Labaredas
Existe um local, semi-recôndito, do site oficial do FC Porto, que dá pelo nome de “Labaredas”, que é um interessante exercício sobre a soberba e a falta de chá. A primeira resolve-se com o tempo, a segunda devia ter sido resolvida na infância. O autor dos textos, presumindo um humor a que tem notórias dificuldades em ascender, sente-se particularmente babado quando escreve sobre o Benfica e as suas dificuldades de organização.
Só há uma coisa que detesto mais do que mau perder no desporto. É o mau ganhar. Aqueles que sentindo-se enfunados pelas vitórias, não conseguem distinguir, nos festejos, entre o que é um foguete no ar e um foguete para a Lua. Um foguete no ar, é sinal de festa merecida e apoiada pelo sentimento. Um foguete para a Lua é um desejo meu, onde cabem todos os “labaredas” do nosso futebol, que não conseguem ultrapassar os seus complexos e principalmente não conseguem pular a cerca do respeito.
Os limites do tempo devoram-nos a certeza de que as coisas não mudam. O Mundo ainda é redondo, mas com tantas ideias quadradas, será impossível manter esta geometria intacta. As pessoas que não conseguem realizar essa mudança, serão incapazes de a perceber. O “Labaredas” não consegue atingir mais nada que não seja a sua ganância de vitórias, não cuidando se saber que há mais marés que marinheiros.
Um dia isto acaba e o “Labaredas” que voltará a escrever?
Pelo menos, confirma-se a ideia de que, em Portugal, quando nascemos, somos todos benfiquistas. Uma esmagadora maioria é tocada por uma graça divina e é-lhes permitido que continuem a sê-lo por uma vida inteira. Os outros, como o “Labaredas”, escrevem textos tontos e ressentidos. Até ao dia em que o Benfica se organizará, vencerá e imporá uma nova ordem no desporto português. Não sei quantos anos isso demorará, posso até temer que isso não aconteça nos próximos anos, mas de uma coisa estou seguro. Quando isso acontecer, o “Labaredas” será reduzido a cinzas. E nessa altura, até a Avenida dos Aliados voltará a ser nossa.
PS: Já está. Ainda não apareceu o Movimento Benfica Vencer Vencer e a direcção de comunicação do Benfica já colou este movimento à campanha esquizofrénica dos jornais sobre a sucessão de Quique. Não há um benfiquista que conheça – e conheço vários – que integrem esse movimento que não se sinta indignado com essa campanha. Mas também não há um único benfiquista desse movimento que não saiba a guerra fraticida existente no interior do clube entre duas facções. Uma pró-Quique e outra pró-Jesus. E é desta divisão interna que os jornais se alimentam, porque as fontes que os sustentam, fazem o percurso de dentro para fora. Para acabar neste espectáculo degradante que prejudica o Benfica e diverte o “Labaredas”.
Ser do Benfica não se explica, sente-se. É mais que uma paixão, maior que um amor, é um estado de espírito.
blog
sexta-feira, maio 29, 2009
quarta-feira, maio 27, 2009
A Fervilhar
A actual situação do Sport Lisboa e Benfica, com a indefinição em relação ao futuro do actual treinador do clube pôs a blogoesfera benfiquista a fervilhar de emoções. São denúncias de situações reprováveis por parte de representantes máximos do Benfica, são revelações de reuniões semi-secretas com vista a angariar apoios para possiveis candidaturas, são movimentos, são ataques, são defesas, pede-se calma, outros pedem acção. Ninguem se entende.
Não sei quem tem razão, acredito que todos têm alguma razão e que nenhum tem a razão toda, mas há algo que eu não consigo esconder, que é a sensação que tenho de que a Direcção do Benfica está completamente à nora. Há quem defenda o contrário, que está tudo controlado, que faz tudo parte de uma jogada. Sinceramente não consigo perceber qual mas adorava que fosse verdade.
Preciso de motivos para poder confiar. Conseguem-mos dar?
