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quinta-feira, abril 30, 2009

Um Olho à Benfica #5


Modelo de governo

Ontem estive ao telefone com Jorge Valdano. Acontece algumas vezes, quando a urgência do contacto excede a habitual condescendência temporal a que estamos obrigados, enquanto esperamos por uma resposta a um email enviado. Tenho na minha cabeça organizar brevemente um conjunto de palestras, com grandes nomes do futebol mundial, trazê-los a Portugal e colocá-los perante o desafio da futura governação clubística. Jorge Valdano é a primeira dessas personalidades que convidei para vir a Portugal.

Quando falo com Jorge Valdano desde logo existe uma empatia pessoal que se aprofundou à medida que ele foi conhecendo o meu madridismo – já fui sócio do Real Madrid – e eu fui-me apercebendo do seu gosto pelo Benfica – “adorava Chalana e o que ele fazia com o seu pé esquerdo” e mais recentemente “ senti-me um apoiante do Benfica, por causa do meu amigo José Veiga” – até ambos ajustarmos as nossas ideias num sentimento comum. Ambos gostaríamos que o Benfica e o Real Madrid fossem as maiores potências do desporto ibérico.
Aliás, agora que Jorge Valdano está de regresso ao Real Madrid, o que se confirmará após a aguardada eleição de Florentino Pérez ao maior clube do século, deixo-me extasiar pela ideia de que, talvez um dia, Jorge Valdano e José Veiga – regressando ao Benfica - possam realizar, em cada um dos clubes, um projecto comum no âmbito do futebol europeu e que fariam do Real Madrid, do Benfica e de alguns outros clubes europeus a verdadeira locomotiva do progresso no futebol.

Não estou autorizado a divulgar a ideia e o seu conceito, mas de facto, confirmei o enorme engano em que o futebol permanece situado, enquanto é gerido como negócio e por pessoas exteriores ao negócio. Em Portugal, por exemplo, sempre achei muito curiosa a estranha tendência para os presidentes de clubes dividirem entre si uma inexplicável simpatia pelo negócio imobiliário. Mas será que existe alguma coisa no genoma humano dos empresários da construção civil que os recomende imediatamente para a gestão de um clube de futebol?

O futebol, urgentemente, precisa de uma mudança de paradigma.

O Benfica, por exemplo, há mais de vinte anos que discute o seu modelo de governo. Até hoje foram ensaiadas as mais variadas hipóteses, com Jorge de Brito, Manuel Damásio, Vale e Azevedo, Manuel Vilarinho e Luis Filipe Vieira. Em relação a Jorge de Brito, podemos dizer que foi um dos presidentes mais injustiçados da história do Benfica, pois os sócios do clube rapidamente esqueceram o seu mecenato clubístico que poupou aos sócios e adeptos grandes humilhações. Numa opinião pessoal foi o último grande presidente do Benfica, de uma linhagem riquíssima, mas que devido a uma personalidade misógina acabou sozinho e traído pelos seus pares. De Luis Filipe Vieira guardarei sempre a ideia de um presidente que se afastou sempre deste paradigma sócio-presidencial, mas que levantou o clube numa altura difícil. Porém, todos eles, nunca foram os presidentes que o Benfica precisava, pois em vinte anos o Benfica perdeu prestígio, hegemonia e a sua caracterização de clube vencedor.

A minha conversa com Valdano e a sua referência a este modelo de governo aprofundaram ainda mais as convicções que tenho de que o Benfica tem de virar a agulha. O Benfica tem dois sócios e adeptos que se ajustam a este novo paradigma e perfil presidencial. Vou começar por Rui Costa. É o presidente em quem os meus filhos irão votar, daqui a alguns anos. Eu próprio votarei. Mas tem de resistir ao veneno do deslumbramento. Como sabem, no futebol a pressa pode estragar tudo. Rui Costa a presidente no futuro, é sinal de inteligência, Rui Costa a presidente em Outubro é sinal de pressa. E a pressa no futebol pode matar. Se Rui Costa avançasse já para a presidência do Benfica, não seria a solução que promete vir a ser no futuro. Seria rapidamente o problema. Os benfiquistas não podem fazer com Rui Costa o mesmo que o clube fez com José Mourinho e José Veiga. Disse-me Jorge Valdano: «O Benfica devia ter resolvido o seu problema desportivo, com Mourinho ou com Veiga.». Vamos fazer com Rui Costa a mesma coisa?

Por isso é que sempre defendi a manutenção de Rui Costa nas suas actuais funções, independentemente do presidente eleito em Outubro, porque o seu estágio presidencial tem de ser feito no clube e não fora dele. Além do mais, vejo no perfil de Rui Costa um futuro presidente do Benfica mas num ambiente de completa purificação desportiva. Até lá, espera o Benfica e o próximo presidente do clube, uma enorme batalha pela desmontagem do presente sistema de favorecimento de um clube em relação aos outros.

Por isso, igualmente, a mudança de paradigma. Os benfiquistas suplicam todos os dias pelo extermínio das condições que em Portugal favorece a permanência de um clima de desconfiança nos resultados desportivos. Agora, eu pergunto: Acham mesmo que este é um trabalho para um gestor financeiro, ou para um empresário da construção civil, ou para um dirigente desportivo em começo de carreira, após doze anos passados em Itália, ou para um candidato director de um canal de televisão? Quantos anos é que os benfiquistas vão levar até perceber que o problema do clube não passa pela qualidade dos projectos, pela qualidade das pessoas, mas é um problema de perfil presidencial, um problema de competir num ambiente contaminado pelo favorecimento institucional e pela cristalização de um modelo desigual de tratamento dos clubes?

Eu sei que os benfiquistas querem ganhar. Mas devem, finalmente, começar a pensar onde é que se começam a ganhar campeonatos. E os campeonatos, antes de se ganhar no campo, começam a ganhar-se no perfil presidencial de cada clube. Vejam o exemplo do clube que domina em Portugal e tentem adivinhar o que seria desse clube com um presidente que, além do FC Porto, ainda tivesse a preocupação de gerir os seus negócios.

quarta-feira, abril 29, 2009

Castigo a Rui Costa

Quando ouvi que Rui Costa tinha sido castigado pelo que fez no jogo Benfica-Marítimo, honestamente que pensei que fosse o árbitro do jogo em causa pela manhosa arbitragem que fez. Mas rapidamente "acordei" e lembrei-me que uma arbitragem daquelas, em Portugal, é sempre elogiada e recompensada e nunca punida. Foi o nosso Director Desportivo Rui Costa que foi punido, com multa e suspensão, por gestos e afirmações dirigidas a elementos da Liga.

Desculpem que diga mas isto já só lá vai à paulada. Então Paulo Bento tem os gestos que TODOS viram na TV, diz as coisas que todos poderam ver e ouvir nas tvs e rádios e passa totalmente impune e Rui Costa leva um castigo destes?

Continuemos a discutir Quiques, Aimares e afins...

terça-feira, abril 28, 2009

Soltas #82

- Na recta final o Benfica parece estar em forma. O jogo ofensivo está bastante melhor e a bola rola entre os jogadores, na transição ofensiva, de forma inteligente e rápida. É pena isto acontecer quando pouco, muito pouco mesmo, podemos aspirar nesta fase da época.

- Cardozo mostra os seus dotes de goleador. Já no ano passado, com 22 golos, mostrou que é um avançado temível. Na sua primeira época ao serviço do Benfica, num campeonato e país novos, numa equipa a jogar francamente mal, Tacuara não se fez rogado e atingiu números pouco habituais a avançados do Benfica. Mas para alguns isso não chegou. Agora o paraguaio com mais minutos de jogo vai-se aproximando de Nené, o melhor marcador do campeonato.

