Pelo menos os benfiquistas irão ter razões para festejar em 2012. Rumo ao 33!!!Bom ano para todos!!!
Ser do Benfica não se explica, sente-se. É mais que uma paixão, maior que um amor, é um estado de espírito.
Pelo menos os benfiquistas irão ter razões para festejar em 2012. Rumo ao 33!!!
Calhou-nos em sorte uma ida a São Petersburgo para defrontar o Zenit nos oitavos da Champions. Do leque de escolha não foi o mais complicado nem o mais, teoricamente, fácil mas o Sport Lisboa e Benfica tem todas as possibilidades de lutar pela qualificação para os quartos final.
Pior do que ter sido eliminado da Taça de Portugal é ter que ler/ouvir certas desculpas de alguns benfiquistas, desvalorizando esta competição com a justificação de que "não é rentável". É algo que me deixa furioso. Esta argumentação fere de morte tudo aquilo que fez do Glorioso, o Maior clube do Mundo. A prestigiada e gloriosa história do Sport Lisboa e Benfica fez-se de muito trabalho, muito suor, muita humildade, muita dedicação para conquistar o vasto palmarés que o clube tem actualmente. A nossa história fez-se de conquistas de muitos campeonatos e taças. Não são estes recém-chegados tecnocratas que só vêm euros à frente que irão mudar a história do SL Benfica. O Benfica não é uma mercearia onde o que interessa é o lucro. O Benfica é um clube de futebol onde o que interessa são as conquistas, os troféus, a glória. Se o dinheiro é que importa então bastaria ficar em segundo, todas as épocas, e garantir o acesso à Champions ou à pré-eliminatória da Champions e estavamos bem. Não é isto que move o SL Benfica.
O Mágico SLB desafia os seus leitores a decifrar as rúbricas que os nossos bravos aceitaram escrevinhar na réplica do Manto Sagrado que este que vos escreve possui (agradecimentos ao Grande Gonçalves!!!). O prémio, vá lá, uma bifana e uma jola no Terceiro Anel (vulgo Gonçalves). ☺
Uma entrevista quase tão boa como a sua arte de jogar à bola. Um jogador como poucos, quer com a bola nos pés quer aos microfones dos jornalistas. Será possível não fazer todos os esforços possíveis para que El Mago renove com o Sport Lisboa e Benfica?
Luis Filipe Vieira finalmente falou sobre as eleições para a Federação Portuguesa de Futebol ao dar o seu apoio ao candidato Fernando Gomes. Ao passar os olhos pela blogoesfera a opinião é unânime: estão todos contra e ninguem percebe o porquê deste apoio. As justificações não são nada boas e mesmo muitos que apoiam Vieira se sentem traídos por este apoio. Há quem defenda que Fernando Gomes já tinha a maioria dos apoios pelo que não fazia sentido o Benfica ficar sozinho. Como é possível dizer tamanha barbaridade? Ficar sozinho nesta questão seria um orgulho. Se não concordamos não damos apoio, estejamos em minoria ou maioria.
O Pequeno Genial
Desculpem maçar-vos com um texto mais longo do que habitual, mas passa-se o seguinte. A prosa que a seguir lerão - os mais corajosos - é a introdução do livro que acabei de escrever e que me preparo para editar. Trata-se da biografia do Chalana. Há discussões que não alimento no futebol. Uma delas é sobre quem terá sido o melhor jogador português depois do Eusébio. Para mim, foi o Chalana. Ponto final, parágrafo. O que vos proponho agora é a publicação, em rigorosa e exclusiva estreia da introdução do livro. É uma história ficcional com que resolvi iniciar a minha homenagem ao mais fantástico jogador português que vi jogar - o Eusébio já não pode considerar-se do meu tempo.
Peço desculpa pelo texto longo, mas creio bem que vale a pena, porque é de um benfiquista para muitos benfiquistas e muitos deles nunca tiveram a felicidade de ver jogar este extraordinário jogador. Sinceramente, espero que não levem a mal e que gostem da homenagem prestada a um verdadeiro símbolo da grandeza ímpar do Benfica.
