Campeões. Vamos ser campeões não tenho a menor dúvida.
Que grande vitória que o Sport Lisboa e Benfica obteve esta noite no, sempre complicado, terreno do Vitória de Guimarães. Uma vitória que foi extremamente difícil e por isso muito mais deliciosa. São vitórias destas que fazem campeões e hoje os 14 bravos que envergaram o manto sagrado foram campeões e, finalmente, começamos a aproveitar os deslizes dos principais adversários ao mesmo tempo que vamos cimentado a nossa estrutura, aumentando a nossa coesão e, acima de tudo, mostrando todo o potencial que esta equipa tem.
Quique Flores resolveu dar a titularidade a Pablo Aimar e os benfiquistas tiveram a oportunidade, mais uma, de ver uma das maiores estrelas mundias a jogar futebol. Repito, a jogar futebol. Não é preciso grandes fintas e malabarismos para se jogar futebol, por vezes, o simples é o mais difícil, e jogadores como Aimar tornam o "simples" simples. A dupla que fez com Suazo deu um cheirinho do que uma dupla muito móvel e técnica pode oferecer ao Glorioso. O primeiro golo é de uma beleza fantástica começando com um formidável passe de Aimar para isolar Suazo que em corrida tira dois adversários do caminho e chuta certeiro para as redes de Nilson inaugurando o marcador e, segundo algumas fontes, marcando o golo 5000 da história do Sport Lisboa e Benfica. O passe de Aimar é formidável não pela forma como o fez, que é bela sem dúvida, mas pela rapidez e lucidez com que o fez. É esta simplicidade de processos, esta rapidez de reciocínio e de execução que fazem de Aimar um dos melhores dos melhores.
O resto da equipa ía acompanhado a dupla atacante com Yebda e Katsouranis a dominarem o meio campo e a dupla de centrais perfeitamente autoritária e eficiente. Luisão prepara-se para fazer a sua melhor época ao serviço do Glorioso. Estas últimas exibições do central brasileiro foram um luxo e Sidnei volta a não querer ficar atrás em termos exibicionais e factura mais um golo que, segundo outras fontes, terá sido o golo 5000 da história do Sport Lisboa e Benfica. O elemento que terá tido nota negativa na noite de hoje terá sido Maxi Pereira, não tanto pelas culpas do golo, que as terá, mas por três ou quatro decisões erradas que provocaram cantos e foras completamente desnecessários. Sem dúvida que deu tudo o que tinha, incansável e raçudo, mas tem que jogar mais fácil do que tem feito. A minutos do intervalo, já após, o golo vimanarense a equipa atrapalha-se um pouco e em pouco tempo Reyes leva dois amarelos e complica bastante a tarefa da equipa para a segunda parte. Temi muito que o Benfica não conseguisse aguentar a pressão do Vitória durante 45 minutos e imaginei dezenas de livres para a bola ser bombeada para a nossa área.
Felizmente a equipa foi muito brava, nunca perdeu a coesão e a concentração, todos os jogadores foram raçudos e lutaram até ao fim e conseguimos ir afastando a bola sem o recurso ao jogo faltoso e isso permite ir ganhando confiança e moral para os minutos que faltavam para acabar o jogo. Quique resolve mexer e substitui, correctamente, Aimar por Martins, com uma segunda parte bastante intensa e com Aimar a vir de prolongada ausência e tendo já um amarelo não fazia sentido arriscar ainda para mais com um jogo importante na próxima quinta feira. Carlos Martins entrou para fazer de Aimar e pautar o jogo e procurar servir a velocidade e força de Suazo. Mas Quique rapidamente tirou Suazo, também compreensível, para colocar Cardozo numa opção já mais discutível porque Tacuara não é talhado para este tipo de jogo pois ficou sozinho lá na frente lutando com os centrais e sem apoio, não tendo a velocidade de Suazo não podia corresponder aos passes sucessivos dos colegas. Talvez Nuno Gomes, fresco, fosse mais acertado se bem que o físico de Cardozo dá sempre jeito nas bolas paradas, quer defensivas quer ofensivas. Por fim Quique refrescou o meio campo tirando um esgotado Ruben Amorim pelo dinâmico Binya já nos minutos finais.
Xistra quis complicar o que podia ter sido fácil. A facilidade com que se expulsam jogadores do Glorioso é impressionante enquanto que os outros podem bater, dar cotoveladas, pontapés na cara, mãos na bola, simular, etc que nada lhes acontece. Penso que não houve falta sobre Aimar logo no início do jogo nem há qualquer falta também sobre Roberto na área do Glorioso. Um fora de jogo muito mal assinalado a Suazo que seria, certamente, o terceiro do Benfica porque Suazo não falha um lance destes. Não posso aceitar a expulsão de Reyes quando o árbitro não teve o mesmo critério para os jogadores do Vitória.
Uma grande vitória que nos irá dar mais moral e confiança para os jogos seguintes, aproveitar os deslizes adversários é "obrigatório" para aumentar a vantagem e colocar enorme pressão sobre eles. E tínhamos jogadores como Di Maria e Léo de fora. Muito bom mesmo.
PS: Que os nossos camaradas benfiquistas de Guimarães que foram ao estádio nos façam um resumo do sempre quente ambiente que se viveu nas bancadas neste excitante jogo.