- Reyes será uma das dores de cabeça de Rui Costa para resolver rapidamente. O espanhol está a voltar às belas exibições, com garra, determinação e, principalmente, muita qualidade. O receio da velha questão de “se estar a fazer ao contrato” é real mas, este Reyes, seria uma enorme mais valia para a próxima época.

- Tudo isto é muito bonito e passível de discussão mas quando enfrentamos arbitragens manhosas, parcerias macabras entre clubes que originam lesões estranhas entre certos jogos, substituições incompreensíveis que mudam o rumo de um jogo, etc etc etc, facilmente percebemos que existe muito para além da instrínseca qualidade do plantel.

- Miguel Vítor está um senhor jogador. Com a sua tenra idade seria utópico não achar que ainda tem de melhorar. Mas a personalidade e qualidade evidenciada até agora faz antever um excelente defesa central, capaz de honrar o passado de símbolos do Glorioso como Humberto Coelho. Eu acredito.

- Basket imparável e invicto na fase regular; Telma campeã da Europa em Judo; Andebol e Futsal nas meias finais; Hóquei a bater-se honradamente no campeonato mais corrupto de todos. Emgrande as nossas modalidades.

- Vai tarde mas ainda vai a tempo: Grande Simão Sabrosa. A ficar na história do Atlético Madrid ao marcar o golo 4000 do clube. Hoje é adorado pelos ferverosos adeptos do Atlético que benzem-se todos os dias por terem tido o discernimento de optar pelo bom e não pela publicidade.

- Ouvi dizer que o candidato a candidato afinal não o pode ser. É verdade? Acredito que os possíveis candidatos a sério estejam á espera do final da época para se começarem a assumir. O Benfica precisa de alternativas.

domingo, abril 26, 2009

SL Benfica - Marítimo: 3-2

De uma goleada tranquila para uma vitória suada.

O jogo desta noite no Estádio da Luz é perfeito para aqueles que dizem que para se vencerem as arbitragens manhosas temos que ser mais fortes, ter melhores jogadores, etc. A arbitragem do individuo do apito hoje mostrou bem que isso não chega. Uma arbitragem manhosa consegue transformar uma goleada tranquila com os nossos jogadores a mostrarem classe, para uma recta final de sacrifício e sofrimento para obter os três pontos.

Hoje o Benfica jogou à brava, a primeira parte foi esmagadora com a equipa em alta velocidade, sempre a pressionar o adversário, roubando muitas bolas e saindo sempre rápido para o ataque. Gostei muito de ver a solidariedade da equipa a defender, Reyes teve sprints para tapar o seu lado, Carlos Martins foi um lutador enquanto durou. A equipa esteve unida quer a atacar quer a defender e, com isso, a qualidade do jogo foi crescendo com o passar dos minutos. Não sei se é da táctica, não sei se é da dupla em causa, não sei se é da passividade do adversário, não sei se é de tudo junto, mas a verdade é que Ruben e Martins têm estado muito bem juntos no meio dando uma capacidade de retenção e controlo da bola muito boa e depois, como têm boa técnica, a mesma sai a rolar para os colegas com toques de bola rápidos e certeiros. Não me lembro de um único chutão como forma de criar jogo ofensivo. Com o Benfica a jogar desta forma os golos são uma consequência natural e o 3-0 surgiu com toda a naturalidade de uma equipa ser, claramente, superior à outra. No final da primeira parte, na marcação de uma falta o Marítimo consegue reduzir num golo muito consentido, novamente, pela nossa defesa. No melhor pano cai a nódoa e com uma belíssima exibição nos primeiros 45 minutos o Benfica não merecia sofrer este golo.

Na segunda parte entrámos com Di Maria pra o lugar do lesionado Aimar e a equipa ressentiu-se disso. Ganhou velocidade e repentismo é verdade, mas perdeu cérebro e capacidade de retenção da bola a meio campo para encontrar a melhor solução de passe. E com a posterior saída de Carlos Martins a equipa do Benfica ficou partida. Eram as corridas de Reyes e Di Maria que alimentavam o ataque ao contrário do ataque pensado e certeiro quando a bola saída de Martins ou de Aimar. Com o adversário a reduzir para 3-2 temia-se o pior na Luz mas, verdade seja dita, o Benfica nunca perdeu o controle, quer emocional quer do jogo, e procurou sempre o golo da seguança e teve perto de o conseguir quer por Reyes, quer por Di Maria quer por Cardozo, não falando de várias jogadas de ataque que culminaram em último passes errados. Era um sofrimento mais pela diferença mínima do que realmente pelo perigo causado pelo adversário. Não me lembro de Quim ter feito uma defesa durante todo o jogo.

O Benfica cumpriu a sua missão, venceu o jogo com todo o mérito e os jogadores estiveram muito bem com uma postura solidária e aguerrida. É assim que tem de ser e é assim que tem de continuar. Fazer desta recta final uma espécie de pré-temporada para a próxima época. Dizer que a equipa do Benfica sentiu muito a ausência de Carlos Martins é fazer ao jogador um excelente elogio, de facto Martins esteve muito bem hoje, lutando muito, defendendo com garra e saindo com inteligência para o ataque. Os passes podiam não sair sempre bem mas a intenção estava lá toda. Só continuo é irritado com o facto de ser ele a marcar livre frontais não Cardozo com o seu pé esquerdo. Reyes esteve fantástico na primeira parte e Cardozo com uma bela exibição coroada com mais dois golos. Os restantes jogadores estiveram bem com relevo para David Luiz que finalmente alcançou o golo que tanto andou à procura.

Depois dos 4-0 da semana passada uma nova golada por parte do Benfica estava a fazer comichão no apito do sacripanta com o mesmo nome do Maestro e, vai daí, resolveu entrar no jogo. É extraordinária a facilidade com que se marcam penaltys contra o Benfica e se amarelam os nossos jogadores. Dou de barato o penalty porque ainda não vi imagens na TV apesar de no Estádio me parecer um corte limpo mas o que aconteceu depois disso é demonstrativo como havia intensão de, quiçá, assegurar já o segundo lugar para alguém. Depois de permitir que batessem no Aimar até partir, depois de amarelar jogadores do Benfica em lances idênticos a outros onde nada mostrou aos maritimistas, conseguiu transformar dois cantos óbvios a favor do Glorioso em pontapés de baliza e anular dois roubos de bola limpinhos de Maxi que permitiriam ataques rápidos e em superioridade numérica, sem falar das sistemáticas faltinhas a meio campo que obrigaram o Benfica a não conseguir imprimir a pressão que realizou na primeira parte, só faltou mesmo o árbitro meter a bola dentro da baliza de Quim. Teve azar pois não teve oportunidade para isso...talvez naquele último canto que o fiscal de linha demorou umas duas horas a decidir se tem subido para a área como os guarda redes às vezes fazem....

Gostei do Benfica. Gostei mesmo. Boas trocas de bola, boas combinações, bons pormenores individuais, oportunidades de golo, golos, solidariedade. Gostei. É pena ser já na recta final onde nada podemos alcançar.

Adenda-Acabei de ler isto: "Minuto 58 do FC Porto-Vitória de Setúbal. De uma assentada, Leandro Lima e Bruno Gama foram substituídos por dois colegas de equipa. Coincidência ou não, Leandro Lima e Bruno Gama, jogadores emprestados pelo FC Porto ao Setúbal, estavam a ser os dois jogadores mais perigosos dos sadinos. Coincidência ou não, o jogo que estava empatado ganhou outra vida quatro minutos depois com o primeiro de dois golos de Lisandro (2-0). O tiro no pé de Carlos Cardoso deu uma segunda vida ao campeão nacional.". Não tenho palavras.

Já são uns CAMPEÕES



Se a equipa de Carlos Lisboa, Jean Jacques, José Carlos Guimarães, Mike Plowden, Pedro Miguel, Carlos Seixas, Steve Rocha... foi o Dream Team do basket português com vários títulos ganhos e honrosas participações europeias esta nova equipa de basket do Benfica já fica na história do clube e do Basket português. Ainda não ganharam nada e mesmo que não ganhem já têm a nossa simpatia.


