Entradas em Janeiro:2006 vs 2007

Finalmente acabou o período de transferências de Janeiro e durante uns tempos iremos ter algum sossego de especulação por parte dos jornais sobre as aquisições e vendas dos clubes. Este ano o Glorioso não deu grande espaço de manobra aos jornais porque só nos últimos dias é que esteve, efectivamente, no mercado à procura de reforços. Por isso a grande novela da época de transações foi a do gordo Rochemback. Um jogador que ganha quase 50 mil cts por mês e que o clube inglês desde o primeiro dia que disse, claramente, que não o emprestava e mesmo assim a novela foi alimentada até ao último dia...e, nos dias de hoje, ainda há quem vá na conversa.

O Benfica parece vir a aprender como fazer contratações, quer necessárias quer sigilosas, obrigando os jornais a "acertarem" no nome quando os jogador é apresentado. Não significa isso que as contratações são um sucesso. Isso depende de uma série de factores que não são possiveis de controlar (atente-se no exemplo do Schevchenco, um dos melhores avançados do mundo, que teima em render no Chelsea).

É nesta perspectiva que analiso as contratações do Benfica.

Em 2006 quando o mercado reabriu o Benfica precisava de um guarda redes, fruto das lesões de Quim e Moreira, de um ala e de um avançado. Contratou aquele que era o melhor guarda redes do momento no Campeonato Nacional, contratou o promissor ponta de lança da Académica e um jogador de renome europeu para a ala. Até aqui tudo bem. Posições carenciadas, posições preenchidas com ainda um jogador como Manduca que era considerado um dos melhores do Marítimo e um Marco Ferreira, claramente o unico erro de casting. Teoricamente o SLB esteve bem nas contratações. Infelizmente, por causa dos resultados e da pressão dos média, os benfiquistas consideram os jogadores então contratados maus e que foi um fracasso o reforço do plantel em Janeiro de 2006. Eu não concordo. Contrataram-se bons jogadores para posições carenciadas. É assim que tem de ser. O resto resultou de uma má gestão de plantel por parte de Koeman do que da menor valia dos jogadores. O jogador claramente mal contratado também tem sido o jogador que raramente.

Em 2007, em virtude da saída de um defesa central e de um avançado, o Benfica necessitava de substitutos e foram para essas duas posições que o Benfica contratou Derlei e David Luiz. Se os jogadores irão corresponder? Nunca o poderemos saber agora. Mas contratamos coerentemente. Posições carenciadas, posições preenchidas.

Contratar por contratar não faz sentido, destabiliza o balneário e esbanja-se dinheiro. Falava-se num ponta de lança, com a vinda de Derlei e com o sistema táctico que Fernando Santos implementou no SLB acho que não faz falta. Seria mais um jogador a ter poucas oportunidades de jogar e uma forte possibilidade de criar tensões dentro do grupo. Jogamos com 2 avançados, neste momento, e com Simão a jogar naquela posição, temos 5 jogadores. Chega e sobra. Temos jogadores com características para alterar o sistema táctico se for preciso. Contratámos um jogador que conhece o futebol nacional e com créditos reconhecidos, teoricamente, é uma boa contratação (neste momento abstenho-me de analisar outros factores). Vendemos um central, fomos buscar uma esperança brasileira, um jogador que sabe que à partida será o suplente da dupla brasileira habitual. É um jogador desconhecido para a maioria dos benfiquistas e pode-se discutir se era preciso ir ao Brasil buscar um jovem desconhecido, mas isso é outra discussão. O importante era assegurar uma alternativa aos centrais existentes e foi isso que foi feito.

Tal como em 2006, este ano o Benfica actuou, teoricamente, bem no mercado de transferências. Contratou o que precisava de contratar. Fortaleceu o plantel e assegurou alternativas ao treinador.

Tudo estará agora dependente do que acontecer dentro das 4 linhas. Mas o primeiro passou foi bem dado. Depende agora dos jogadores, da equipa técnica e de todos nós, benfiquistas, em apoiar a equipa.

2007 pode ser um ano muito interessante para as nossas cores.