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segunda-feira, janeiro 23, 2006

O derby

Na próxima jornada joga-se o derby de Lisboa, o Benfica-Sporting, que é, pelo historial dos dois clubes e pela rivalidade que sempre os opôs, talvez o maior evento desta Superliga. Espera-se casa cheia no maior estádio deste país, como é habitual, para receber condignamente os rivais do outro lado da segunda circular.

Os momentos das duas equipas são, no entanto, bem distintos.

O Benfica atravessa a sua melhor fase dos últimos anos, consubstanciada nas 7 vitórias consecutivas que leva nesta superliga. A equipa está bem e recomenda-se, sem lesionados ilustres, nem problemas de maior. A qualidade do plantel tem permitido que Koeman introduza alguma rotatividade na gestão do plantel, distribuindo o desgaste pelas aldeias e permitindo-lhe enfrentar as várias frentes com mais à vontade. Para além do mais, o holandês tem conseguido que a equipa se agigante nos grandes jogos e consiga bons resultados, como aconteceu, por exemplo, no jogo do Dragão com o Porto, ou nos dois jogos com o Man Utd, para a Liga dos Campeões. A excepção a esta regra é, curiosamente, o jogo em Alvalade com o Sporting, mas que se pode justificar com outros factores ("juventude" de Koeman no futebol português, a ilusão reinante em relação ao plantel do sporting, entre outras)...

Já o Sporting atravessa uma crise profunda, que corta o clube de cima a baixo, a começar no presidente Soares Franco e a acabar no plantel. Depois do empate em casa frente ao Marítimo, a distância já é de 6 pontos para o Benfica e de 9 para o Porto. Uma derrota na luz, será um ponto final nas aspirações ao título e um sério revés nas aspirações leoninas ao segundo lugar, o tal do acesso directo à liga dos campeões. Ainda para mais, o plantel é fraco - creio que nesta altura isto já é pacificico, mesmo para os sportinguistas - e tem sido assolado por graves problemas de indisciplina, resolvidos de forma pouco eficaz por quem tem a autoridade para o fazer. Por outro lado o treinador Paulo Bento continua sem ser capaz de pôr a equipa a jogar um futebol minimamente ligado e convincente. A equipa demonstra mais vontade do que no tempo de Peseiro, mas o futebol praticado continua muito atabalhoado e inconstante.

Costuma dizer-se que nestes jogos ganha o que se encontra em pior forma mas, infelizmente para os sportinguistas, isso não corresponde à verdade. Se é verdade que em Alvalade os registos estão relativamente equilibrados, na catedral manda o Benfica e as estatisticas provam-no, sem margem para dúvidas.

Se a óbvia superioridade qualitativa do plantel, quer em termos individuais, quer em termos colectivos não fôr suficiente, o factor casa, a pressão dos 6 pontos de atraso e a necessidade absoluta de ganhar, por parte dos bebés de alvalade, deverá ser suficiente para desiquilibrar as coisas. Assim sendo, tudo o que não seja uma vitória tranquila e natural do glorioso, será uma grande surpresa para mim. E note-se o risco - tão grande, quanto assumido - que eu assumo ao escrever isto, a esta distância. Se não ganharmos, a minha credibilidade leva (mais) um grande rombo...

2 comentários:

João Bizarro disse...

Nunca fiando. Mais vale sermos nós a mandar no jogo, como temos feito, porque se jogarmos o nosso habitual somos melhores que eles. E já sabemos que as equipas pequenas se agigantam contra o Benfica. Estes não fogem à regra. :-)))
Temos mesmo de ser melhores.

André Marques disse...

Eu acho que nós só podemos termer uma coisa e ter medo de uma coisa.

Que é o proprio Benfica.

Esto de derbys e sempre compricado