30 jogos, 30 vitórias não é para qualquer um!!! Parabéns ao Basket do SLB.

quinta-feira, abril 23, 2009

O benfiquismo (ou falta dele) de Veiga

Recentemente José Veiga voltou à mesa das discussões dos benfiquistas. Como antigamente, o tema não é pacífico e gera muita controvérsia no seio da família benfiquista.

Pessoalmente sempre me senti incomodado com a presença de José Veiga no Benfica. A razão era simples: a sua colagem ao Porto. A questão do Dragão de Ouro, a presidência da casa do Porto no Luxemburgo, os festejos pela derrota do Benfica na final de Estugarda, o seu passado problemático como empresário de jogadores eram motivos que me fizeram (e fazem) torcer o nariz à presença de José Veiga no Sport Lisboa e Benfica. José Marinho tem esclarecido alguns aspectos sobre Veiga o que ajudou a atenuar alguns preconceitos. Admito que a questão do Dragão de Ouro ficou esclarecida e que os festejos podem não ter ocorrido. É fácil um facto destes, apesar de mentira, tornar-se uma “verdade”, infelizmente, sei bem o que isso é. É verdade que Veiga nunca desmentiu, publicamente, estas questões, só o fez depois de entrar no Benfica. Mas consigo compreender que na altura lhe dava jeito tais “boatos” pois, profissionalmente, como empresário estava muito colado ao Porto. Revela alguma elasticidade na coluna vertebral que não me agrada, mas ultrapassável. Já a questão da presidência da casa do Porto no Luxemburgo é algo muito difícil de entender e aceitar. Não conheço nenhum benfiquista que assumisse tal cargo. Entendo perfeitamente que os emigrantes não têm as rivalidades que nós, internamente, temos com os clubes adversários; entendo perfeitamente o convívio entre portugueses que se realiza nesses locais, entendo isso tudo perfeitamente. Mas um benfiquista ser presidente de uma casa do Porto não faz qualquer sentido. É algo que se faz por convicção, por amor. Não faz sentido. É por isto que muitos benfiquistas irão sempre desconfiar do “benfiquismo” de Veiga.

Como tal, aceito perfeitamente que muitos benfiquistas vetem o nome de Veiga como presidenciável para o Benfica ou sequer voltar a ter responsabilidades no clube. São argumentos válidos. Mas deixam-no ser quando quem o ataca por isso defende Vieira. É que o “benfiquismo” de Vieira também deixa muitas dúvidas. Eu também não conheço nenhum benfiquista que seja sócio do Porto e do Sporting. E ninguém se esqueça da amizade de Vieira com Pinto da Costa nos tempos do Alverca, também há boatos de que Vieira gozava, de braço dado com o corrupto mor, com as derrotas do Glorioso no covil das Antas. Os negócios manhosos que ambos fizeram com trocas de jogadores. Mais, Vieira fomentou a descaracterização do espírito benfiquista dentro do Benfica trazendo para o clube dirigentes sem um pingo de benfiquismo no sangue como Paulo Gonçalves e Jorge Gomes. Relembro mesmo as palavras de Vieira a garantir que Paulo Gonçalves nunca estaria ligado ao Benfica…Não se trata de serem “apenas” não benfiquistas, são pessoas conotadas mesmo com o anti-benfiquismo.

Há óbvios argumentos para não se gostar de Veiga mas é preciso coerência nos mesmos quando se pretende defender uma posição. Não se pode atacar alguém por algo e depois não ligar isso quando analisamos outros.

terça-feira, abril 21, 2009

Um Olho à Benfica #4

O meu padrinho sportinguista!

Vou ser sincero convosco. Não costumo partilhar da antipatia histórica e figadal dos benfiquistas pelo Sporting. É um clube que tolero bem, o meu falecido padrinho era um grande sportinguista e ainda hoje lhe reconheço o estoicismo com que sempre tentou influenciar-me, na minha infância, a mudar de camisola. Para sua infelicidade a sua tentativa de me lavar o cérebro com constantes aliciamentos – com chocolates, devo confessar – à sua fé clubística não teve o desfecho que ele pretendia, mas por empatia pessoal ou reflexo condicionado, fui desenvolvendo uma tolerância que me acompanhou até à minha mudança definitiva para Santarém, há pouco mais de dez anos.

Nessa altura, comecei a libertar-me, lentamente, desse estigma pessoal, como se carregasse comigo uma dívida impagável pelos constantes favores do meu padrinho – apesar de reconhecer esse pagamento em chocolate, juro que ainda não estava em idade de pensar sexualmente nas coisas e que não há memória de uma escuta minha e do meu padrinho constar do extenso e esclarecedor dossier que a PJ detém de conversas telefónicas, fruta e derivados do cacau.

É curiosa esta minha desprendida ligação ao Sporting, porque nos últimos anos, durante o exercício da minha função jornalística na Sporttv, um treinador muito conhecido do nosso campeonato, cuja simpatia pelo Benfica deixaria muitos dos leitores deste texto completamente surpreendidos, um dia disse textualmente a um colega meu: «Gosto muito de ouvir o José Marinho a fazer comentários, só tenho pena que seja tão sportinguista». Depois de ter sido elucidado pelo meu colega sobre a tinta vermelha que pintava a minha manta clubística, sentiu o impulso de me ligar nesse mesmo dia em que lhe foi feita a revelação do meu benfiquismo. É curioso, porque desde essa altura tornámo-nos amigos e quase sempre os nossos debates são sobre o Benfica e sobre o seu sonho de treinar o nosso clube e do meu desejo em vê-lo treinar a nossa equipa. Posso dizer-vos que se trata de um ex-jogador importante do FC Porto, com a imagem muito conotada com esse clube, mas que sente a sua carreira e benfiquismo incompletos, porque nunca lhe foi permitido jogar no Benfica e agora promete não desistir de um dia servir o nosso clube, apesar de dois ou três ensaios já testados por ambas as partes.

Vem isto a propósito da consideração geral, de muitos adeptos e até de jogadores e treinadores da nossa liga, de que eu seria adepto do Sporting. Pois bem, como sabem, não sou, nunca fui e nunca serei. Apesar de tudo, admito a minha tolerância pelo clube, pelas razões que já expus e que peço que compreendam. Porém, essa tolerância começa a parecer-me completamente fora do sítio, porque nos anos mais recentes sinto que o Sporting se tem descaracterizado como clube e com essa descaracterização perde o respeito dos seus apoiantes e até daqueles, como eu, que não sendo adeptos do clube, pelo menos respeitam a sua história e tradição.

A algazarra que os dirigentes, treinador e jogadores do Sporting fizeram, logo após a final da Taça da Liga - embora perceba a sua momentânea quebra de ânimo – fizeram-me concluir que vezes demais o clube deixou de falar por si próprio. Existe ali uma voz interior, proveniente de outro hemisfério desportivo, que parece exercer um fascínio mal explicado sobre os actuais dirigentes do Sporting e que os impele a alguns discursos mal colocados e completamente forjados a uma ridícula mania da perseguição.

Mas que essa mania se desenvolvesse contra um clube que em Portugal tem o total domínio das instituições e do futebol, eu aceitava, como reflexo de luta e de resistência a essa hegemonia. Mas o espantoso de tudo isto é que a mania de perseguição do Sporting vira-se constantemente contra o Benfica, clube que nos últimos anos se classifica frequentemente atrás do clube de Alvalade. Como se compreende isto? Eu, pelo menos, não compreendo, que o Sporting esteja mais preocupado com o Benfica do que em recuperar todo o terreno que, nos últimos vinte e cinco anos, perdeu para o FC Porto.