Não sei quem tem razão, acredito que todos têm alguma razão e que nenhum tem a razão toda, mas há algo que eu não consigo esconder, que é a sensação que tenho de que a Direcção do Benfica está completamente à nora. Há quem defenda o contrário, que está tudo controlado, que faz tudo parte de uma jogada. Sinceramente não consigo perceber qual mas adorava que fosse verdade.
Preciso de motivos para poder confiar. Conseguem-mos dar?
terça-feira, maio 26, 2009
Maxi Pereira
Este impasse sobre a situação de Quique Flores é uma boa oportunidade para elogiar aquele que foi, para mim, o melhor jogador do Benfica na época de 2008/09: Maxi Pereira.
Um dos patinhos feios da época anterior ao recuar no terreno para a posição de lateral direito voltou a receber duras críticas dos benfiquistas que temiam um descalabro defensivo mas, através da sua raça, profissionalismo e, porque não, qualidade, Maxi demonstrou ser um defesa lateral direito que honra os pergaminhos do manto sagrado.
Uma das posições que mais dores de cabeça deu na pré época aos benfiquistas acabou por ser a posição mais segura e tranquila que a equipa teve ao longo da época e a isso se deve à excelente prestação que o uruguaio teve ao longo da época. Quer contra adversários rápidos, quer contra adversários duros, Maxi nunca perdeu uma luta, nunca baixou os braços.
O Benfica ganhou um lateral direito e os benfiquistas respeito pelo Maxi Pereira.
Um dos patinhos feios da época anterior ao recuar no terreno para a posição de lateral direito voltou a receber duras críticas dos benfiquistas que temiam um descalabro defensivo mas, através da sua raça, profissionalismo e, porque não, qualidade, Maxi demonstrou ser um defesa lateral direito que honra os pergaminhos do manto sagrado.
Uma das posições que mais dores de cabeça deu na pré época aos benfiquistas acabou por ser a posição mais segura e tranquila que a equipa teve ao longo da época e a isso se deve à excelente prestação que o uruguaio teve ao longo da época. Quer contra adversários rápidos, quer contra adversários duros, Maxi nunca perdeu uma luta, nunca baixou os braços.
O Benfica ganhou um lateral direito e os benfiquistas respeito pelo Maxi Pereira.
domingo, maio 24, 2009
SL Benfica - Belenenses: 3-1
O Benfica despede-se da época 2008/09 com uma vitória tranquila perante 30 mil benfiquistas no Estádio da Luz.
Um jogo que mostra bem os equívocos que Quique teve durante toda a época ao manter um meio campo demasiado macio e permeável defensivamente, de colocar Aimar no apoio directo ao ponta de lança apesar de Di Maria ter rubricado uma belíssima exibição nessa posição no jogo anterior, de se ter percebido, mas uma vez, do crime que foi manter Cardozo no banco durante tantos jogos, da utilidade que Fellipe Bastos poderia ter tido ao longo da época se tem sido mais utilizado tal como o próprio Mantorras que, pelo menos, no Estádio da Luz podia perfeitamente ter sido mais utilizado.
Chegar à última jornada e ver repetidos alguns dos erros cometidos ao longo da época é frustrante. O que vale é que temos, de facto, belíssimos jogadores que a nível individual conseguem ultrapassar as limitações do colectivo. Aimar ao descer alguns metros no terreno encontra bola e espaço para poder fazer passes deliciosos, Urreta rápido e irreverente com o apoio de Maxi dinamizou muito a ala direita, Cardozo a marcar, de cabeça, mais uma vez, etc. Pequenos pormenores individuais que permitem ultrapassar as dificuldades que o colectivo apresenta em termos de jogo a meio campo. Essencialmente a meio campo. O meio campo não fecha defensivamente o que provoca que a defesa seja sempre "assaltada" e depois não consegue compensar ofensivamente quando tem posse de bola. Quique emendou a mão rapidamente e com Fellipe Bastos em campo ganhou músculo, pressing e libertou Katsouranis para uma posição que rende mais.
