazer aquilo que quer mas o contrato não permite, ou seja, sair do Benfica de borla.

Independentemente do resultado da batalha jurídica que aí vem (e quem sabe se esta chico-espertice do período de experiência não pega) Miguel e o seu advogado demonstram estar de completa má-fé para com o Benfica, justificando a rescisão não com argumentos válidos (incumprimento contratual de alguma espécie por parte do Benfica), mas com recurso a malabarismos legais sem qualquer significado práctico.

Este é um caso que ainda fará correr muita tinta e cujas consequências podem extravazar as fronteiras nacionais. Se este tipo de comportamento fôr tolerado, a FIFA arrisca-se a que estas rescisões se multipliquem e que os clubes mais pequenos, privados das receitas extraordinárias resultantes das transferências, não consigam sobreviver.

O caso Mexés ainda está fresco, pelo que vamos ver o que sai desta situação...