Sabem o que isto parece? Todos os anos, no campeonato português, com o primeiro e o segundo lugares a darem acesso à Liga dos Campeões, existe a sorte a grande e a terminação para distribuir. E que o Sporting já se contenta com a terminação. E por isso ataca o Benfica e deixa o FC Porto com a sorte grande de ver os clubes de Lisboa sistematicamente de costas voltadas. Eu lamento imenso pelo meu padrinho e por outros grandes sportinguistas que conheço, mas eu nunca podia ser adepto de um clube destes. Eu não quero a terminação para o Benfica.

Um exemplo que não podia ser mais esclarecedor do que escrevo. Último fim de semana, após o jogo de Guimarães, um dirigente do Sporting exclama toda a sua desconfiança pela arbitragem de Bruno Paixão. Tudo certo, porque o Sporting foi prejudicado por algumas decisões inexplicáveis do árbitro. Mas quando pensei que a preocupação do dirigente do Sporting fosse que o clube pudesse ser lesado na corrida pelo título, que mantém com o FC Porto, a sua incompreensível preocupação era afinal o Benfica. Claro que fiz contas, depois destas declarações. Não é verdade que o Benfica está à mesma distância do Sporting, na luta pelo segundo lugar, que o Sporting está do FC Porto, na luta pelo primeiro? Então, porquê esta fixação pelo Benfica? E no dia a seguir, em Coimbra, todos vimos que Olegário mais uma vez teve o incrível azar de não assinalar uma evidentíssima grande-penalidade contra o FC Porto e fiquei à espera de ver, no dia seguinte, sei lá, um dirigente do Sporting, tipo Paulo Abreu, a declarar a sua incontida fúria, à semelhança do que tinha feito após o Benfica-Sp.Braga deste campeonato. Porém, nada disso. E mais convencido fiquei de que passa-se qualquer coisa com os dirigentes e alguns apoiantes do Sporting, quando ouvi na tarde de segunda-feira, num programa da Antena 1, que reúne adeptos dos três grandes do futebol português, o adepto do Sporting, Eduardo Barroso, mais interessado em desenvolver essa teoria de que o Benfica conspira na Liga contra o Sporting, do que em imaginar o que podia ter acontecido de diferente em Coimbra, se Olegário tivesse assinalado uma das mais escandalosas grandes-penalidades deste campeonato.

Por isso, permitam-me terminar esta crónica, dirigindo-me ao meu padrinho: «Sempre quiseste que eu fosse sportinguista, mas espero que aceites o que te vou dizer. Se precisasse de uma boa razão para continuar a ser do Benfica, padrinho, ela aqui está. Eu até posso perder, mas sou de um clube que fará tudo para voltar a ganhar. Eu até posso cair, mas sou de um clube que fará tudo para se levantar. Eu até posso estar mal, mas sou de um clube que fará tudo para estar bem. Eu até podia ser do Sporting, mas escolhi ser do Benfica. E não escolhi mal. Desculpa padrinho e obrigado pelos chocolates».

PS: Claro que o discurso do Sporting entende-se como forma de pressão sobre a Liga – por isso saiu da direcção e prepara com o FC Porto o regresso de Guilherme Aguiar – e sobre os árbitros. Mas também acontece porque o presidente e a direcção do Benfica não sabem colocar institucionalmente as coisas na perspectiva mais correcta. Aliás, impressiona-me que o actual presidente do Benfica esteja, como sempre, mais preocupado em atacar outros benfiquistas do que em eliminar os efeitos desta estratégia do Sporting e do FC Porto para escorraçar Hermínio Loureiro. Até porque Vieira sabe que o actual presidente da Liga é apenas um efeito colateral na guerra que está a ser movida a Ricardo Costa. E isso para um benfiquista como eu incomoda-me. Por muita diferença de opinião que possa existir, nas instituições desportivas, o adversário nunca está dentro, está sempre fora. Tenho pena que Luis Filipe Vieira ainda não tenha percebido isso, ao fim de oito anos.

domingo, abril 19, 2009

V. Setubal - SL Benfica: 0-4

Finalmente uma vitória tranquila do Benfica para o Campeonato Nacional.

Já tinha saudades de resolver um jogo na primeira parte, de assistir 90 minutos de futebol do Glorioso sem refilar e sem qualquer tipo de nervos. O facto de pouco haver para competir ajuda ao "relax" mas, mesmo a feijões, vencer tranquilamente, sabe sempre bem. Quique Flores utilizou o mesmo 11 que jogou contra a Académica e, desta vez, os nossos avançados estiveram certeiros. Dois golos para cada um dos avançados é de salientar nos dias de hoje.

O resultado nasceu de forma rápida o que permitiu um jogo descansado e totalmente controlado pelo Benfica. A resistência do Vitória acabou com o primeiro golo e pouco mais conseguiu fazer durante o resto da partida. Com espaço de manobra o meio campo composto por Amorim e Carlos Martins com Aimar e Reyes nas alas teve tempo para pensar, com a bola no pé, e distribuir jogo decentemente. É o que se exige a um meio campo destes, capacidade de fazer a bola rolar com inteligência e qualidade. Continuo a achar que somos uma equipa demasiado macia, não pressionámos como o devíamos fazer. Com um adversário mole como o de hoje isso acaba por não fazer mossa mas temos tido imensas dificuldades com adversários mais pressionantes e batalhadores. É algo que duvido que seja corrigido esta época. Resta esperar que a qualidade dos jogadores permita aproveitar as benesses adversárias e resolver os jogos como aconteceu hoje.

Gostei de Reyes que esteve muito rápido, muito activo, muito dinâmico. Na outra ala Aimar também esteve bem sendo dos jogadores do Benfica que mais pressão faz sobre o adversário. Com dois golos cada um os avançados Nuno Gomes e Cardozo têm que ter uma palavra de apreço, sendo que Tacuara mostrou que, quando recebe a bola em condições, cria oportunidades de golo. De resto a equipa estve razoavél, aproveitando o jogo fácil para não cometer erros. Mais uma prova que uma equipa sem pressão joga muito melhor e muito mais tranquila.

Katsouranis voltou a jogar após ausência, Di Maria e Urreta com mais minutos nas pernas. Nada a apontar às substituições de Quique Flores.

O árbitro podia ter assinalado penalty num lance de David Luiz já no cair do pano da partida em que o central brasileiro toca num setubalense dentro da nossa área. Fora isso uma arbitragem tranquila como o jogo em si.

Apesar da volumosa vitória não deixo de encarar estes jogos finais com enorme frustração, a única coisa para que lutamos é o terceiro lugar e isso, para um benfiquista, é penoso. Não temos nada a ganhar e muito orgulho e dignidade a perder. Vão ser 5 jogos finais onde mais não fazemos do que honrar a camisola, portanto, que a aposta dos jogadores em vencer os seis jogos seja cumprida. Os benfiquistas merecem, pelo menos, esse conforto de não sofrer mais esta época.

sábado, abril 18, 2009

Impressionante

Ao vencer hoje em Ovar, o tri-campeão Ovarense por 56-79 (com um expressivo 10-29 no ultimo período), o Benfica deu mais um passo para um registo impressionante, o de fazer toda a fase regular só com vitórias. O último adversário desta fase é o clube corrupto, por isso esta equipa merece que o pavilhão esteja cheio na última jornada!

quinta-feira, abril 16, 2009

Avaliar Rui Costa

A intenção era fazer a avaliação do desempenho de Rui Costa como Director Desportivo no final da época mas com o desenvolvimento dos comentários aqui no blog e por achar que o que falta para jogar na Liga Sagres não tem influência nessa avaliação lanço já o tema para debate.