O Belenenses a precisar de marcar abriu o jogo e, dessa forma, foi mais fácil para os nossos jogadores encontrarem o caminho do golo. E marcámos três golos por três jogadores que gostei que os tivessem marcado: Cardozo por razões óbvias, Fellipe Bastos porque merecia o alento e o inevitável Mantorras que teima em calar os seus críticos, mostrando que cabe no plantel do Benfica porque consegue resolver neste tipo de jogos.
O árbitro esteve razoavelmente bem. Anulou bem o golo ao Belenenses por braço de Wender, a expulsão foi clara mas não podia faltar o amarelo ao Aimar por protestos. A tal facilidade em amarelar jogadores do Glorioso.
Um jogo sem muita história onde o mais importante se irá passar de seguida. Terá sido o último jogo de Quique? De Luisão e Katsouranis? De Di Maria? Em breve saberemos. No final do jogo Quique disse que os adeptos podem estar de cabeça erguida, eu concordo. Se há alguem que tudo deu este ano foram os adeptos, foram inexcedíveis no apoio à equipa. Mereciam muito mais.
Aguardemos pelo futuro. Decisões importantes se avizinham.
PS: Belenenses desce de divisão. Desta vez o amigo corrupto não os acudiu...
Um jogo que mostra bem os equívocos que Quique teve durante toda a época ao manter um meio campo demasiado macio e permeável defensivamente, de colocar Aimar no apoio directo ao ponta de lança apesar de Di Maria ter rubricado uma belíssima exibição nessa posição no jogo anterior, de se ter percebido, mas uma vez, do crime que foi manter Cardozo no banco durante tantos jogos, da utilidade que Fellipe Bastos poderia ter tido ao longo da época se tem sido mais utilizado tal como o próprio Mantorras que, pelo menos, no Estádio da Luz podia perfeitamente ter sido mais utilizado.
Chegar à última jornada e ver repetidos alguns dos erros cometidos ao longo da época é frustrante. O que vale é que temos, de facto, belíssimos jogadores que a nível individual conseguem ultrapassar as limitações do colectivo. Aimar ao descer alguns metros no terreno encontra bola e espaço para poder fazer passes deliciosos, Urreta rápido e irreverente com o apoio de Maxi dinamizou muito a ala direita, Cardozo a marcar, de cabeça, mais uma vez, etc. Pequenos pormenores individuais que permitem ultrapassar as dificuldades que o colectivo apresenta em termos de jogo a meio campo. Essencialmente a meio campo. O meio campo não fecha defensivamente o que provoca que a defesa seja sempre "assaltada" e depois não consegue compensar ofensivamente quando tem posse de bola. Quique emendou a mão rapidamente e com Fellipe Bastos em campo ganhou músculo, pressing e libertou Katsouranis para uma posição que rende mais.
O Belenenses a precisar de marcar abriu o jogo e, dessa forma, foi mais fácil para os nossos jogadores encontrarem o caminho do golo. E marcámos três golos por três jogadores que gostei que os tivessem marcado: Cardozo por razões óbvias, Fellipe Bastos porque merecia o alento e o inevitável Mantorras que teima em calar os seus críticos, mostrando que cabe no plantel do Benfica porque consegue resolver neste tipo de jogos.
O árbitro esteve razoavelmente bem. Anulou bem o golo ao Belenenses por braço de Wender, a expulsão foi clara mas não podia faltar o amarelo ao Aimar por protestos. A tal facilidade em amarelar jogadores do Glorioso.
Um jogo sem muita história onde o mais importante se irá passar de seguida. Terá sido o último jogo de Quique? De Luisão e Katsouranis? De Di Maria? Em breve saberemos. No final do jogo Quique disse que os adeptos podem estar de cabeça erguida, eu concordo. Se há alguem que tudo deu este ano foram os adeptos, foram inexcedíveis no apoio à equipa. Mereciam muito mais.
Aguardemos pelo futuro. Decisões importantes se avizinham.