Introdução
Certo dia, numa feira internacional de botas de futebol, estava na montra principal uma chuteira, considerada o último grito da moda futebolística. Uma bota sofisticada, com todo o luxo a que qualquer actual aspirante a craque da bola julga ter direito. Climatizada, de forma a prevenir odores irrespiráveis, dirigível por controle remoto e até com air-bag traseiro, para prevenir as famosas e perseguidas «entradas por trás». Tinha também, no seu exterior, uns sensores laterais que estabeleciam comunicação com a sua congénere mais próxima. Depois de muitos estudos, os autores desta bota inteligente, ruminaram na instalação de um mecanismo de precisão sensorial, que permitisse aos jogadores uma certeira e rápida circulação da bola. Só faltava mesmo mini-bar e pay-tv. A primeira equipa a utilizar estas sensacionais botas foi o Chelsea de
De súbito, aqueles olhos escondidos atrás de uma densa amálgama de dioptrias, foram abalroados pela confusão reinante na montra ao lado, onde o cotovelo do mais forte prevalecia sobre o tórax do mais fraco. Seguia-se um concurso, promovido pela famosa marca que apostou milhares de euros na certificação da nova e estupenda bota. Tudo não passava de uma acção infalível de marketing, a que se submetiam dez concorrentes escolhidos ao acaso entre o estimável e babado público. Tudo isto, em directo, com as televisões como testemunhas evangélicas do novo milagre da precisão. Os concorrentes eram simples figurantes da escandalosa delinquência publicitária que seria o anúncio da perfeição no futebol. Estavam todos bem calçados, os concorrentes e os multimilionários autores da bota. O objectivo era acertar com uma bola, a uma distância de cem metros, num buraco de perímetro pouco maior do que o objecto atirado. Missão impossível com uma bota normal, nem mesmo à medida dos maiores super-heroís do futebol mundial. Agora, com esta bota, era quase possível colocar duas pessoas nas extremidades opostas de uma montanha a trocar certeiros e infalíveis pontapés na bola. Incrível. Isto, claro, se nos fiarmos no exagerado texto de apoio inscrito num mailing enviado para as maiores sedes de futebol em todo o mundo.
O concurso começou e ao primeiro pontapé, bola fora do alvo. Inquietação generalizada mas convencimento de que tinha sido apenas um pequeno desvio humano na perfeição tecnológica. Como era possível? Os remates seguintes, mais de cem – já que o número de concorrentes alastrou – confirmariam que o futebol não é para todos nem admite a intrusão dos novos pregadores da ciência robótica. Nem um remate certeiro. Em desespero de causa, já com as televisões desmobilizadas, os cabos recolhidos e os anunciantes em fuga, deu-se uma imagem de epilepsia colectiva. Chegavam, entretanto, reforços: a marca desportiva não se dava por vencida e para provar a eficiência do seu invento, contratou a peso de ouro, Ronaldinho, Zidane e Figo para novo teste. Primeiro, o brasileiro dentudo, gingão e melhor do mundo e arredores. Falhou. Pela primeira vez, Ronaldinho perdeu aquele sorriso cinematográfico. Depois, Zidane, com os dedos dos pés apoiados nas extremidades como uma bailarina, voando para a bola, mas aterrando na crua realidade. Novo e estrondoso falhanço. Agora, Figo, avança determinado, verdadeiro Átila dos campos de futebol, faz a paradinha, engana o público e no momento em que todos esperam o estrepitoso embate com a bola, Figo olha para o lado e suspira. Aqui sim, deu-se um momento de viragem. O craque português faz uma diagonal até à montra ao lado e olha para a bota velha e caduca. Parecia já um tamanco, mas Figo colou o seu olhar no menino míope e viu-se a si próprio, nos anos da sua adolescência. Esse recuo no tempo fá-lo reconhecer aquela bota, já que durante muito tempo não se cansara de a ver. É Figo que se lembra que o último homem a descalçar aquela bota tinha sido um fenomenal jogador chamado…Chalana. O seu ídolo
PS: Esta é uma história apócrifa mas que não muda o essencial: Chalana foi o maior jogador português de sempre, depois de Eusébio. Por isso, este livro é a homenagem ao meu ídolo de infância. Resolvi escrevê-lo, um dia, quando o meu filho mais velho me perguntou, depois de ter visto o pai, a entrevistar na televisão, o grande Chalana: «Ó pai, quem era aquele senhor que estavas a entrevistar?». Olhei para ele, com aquela ternura com que o habituei e respondi-lhe: “Filho, ouve bem. Quem é o jogador que mais gostas de ver?» Eu já sabia resposta, mas mesmo assim, soube bem ouvi-la de novo: “O Ronaldinho”, disparou o meu filho, com aquele enfado juvenil de quem é massacrado sempre com a mesma pergunta. “Pois bem, filho, quando eu era da tua idade, o Chalana esteve para mim como o Ronaldinho está para ti”. É para isso que serve este livro.