Tenho enorme apreço por Rui Costa e é com enorme prazer que o vejo a trabalhar no Benfica com funções de elevada responsabilidade mas, mais do que tudo, gosto mesmo é do Glorioso e por isso o que quero mais de Rui Costa é que ele cumpra bem a sua função para com isso o clube ganhar. Dito isto a minha análise ao desempenho de Rui Costa é determinada por aquilo que eu considero ser o papel fundamental de um Director Desportivo. O DD não faz a táctica, não escolhe o 11, nem faz as substituições. Esse é o papel do treinador, o papel do DD é fornecer ao treinador a matéria prima que ele considera necessária para atingir os objectivos propostos de acordo com as possibilidades do clube. Cabe ao DD defender o grupo de trabalho, definir os objectivos, renegociar contratos, etc. Resumindo, cabe ao DD gerir o futebol do Benfica fora dos relvados e das questões técnico-tácticas.

E o que é que Rui Costa fez perante estas funções? Em termos de contratações Rui Costa, no seu primeiro ano como DD contratou jogadores da craveira de Aimar, Reyes e Suazo. Foi buscar Carlos Martins e Balboa a pedido do treinador. Descobriu um central novo e promissor como Sidnei. Em termos de reforços do plantel não se pode dizer mal do trabalho de Rui Costa. Conseguiu renovar com Léo como era desejado por todos. Escolheu uma equipa técnica jovem, moderna, profissional com experiência em grandes palcos. Esteve sempre presente ao lado da equipa, nunca se afastou do grupo de trabalho, nunca fugiu às responsabilidades. Foi acusado de ser duro com os jornalistas e várias vezes manifestou junto dos árbitros a raiva por arbitragens danosas à equipa. Isto, no meu entender, é defender o grupo. Também aqui me parece que Rui Costa teve um bom desempenho. Resolveu um problema que não foi criado por ele com a rescisão do Léo. Pode-se discutir o empréstimo de Adu, se foi a melhor opção, mas se pensarmos que a ideia é vender o jogador, emprestar a um clube europeu faz muito mais sentido do que emprestar a um clube nacional. Se é esta a posição de Rui Costa então, mais uma vez, esteve bem.

Rui Costa deu todas as condições à equipa técnica e jogadores para estes desenvolverem o seu trabalho. É essa a função de um DD e Rui Costa cumpriu-a muito bem.

Pode-se argumentar que não ganhámos nada por isso Rui Costa falhou. Eu acho que é uma argumentação totalmente errada. Como disse acima não é o DD que faz a táctica, nem deve ser. Rui Costa pode amanhã contratar o Kaká e o jogador ser um flop, a culpa seria de Rui Costa? Eu acho que não, acho que as coisas não podem nem devem ser analisadas assim porque é impossível prever o futuro. O que um DD deve fazer é procurar minimizar o risco, e contratar um jogador da qualidade de Kaká é ter um risco muito reduzido. E no entanto, como o exemplo Schevchenko-Chelsea prova, a contratação podia ser um enorme flop.

Claro que Rui Costa não foi perfeito e tenho a certeza que se pudesse voltar atrás ele tomaria algumas decisões diferentes. É natural. Para mim o principal ponto negativo de Rui Costa é achar que ele, tal como a maioria dos benfiquistas, é demasiado brando com as "particularidades" do futebol nacional. Não basta contratar bons jogadores, é preciso incutir um espírito guerreiro aos jogadores, é preciso assumir que lutamos contra corruptos e por isso temos que lutar com mais força, com mais garra e denunciar muito mais do que fazemos. Mas, volto a dizer, não é um problema só de Rui Costa. É um problema geral da família benfiquista.

Deste modo a minha análise ao desempenho de Rui Costa como Director Desportivo do Benfica é que ele esteve muito bem neste seu primeiro ano, construiu uma equipa muito boa, esteve sempre ao lado do grupo de trabalho. Por isso a nota é, claramente, positiva. E, seja qual for o resultado das eleições em Outubro, que Rui Costa se mantenha em funções.

quarta-feira, abril 15, 2009

Um Olho à Benfica #3

A minha agenda…a minha agenda!

Quero voltar a falar-vos das duas agendas a que me referi na crónica da semana passada. Se bem se lembram são duas agendas benfiquistas, duas agendas preenchidas e duas agendas que previ, com o tempo, incompatíveis. Falo das agendas de Luis Filipe Vieira e de Rui Costa. Essas duas agendas estiveram ontem na sala de imprensa do estádio da Luz, uma sentada perante os jornalistas numa das suas típicas bravatas contra tudo e contra todos. A outra agenda estava de pé. Alertado pela informação aqui prestada por um dos participantes deste blogue, verifiquei que Rui Costa esteve sempre encostado a uma das colunas existentes na sala.

Aparentemente nada de espantoso, mas só aparentemente. O que se terá passado nas duas últimas reuniões da SAD e sobretudo o que se terá passado ontem de manhã, nos gabinetes da SAD, antes do treino – durante, estas duas agendas apareceram juntas no estádio a ver o treino – para que as agendas de Rui Costa e de Luis Filipe Vieira se tivessem desencontrado? E porque motivo estas agendas não estavam juntas na mesa, na sala de imprensa. O argumento de que a resposta teria de ser institucional porque era dirigida ao presidente da Cofina é difícil de aceitar, porque de manhã, o director de comunicação do Benfica tinha sido o primeiro a dizer aquilo que mais tarde seria repetido pelo presidente do clube. Por isso, se era uma resposta institucional, não devia ter sido dada pelo director de comunicação.

Portanto, se a resposta não era institucional e se pretendia eliminar toda a especulação sobre alegadas divergências entre Rui Costa e Luis Filipe Vieira, então não faria sentido sentar os dois lado a lado, para simbolicamente desmentir as declaradas falsidades que os jornais publicaram?
É aqui que começam as minhas suspeitas de que os jornais apenas terão sido a inoportuna caixa de ressonância de uma divergência que existe, por agora no privado dos gabinetes, e que até ao final do campeonato se agravará ainda mais até ao definitivo afastamento entre ambos. Temo que a distância que separava ontem, um e outro na sala de imprensa, não seja apenas física, mas sobretudo a materialização simbólica de uma diferença entre os dois que se aprofunda à medida que vão caindo por terra todos os objectivos desportivos da época.

E principalmente temo que a tentação existente no Benfica, nos escritórios da SAD e não apenas no gabinete do presidente do clube, de responsabilizar Rui Costa em excesso, levando-o em calvário a carregar esta cruz de insucesso desportivo até ao final do campeonato, possa contaminar de irresponsabilidade uma boa solução de futuro no Benfica, em nome de uma urgência eleitoral para mudar tudo.

É certo que Rui Costa cometeu erros, mas seria humanamente possível que o não tivesse feito, durante o primeiro ano da sua aprendizagem como director desportivo? Mas também asseguro-vos que teria cometido menos erros se não tivesse, acima de si, um presidente que preferiu desligar-se do futebol, com aquele cálculo mental de que se as coisas não corressem bem, já teria um capote para onde pudesse despejar as responsabilidades.

Além do mais, acho este argumento falacioso. Não há nenhum contrato que Rui Costa tenha assinado como director-desportivo do Benfica sem lá estar igualmente a assinatura do presidente. Isto torna Luís Filipe Vieira legalmente solidário com todos os actos de gestão desportiva de Rui Costa. Para o bem e para o mal. Por isso, se o futebol do Benfica voltou a falhar, a culpa distribui-se por todos e não apenas por Rui Costa e Quique Flores. Aliás, penso que é preciso ter cuidado com a difusão desta mensagem, porque tenho o convencimento de que este plantel, este director-desportivo e este treinador, noutro ambiente de exigência cultural, com uma liderança indiscutível e com a preparação de uma estratégia muito definida de combate a factores externos de desequilíbrio desportivo – arbitragens - teriam sido campeões esta época.
Porque mesmo o argumento justamente utilizado pelos benfiquistas de que em certos momentos da época, esta equipa, foi externamente afastada da luta pelo título, tem algumas arestas. É verdade, como acontece há muitos anos, que as arbitragens, nos momentos críticos da época, se enganam muito contra o Benfica, também é igualmente verdade que um clube como o Benfica não pode deixar nas mãos da justiça civil, a missão de combater esta desigualdade de tratamento. E se a direcção o tivesse feito, também aí estariam a oferecer a Rui Costa e a Quique Flores as melhores condições para que tivessem sucesso.