PS: Belenenses desce de divisão. Desta vez o amigo corrupto não os acudiu...
sexta-feira, maio 22, 2009
Um Olho à Benfica #8
Varandas sobre a actualidade
Uma recente entrevista do doutor João Varandas Fernandes ao jornal Record trouxe uma inesperada discussão ao debate sobre o aparecimento de uma eventual aparecimento de uma candidatura alternativa e credível à actual direcção. É bom que se esclareça, que tenho para mim, que para convencer verdadeiramente os benfiquistas da bondade de uma mudança, é absolutamente crucial que uma futura candidatura seja, de facto, alternativa e credível. De outro modo, não adiantará estar a maçar os benfiquistas com mais ruído e com mais desunião.
Outra condição fundamental é a de que um futuro candidato à presidência do Benfica se possa mesmo candidatar, sem atropelos aos estatutos e sem mudanças de última hora a esses estatutos, apenas para beneficiar esse putativo candidato. E claro, sem ter a necessidade de uma equipa de advogados, que possam atrasar ainda mais o próximo ciclo eleitoral, com o recurso inédito aos tribunais, utilizando a figura de providência cautelar.
Claramente o doutor João Varandas é uma imensa pedrada no actual charco ideológico em que se discute o Benfica e o seu futuro. De um lado, a utilização sistemática de um discurso oco e demagógico, desafiando outros benfiquistas na sua integridade moral, chamando-lhes abutres, hienas ou outras espécies humanas. Do outro, uma crítica desmiolada com recurso a um incompreensível encosto à forma como o nosso principal adversário é gerido.
Desde já adianto que conheço pessoalmente o doutor João Varandas. E antes que possam acusá-lo de oportunismo ou de reclamar para si uma agenda suspeita e maviosa, posso assegurar que o doutor João Varandas pertence a um tipo de pessoas que inquestionável valor humano e indesmentível categoria humana. Não sei se, no futuro, virá a ser candidato à presidência do Benfica. O seu perfil é claramente alternativo e o seu percurso é objectivamente credível. Mas trata-se de uma pessoa com uma agenda muito sobrecarregada – é a única agenda que lhe conheço – pois gere um orçamento maior do que o do Benfica, um universo de vários milhares de pessoas e será ainda o director do futuro Hospital de Cascais. Trata-se igualmente de um quadro muito qualificado do Grupo Caixa e ainda médico da Casa Civil da Presidência da República. É um benfiquista insuspeito, sofredor e muito preocupado com o actual rumo do clube. Será isto crime?
Para muitos benfiquistas ainda é um crime pensar de forma diferente da actual direcção. Para mim não é. Para um número cada mais alargado de benfiquistas também não é. Porém, na crítica, muitas vezes falta autoridade moral e capacidade de fundamentação a quem se opõe a Luís Filipe Vieira. É uma verdade que não deve ser escondida. Há pedras que se atiram à actual direcção que escondem estratégias sôfregas e descuidadas de auto-promoção.
Não é o caso do doutor João Varandas. Um homem que jamais pode ser acusado pelo actual presidente do Benfica de ser um abutre. Pois, de outro modo, como explicaria o presidente do Benfica o convite que fez ao doutor João Varandas para liderar o projecto da Fundação Benfica, há vários meses atrás?
O convite foi recusado, sem dramas, sem ressentimentos, apenas porque o doutor João Varandas explicou ao presidente do Benfica a sua preocupação pela gestão do clube em geral e pelo projecto da Fundação em particular. E tratava-se de uma diferença de opiniões completamente insanável, em relação à natureza social da Fundação e ao seu modo de financiamento.
Seguramente que é precipitado dizer-se que o doutor João Varandas será candidato. Não creio que seja isso que está na sua cabeça. Pelo menos, para já. Porque assim emite o seu primeiro sinal público de que não corre atrás de reconhecimento público, mas sim atrás de uma ideia, de um conceito e de uma discussão que ainda está por fazer no extenso universo benfiquista.