Por isso, neste momento, considero de extrema importância para o futuro do clube saber que agenda vai prevalecer no Benfica, porque Rui Costa não merece ser tratado como um Fernando Aguiar, com toda a consideração pessoal que tenho pelo antigo centro-campista do Benfica. Não pode. E se calhar é preciso mudar alguma coisa no Benfica. E não falo de Rui Costa nem de Quique Flores. Sei lá, talvez em Outubro.

segunda-feira, abril 13, 2009

Permanência de Quique

Como não poderia deixar de ser um dos principais temas da semana é a permanência (ou não) de Quique Flores como treinador principal do Sport Lisboa e Benfica para a próxima época.

Uns noticiam que a SAD vai segurar Quique, outros noticiam que está de saída, o costume tendo em conta que estamos a falar do Benfica e do seu treinador.

Teremos muitas oportunidades para debater a sua continuidade ao longo das próximas jornadas mas, a seis jornadas do fim, com pouco ou nada a alcançar todos nós tememos um final de época demasiado pesaroso para os nosso corações benfiquistas. Tal como previ para Fernando Santos, Quique Flores, caso se mantenha como nosso treinador, irá ter tolerância zero na próxima época. Com um final de época destes é um facto que isso irá acontecer. Se o Benfica tem lutado até ao fim pelo título e mostrado uma notória evolução~, os benfiquistas seriam tolerantes para a próxima época pois percebia-se que o tal caminho iniciado este ano estava a correr bem, pelo menos, de acordo com o desejado, o comboio estava a andar nos carris certos. Mas com um final de época destes, totalmente desanimador, Quique Flores não pode falhar na próxima época, muito menos nas primeiras jornadas, porque será este final de época que estará presente na mente dos benfiquistas. E se as coisas não correrem na perfeição, tal como aconteceu com Fernando Santos, Quique será demitido com a época no seu início e toda a consequente revolução que tal provocará no futebol do Benfica.

Esta questão é apenas mais uma acha para a fogueira que é a minha dúvida em relação à permanência de Quique Flores como treinador do Benfica.

sábado, abril 11, 2009

SL Benfica - Académica: 0-1

Simplesmente inexplicável o que se passou esta noite no Estádio da Luz.

Tanta oportunidade de golo e nada, segunda derrota consecutiva no Estádio da Luz. Para além dos erros próprios, para além dos erros dos árbitros, agora também temos que aturar uma incrível falta de sorte. Como é que aquela bola do Aimar e depois a do Cardozo não entram? Como é possível?

Comecei este post dizendo que foi inexplicável o que se passou no relvado da Luz, mas não é bem assim. Até há uma explicação: Peskovic. Eles tinham Peskovic enquanto nós tínhamos esse monstro da baliza chamado Quim. E perguntam vocês "O que é que o Quim fez desta vez??". Nada. Simplesmente não fez nada. Quando vi o Miguel Vítor ceder aquele canto previ logo que íamos sofrer golo. Revejam o lance e irão perceber que o Miguel faz um compasso de espera para que Quim fosse aliviar aquela bola. Como sempre Quim com os seus pés de chumbo não sai e o central benfiquista cede canto. E claro no canto é golo. Quim nunca defende uma bola daquelas. Para ajudar à festa se Quique Flores nos presenteou com Quim na baliza resolveu colocar na outra extremidade da equipa esse poderoso avançado de seu nome Nuno Gomes. Alguem deu por ele? Só naquele lance em que nos anulam um golo...mas já lá vamos.

Se na Reboleira não jogámos a ponta de uma extremidade bovina, hoje não foi o caso. A equipa esteve rápida, esteve aguerrida, esteve pressionante. Tivemos uma série de oportunidades flagrantes de golo, construídas em jogadas de conjunto, bem delineadas, mas as mesmas ou esbarravam num super guarda redes ou nos postes das nossas balizas (se fosse eu a mandar corria já com as ditas e trocava-as por outras, mas era já). E na única vez que os da Briosa chegam lá à frente marcam golo. Tem sido assim a história do Benfica esta época. Basta uma ida à nossa área e sofremos golo. Os defesas não cortam, o guarda redes não safa uma, nada. É golo. Enquanto nós com milhares de oportunidades de golo não conseguimos marcar. E que culpa tem o treinador disso? Nenhuma concordamos todos nós. Mas tem outras culpas, tais como dar a titularidade a um guarda redes fraquíssimo, ao dar a titularidade a um avançado sem categoria, ao encostar Aimar à esquerda, ao ter dispensado Léo e ser obrigado a colocar o nosso melhor central, que melhor sai a jogar, na esquerda, de ser incapaz de colocar a equipa a fazer rolar a bola no meio campo. As substituições foram as óbvias mas o mal já vem de trás. De muitas jornadas a esta parte.

E depois não temos um bocadinho de sorte. É impressionante. A bola à barra do Aimar é assustadora, como é que aquilo não foi golo? E a do Cardozo com o Peskovic completamente batido? E com isto lá se foram mais 3 pontos e o adeus ao segundo lugar e o objectivo de Quique Flores. É evidente que a conversa irá ser que "vamos lutar até ao fim" mas ninguem naquele clube terá qualquer tipo de ilusão. Mais um terceiro lugar. Com muitas culpas a ser repartidas mas será mais um terceiro lugar.

Alguém me consegue explicar porque que o golaço de Aimar foi anulado? É que Nuno Gomes está parado e o guarda redes simplesmente vai contra ele e empurra o nosso jogador. Há alguma coisa na Lei que diga que um jogador não pode estar parado na pequena área? A pergunta é sincera. Nuno Gomes não fez qualquer gesto para impedir Peskovic de jogar a bola. Simplesmente estava parado e foi atropelado. Mas este árbitro, apesar de novito, 32 anos, já sabe perfeitamente o que fazer para vingar na arbitragem nacional: uma incrível dualidade de critérios onde apitava tudo o que era falta dos vermelhos e nada, simplesmente nada, assinalava dos de preto. A queda de David Luiz na área não me pareceu passível de ser assinalada como falta. A expulsão do jogador da Académica também não merece qualquer reparo, foi tão óbvia que o jovem do apito teve mesmo que amarelar e expulsar.

Não sei o que Quique disse na conferência de imprensa, não sei o que Rui estará a pensar neste momento (sei apenas que está a sofrer tanto como eu) e prevejo mais uma semana complicada para as hosts benfiquistas com os jornais a fazerem a festa. Um ano que se queria de transição, de início de um ciclo, de mudança, vai ser mais um ano de nada, um ano perdido, com milhões investidos e zero de retorno. E com eleições à porta prevêem-se tempos bastante agitados.