Conhecendo o doutor João Varandas, reconhecendo que as eleições serão em Outubro, creio que ele estará mais interessado em trazer mais Benfica para a discussão e menos protagonismo. O Movimento de que o doutor João Varandas fala é o exemplo mais concreto das suas intenções. Interessa-lhe discutir o Benfica, não lhe interessa discutir o presidente do Benfica. É nessa separação que se pode estabelecer uma diferença crucial entre Movimento e candidatura. O primeiro servirá para discutir ideias e mais tarde uma alternativa. Uma candidatura, cujo exemplo que temos é a prova mais indiscutível, reflecte um interesse em discutir os nomes e depois as ideias. E há mais de vinte anos que o Benfica discute nomes. De presidentes, de directores, de treinadores e de jogadores. Chegou a hora de discutir as ideias.
Uma recente entrevista do doutor João Varandas Fernandes ao jornal Record trouxe uma inesperada discussão ao debate sobre o aparecimento de uma eventual aparecimento de uma candidatura alternativa e credível à actual direcção. É bom que se esclareça, que tenho para mim, que para convencer verdadeiramente os benfiquistas da bondade de uma mudança, é absolutamente crucial que uma futura candidatura seja, de facto, alternativa e credível. De outro modo, não adiantará estar a maçar os benfiquistas com mais ruído e com mais desunião.
Outra condição fundamental é a de que um futuro candidato à presidência do Benfica se possa mesmo candidatar, sem atropelos aos estatutos e sem mudanças de última hora a esses estatutos, apenas para beneficiar esse putativo candidato. E claro, sem ter a necessidade de uma equipa de advogados, que possam atrasar ainda mais o próximo ciclo eleitoral, com o recurso inédito aos tribunais, utilizando a figura de providência cautelar.
Claramente o doutor João Varandas é uma imensa pedrada no actual charco ideológico em que se discute o Benfica e o seu futuro. De um lado, a utilização sistemática de um discurso oco e demagógico, desafiando outros benfiquistas na sua integridade moral, chamando-lhes abutres, hienas ou outras espécies humanas. Do outro, uma crítica desmiolada com recurso a um incompreensível encosto à forma como o nosso principal adversário é gerido.
Desde já adianto que conheço pessoalmente o doutor João Varandas. E antes que possam acusá-lo de oportunismo ou de reclamar para si uma agenda suspeita e maviosa, posso assegurar que o doutor João Varandas pertence a um tipo de pessoas que inquestionável valor humano e indesmentível categoria humana. Não sei se, no futuro, virá a ser candidato à presidência do Benfica. O seu perfil é claramente alternativo e o seu percurso é objectivamente credível. Mas trata-se de uma pessoa com uma agenda muito sobrecarregada – é a única agenda que lhe conheço – pois gere um orçamento maior do que o do Benfica, um universo de vários milhares de pessoas e será ainda o director do futuro Hospital de Cascais. Trata-se igualmente de um quadro muito qualificado do Grupo Caixa e ainda médico da Casa Civil da Presidência da República. É um benfiquista insuspeito, sofredor e muito preocupado com o actual rumo do clube. Será isto crime?
Para muitos benfiquistas ainda é um crime pensar de forma diferente da actual direcção. Para mim não é. Para um número cada mais alargado de benfiquistas também não é. Porém, na crítica, muitas vezes falta autoridade moral e capacidade de fundamentação a quem se opõe a Luís Filipe Vieira. É uma verdade que não deve ser escondida. Há pedras que se atiram à actual direcção que escondem estratégias sôfregas e descuidadas de auto-promoção.
Não é o caso do doutor João Varandas. Um homem que jamais pode ser acusado pelo actual presidente do Benfica de ser um abutre. Pois, de outro modo, como explicaria o presidente do Benfica o convite que fez ao doutor João Varandas para liderar o projecto da Fundação Benfica, há vários meses atrás?
O convite foi recusado, sem dramas, sem ressentimentos, apenas porque o doutor João Varandas explicou ao presidente do Benfica a sua preocupação pela gestão do clube em geral e pelo projecto da Fundação em particular. E tratava-se de uma diferença de opiniões completamente insanável, em relação à natureza social da Fundação e ao seu modo de financiamento.