E ainda faltam 6 jogos para este pesadelo acabar. Chega de lugares comuns e clichés irritantes, aqueles que defendem a continuidade, que defendem a estabilidade, por favor, cheguem-se à frente, e expliquem-me as razões da vossa posição. Eu preciso de acreditar em algo, mostrem-me o que é que desta época podemos levar para a próxima na perspectiva da estabilidade/continuidade. Por favor.

sexta-feira, abril 10, 2009

Soltas #81

1. É já amanhã que se realiza o 1º de 7 jogos decisivos, que faltam para o fim do campeonato. Eu sei, todos sabemos que a prestação até aqui não tem sido a melhor e que as ultimas exibições têm deixado muito a desejar mas eu habituei-me a só deixar de acreditar quando é matematicamente impossível lá chegar. Por isso é que devemos estar todos com a equipa. Os que forem ao estádio devem apoiar os 90 minutos e os que ficarem a ver em qualquer cantinho do mundo devem fazer força para que a equipa ganhe! Eu por mim não faço a coisa por menos, quero multiplicar estes 7 jogos por 3!
2. Durante esta semana alguém aqui falou na primeira página do jornal A Bola de Segunda-Feira. Para mim foi uma boa 1ª página que ilustrou bem a exibição da equipa na Amadora e devia servir para espicaçar os jorgadores.
3. O que pelos vistos serviu para espicaçar os jogadores foram as declarações do jogador da Académica Nuno Piloto, que durante a semana afirmou que o Benfica não tinha categoria para lutar pelo título. Estas declarações foram colocadas no balneário. Aguardemos pelo resultado...
4. Continua a campanha negra de alguns avençados contra o Benfica. Principalmente aqueles que trabalham para o record e o correio da manha. Guerra entre Vieira e Rui Costa, a venda de Di Maria e Cardozo consumada. Luisão que já não renova. É todos os dias uma noticia destas. Não as metem todas no mesmo dia porque possivelmente uma anularia a outra e assim a coisa rende mais.
5. Depois da boa prestação do clube que "recebe árbitros e não se passa nada" em Manchester lá vieram os avençados referir que era o unico clube português que realmente interessava na Europa em largos anos! Esquecem-me esses avençados da excelente prestação do Benfica há pouco tempo, eliminando o Manchester e o Liverpool (detentor do troféu) e no ano a seguir o mesmo Benfica tinha uma boa prestação na Taça Uefa sendo injustamente eliminado pelo finalista Espanhol, enquanto o "melhor clube do mundo... e arredores" tinha prestações patéticas!
6. Por falar em Liverpool, como eu gostava que quem vai ao estádio da Luz ver os jogos fosse como os adeptos deste clube! Mesmo a perder contra um rival directo não se cansaram de apoiar do 1º ao 90º minuto! Era bom que os jogadores do Benfica soubessem que eles never walk alone!
Boa Páscoa a todos.

terça-feira, abril 07, 2009

Um Olho à Benfica #2

O Benfica de Rui Costa

A última semana trouxe-nos algumas notícias que deviam deixar os benfiquistas pensativos. Eu, como benfiquista, fiquei pensativo e, claro, preocupado com o futuro próximo do nosso clube. Não vou ordenar as notícias pela sua ordem cronológica, mas vou enfiá-las no texto pela ordem de importância de cada uma.

Em primeiro lugar, a absolvição de Pinto da Costa no tribunal de Gaia. No direito não prevalece a vontade humana, antes subordina-se o interesse dos homens ao escrutínio das provas. O tribunal não considerou que houvesse prova suficiente para condenar o presidente do FC Porto. O que interessa aos benfiquistas, a partir de agora, é confiar que a direcção do clube, seja qual for, consiga responder com eficácia a um novo desafio. Vai ser preciso derrotar o FC Porto no campo e jamais em tribunal. Durante vários anos, o Benfica esperou que a justiça o substituísse no desmantelamento da hegemonia portista. A sentença que saiu do tribunal de Gaia pesa muito no subconsciente benfiquista, porque nos habituámos em demasia, nos últimos anos, ao discurso de que os tribunais fariam esse trabalho por nós. Não fez e agora como vai ser no futuro?

Francamente acho que o presidente do Benfica deu um mau sinal aos benfiquistas no seu último discurso, no Alentejo. Depois da sentença de Gaia, esperaria que Luís Filipe Vieira pudesse assegurar aos benfiquistas que a sua direcção já sabia o que fazer para acabar de vez com o domínio portista no futebol português. Que iria derrotar o FC Porto no único sítio onde faz diferença que se ganhe ou que se perca, no campo. Porém, o presidente do Benfica continua com o mesmo discurso, mesmo após a sentença de Gaia. Não vale a pena, não leva o Benfica a lado nenhum e o que temo é que seja a demonstração de que nunca houve projecto nenhum de recuperação da hegemonia do futebol português. E se assim for, não há saída para a crise de resultados.

Também por isso temo que no Benfica possa eclodir brevemente no interior do clube uma colisão entre dois Benficas diferentes, entre duas agendas e dois paradigmas completamente distintos. Uma colisão entre o Benfica de ciclos de Vieira e o Benfica de vitórias de Rui Costa. Já se percebeu, há muito tempo, que o Benfica de ciclos é um exercício quase paranormal de repetida irresponsabilidade desportiva. O que ainda não se percebeu muito bem é como encaixa nisto o Benfica de vitórias que Rui Costa pretende implementar no clube. Até que ponto Rui Costa vai aceitar fazer parte do problema e não ser a solução que maioritariamente pensamos que possa ser.

Os próximos meses serão elucidativos, porém é certo que Rui Costa está habituado a ganhar, é um símbolo do Benfica, é um exemplo de universalidade e tem pressa de mostrar resultados ao povo benfiquista. O seu benfiquismo é genuíno, não é oportunístico, e principalmente convive mal com o insucesso. Confio no Benfica de Rui Costa, mas estou cada vez mais desconfiado do Benfica de Vieira. E temo que o Benfica de Vieira não deixe que o Benfica de Rui Costa possa encontrar o seu caminho de redenção desportiva. E basta ver no actual Benfica, onde Vieira desune, Rui Costa une, onde Vieira exubera, Rui Costa minimiza-se. É o caso da sentença de Gaia. O presidente do Benfica ainda não percebeu que o caminho não é aquele, Rui Costa já sabe que é no campo que tem de acabar com o domínio portista. São estratégias e agendas diferentes. Eu acho que Rui Costa tem razão e sabe qual é o melhor caminho. Tenho dúvidas que consiga percorrê-lo nas actuais condições.

E desconfiando do Benfica de Vieira desconfiarei sempre de uma solução que possa apresentar-se como alternativa ao actual presidente do Benfica que não reconheça a importância de Rui Costa. O meu eventual apoio a um futuro candidato à presidência do Benfica ficará sempre condicionado à apresentação das suas ideias e à certeza de que manterá Rui Costa nas actuais funções. Porque é fundamental ao futuro do clube.

PS: Numa coisa o presidente do Benfica tem razão sobre a sentença de Gaia. Não é moralmente tolerável que o presidente de um clube possa receber em casa o árbitro que iria apitar o jogo seguinte da sua equipa. Não está em causa a corrupção activa que é sempre difícil de provar, a não ser que o dinheiro fale ou alguém se arrependa. Mas a corrupção também pode ser moral. E este tipo de corrupção é daninha, porque vai crescendo e tomando conta da relação entre corruptor e corrompido. Meus caros, o senhor Azevedo esteve em casa de Pinto da Costa, suplicando pela ajuda do presidente do FC Porto na resolução de um problema pessoal. Pois bem, e como pretenderia o senhor Azevedo pagar esse favor no futuro? Estaria refém desse favor para o resto da sua carreira? É este condicionamento que não consigo aceitar, porque o senhor Azevedo deixou-se colocar na pele de uma presa fácil. E que no futuro, ficaria sempre condicionado ao favor prestado pelo presidente do FC Porto. Isto é verdade desportiva ou é batota? E no futuro, ao presidente do Benfica também será permitido receber em casa árbitros de futebol?

É principalmente por isto que não consigo compreender o discurso de um candidato à presidência do Benfica, que passa constantemente por cima disto. Uma coisa é reconhecer a actual e indiscutível supremacia portista no futebol português, outra coisa é fazer de conta que não foi preciso recorrer a um sem número de patifarias para construir esse domínio.

domingo, abril 05, 2009

Estrela Amadora - SL Benfica : 1-2

É absolutamente vergonhoso e indigno para o nome e historial do Sport Lisboa e Benfica o que hoje se viu no relvado da Reboleira. É humilhante verificar que uma equipa que não recebe à não sei quantos meses, que não treinou vários dias antes do jogo, jogar taco a taco com o Benfica cujos jogadores são pagos e bem pagos a tempo e horas, dispôem das melhores condições de trabalho que um clube pode oferecer, são idolatrados por milhões e são profissionais ao serviço do maior clube português.

É uma vergonha que esta equipa o Benfica seja incapaz de colocar a bola no chão, seja incapaz de pressionar um adversário que atravessa uma crise sem igual, seja incapaz de por a nú todas as fragilidades da equipa da Amadora. É deprimente. E mais deprimente se torna sabendo que ainda faltam sete jornadas para este pesadelo acabar. Não tenham dúvidas caros amigos, isto não vai passar daqui, terceiro lugar e uma equipa incapaz de jogar algo parecido com futebol. De que serve gastar milhares de contos numa equipa técnica se ao fim deste tempo todo é este "futebol" que nos apresenta?

Fica sensação que a equipa já aceitou a posição na tabela classificativa, que não pode aspirar a mais nada. Diga-se de passagem que o discurso patético do treinador ajuda e muito a esse estado de espírito. É preciso que alguém dentro do Benfica dê um murro na mesa, que faça com que estes marmelos percebem que representam o Sport Lisboa e Benfica e não um clubeco qualquer lá da rua deles. Num ano em que se voltou a ver as maiores barbaridades nos relvados nacionais, onde os corruptos assumidos recebem ordem para poder receber árbitros em casa a seu bel prazer era imperativo que no Benfica alguem se indignasse com isto tudo, alguem que fizesse estes jogadores lutar com todas as forças, vender cara a derrota, acima de tudo vender muito cara a derrota. E não se vê nada disso. É bonito ver os Rapazes da Luz cantarem durante 90 minutos mas, sinceramente, fica a ideia que está tudo bem e não pode ser. É preciso apertar com estes gajos, é preciso que jogadores e treinadores percebam que um terceiro lugar é um resultado vergonhoso para o Benfica. E é preciso que o Presidente pare de uma vez por todas com o discurso bacoco de que vamos ser isto e aquilo. Não vamos. Desta forma não vamos a lado nenhum. Não conseguimos vencer a corrupção e não conseguimos incutir um espírito guerreiro nos jogadores. Como é que podemos aspirar seja ao que for?

Estou absolutamente lixado com F bem grande para o estado em que se encontra o Benfica. Este era um jogo, com todo o respeito pelos profissionais do Estrela, que o Benfica devia ter ganho de goleada, sem espinhas, arrasado o adversário. Por todas as razões e mais alguma. E acabamos a suspirar pelo final do jogo e impotentes para evitar mais uma semana de histerismo sobre arbitragens onde o que se passou nos outros estádios será ignorado como costume.

Um árbitro que marca dois penaltys a favor do Benfica não terá grande futuro na arbitragem nacional, principalmente quando o primeiro deixa imensas dúvidas. Sinceramente nem falta me parece ter existido e a haver qualquer coisa foi fora da área. O segundo penalty é tão evidente, tão claro que só mesmo um patético Rui Santos o pode pôr em causa. Concerteza que não será o único, aposto que na blogoesfera não faltarão opniões idênticas ao seboso comentador. Vidigal corta o lance com o braço de forma perfeitamente clara. Está de costas? E então? O movimento de rotação do braço foi um engano é? Enfim. Depois David Luiz comete penalty que o árbitro não vê para de imediato assinalar penalty numa falta de Yebda. Para mim é falta clara, Yebda agarra o jogador do Estrela dentro da área. Mas agora quero ver a coerência daqueles que disseram que o Vukcevic não fez falta sobre Maxi no lance do golo dos lagartos na Final da Taça da Liga e que diziam que se os árbitros marcassem estas faltas tinhamos 15 penaltys por jogo. É falta é para ser assinalada.

Sinto-me desiludido. Sinto-me triste. Não só pelo resultado mas por sentir que me faltam as forças para lutar e, principalmente, por sentir que não vamos conseguir mudar. Com a corrupção a ter carta branca para prosseguir e com o Benfica a mostrar tão pouco gastando tanto dinheiro não vejo luz ao fundo do túnel. Este ano era importantíssimo que o Benfica vende-se cara a derrota e, em contra-partida, estamos a entregar o ouro ao bandido. Sim fomos muito roubados, sim os corruptos têm sido beneficiados como há muito não se via, tudo isso é verdade mas não posso olhar apenas para isso quando, tal como esta noite, apresentamos uma falta de atitude inaceitável para uma equipa do Sport Lisboa e Benfica e apresentamos um futebol sem um minimo de qualidade quando temos, no plantel, jogadores de qualidade superior. Não pode ser.

Vou parar por aqui porque doi muito dizer isto sobre o Benfica....

sexta-feira, abril 03, 2009

Surreal

Não sei o que custa mais: ver uma bandeira do Glorioso nas mãos do corrupto ou ver o corrupto com as mãos numa bandeira do Glorioso.

quinta-feira, abril 02, 2009

Estrela sem treinar

A situação do Estrela da Amadora, próximo adversário do Benfica, continua na rota da falência e fim do clube. Os jogadores já não treinam à vários dias. Ordenados de 5 meses por pagar. É uma situação que envergonha o futebol nacional e devia obrigar os responsáveis máximos do futebol nacional a tomar medidas para erradicar estes problemas. Mas não se vê acção nenhuma.

Ontem num programa de rádio desportivo o jornalista perguntou a um jogador do Estrela se o facto de não treinarem à vários dias não ía ser prejudicial para a recepção ao Benfica, o jogador respondeu :" prejudicial é chegar a casa e perguntarem-nos pelo dinheiro e nós respondermos que não temos". Uma resposta perfeita para uma pergunta disparatada tendo em conta o contexto.

E se nos lembrarmos que o Vitória de Setúbal não está nos mesmos caminhos não resta outra alternativa que não seja os responsáveis do futebol português, sentarem-se a uma mesa, e resolverem estes problemas todos. É hora de os clubes pagarem apenas aquilo que podem pagar.

quarta-feira, abril 01, 2009

Camiões de jogadores

Se o mercado de Inverno foi bastante calmo para as hostes benfiquistas, já o próximo defeso prepara-se para voltar a ser uma autêntica roda viva, situação a que todos nós já estamos habituados.

Foi impressionante o número de jogadores que na última semana foram apontados ao Glorioso. Guarda-redes, laterais, médios e avançados. Lugares e posições para todos os gostos. Holandeses, italianos, argentinos, brasileiros. Todas as nacionalidades. É um fartote. Devemos ir jogar com duas equipas para a próxima época.

Mantendo a equipa estável acho que devemos ir buscar um lateral esquerdo por razões óbvias, um médio direito pelo falhanço de Balboa e um avançado para substituir Suazo. Se surgir a hipótese de contratar um guarda redes e/ou um médio centro de qualidade indiscutível podemos analisar a questão, as outras posições acho que temos soluções ou podemos complementá-las com jogadores da casa.

Mas não somos os únicos em que esta roda viva faz alimentar os jornais, admita-se. Outros clubes também se preparam para contratar mais um camião de jogadores. A diferença é que cada nome que surge apontando na imprensa vem acompanhado por enormes elogios ao clube em causa como se o jogador fosse um nome consagrado. Ainda hoje acabei de ouvir na rádio o comentário "e os outros a verem-nos passar" sobre a possível contratação de Orlando Sá por um certo clube. Este tipo de comentário nunca acontece a possíveis contratações do Glorioso. São pormenores como este que vão fazendo a cabeça aos adeptos...