Seguramente que é precipitado dizer-se que o doutor João Varandas será candidato. Não creio que seja isso que está na sua cabeça. Pelo menos, para já. Porque assim emite o seu primeiro sinal público de que não corre atrás de reconhecimento público, mas sim atrás de uma ideia, de um conceito e de uma discussão que ainda está por fazer no extenso universo benfiquista.
Conhecendo o doutor João Varandas, reconhecendo que as eleições serão em Outubro, creio que ele estará mais interessado em trazer mais Benfica para a discussão e menos protagonismo. O Movimento de que o doutor João Varandas fala é o exemplo mais concreto das suas intenções. Interessa-lhe discutir o Benfica, não lhe interessa discutir o presidente do Benfica. É nessa separação que se pode estabelecer uma diferença crucial entre Movimento e candidatura. O primeiro servirá para discutir ideias e mais tarde uma alternativa. Uma candidatura, cujo exemplo que temos é a prova mais indiscutível, reflecte um interesse em discutir os nomes e depois as ideias. E há mais de vinte anos que o Benfica discute nomes. De presidentes, de directores, de treinadores e de jogadores. Chegou a hora de discutir as ideias.
Ramires por 5 anos
Depois do comunicado à CMVM negando negociações pelo jogador, hoje o Benfica comunica à mesma entidade a contratação de Ramires por 5 anos, um negócio que custará aos nossos cofres 7.5 milhões de euros. Mais uma contratação de vulto que o Benfica realiza, apesar da crise financeira e dos fracos resultados desportivos que impedem a participação na Champions. Quem o conhece garante que estamos perante um excelente jogador que acaba de ser convocado para a Selecção do Brasil. Tem 22 anos e uma claúsula de rescisão de 30 milhões de euros. Consta que irá auferir 1 milhão de euros por época.
Ramires sejas bem vindo ao maior clube do mundo.
Ramires sejas bem vindo ao maior clube do mundo.
quinta-feira, maio 21, 2009
Hum...
São muitos suspeitos estes elogios de Scolari a Ramires. Se juntarmos a contratação de Patric...hum...
Será?
Será?
terça-feira, maio 19, 2009
Soltas #83
- Mais uma semana se passa e o reboliço no Benfica continua. Treinadores e jogadores chegam às dezenas ao clube, metade da equipa vai sair, e não sai nenhuma palavra da Direcção para informar os benfiquistas. o que não bate certo é serem tão rápidos para desmentir certas coisas menores e nada dizerem perante esta confusão toda.
- Eu considero que a sintonia entre Director Desportivo e Treinador é fundamental para o sucesso de um clube. Contratar jogadores sem a presença do treinador pode resultar num autêntico tiro no pé no futuro. O bom senso manda-me acreditar que estas contratações e negociações estão a ser feitas com o aval do treinador do Benfica, seja o actual que se vai manter ou o futuro que já está a trabalhar nos bastidores.
- Vieira foi "implicado" no caso No Name Boys. É notícia para encher choriços. Cheira-me a vingança de quem tem culpas no cartório pelo ambiente de repressão e violência que se viveu nas bancadas da Luz nos últimos tempos e que acabou despedido. É perfeitamente natural que o Presidente do Benfica converse com os NN, principalmente quando estes lhe fizeram chegar inúmeras queixas. Vieira pedir às autoridades para deixarem entrar tochas? Alguem acredita nisso?
- Veiga falou. E disse algo que todos nós já dissemos e discutimos. Afirmou que não é candidato. Mas podia e devia ter tocado noutros temas como arbitragem e corrupção mas compreendo que não o faça na sua actual posição. Mas tinha ganho pontos se o tem feito.
- Estranho os valores que se falam para as contratações dos laterais Patric e Pereira. São demasiado altos para a actual conjectura económica quer do clube quer do mundo do futebol e, penso eu, reduzem em muito o orçamento disponível para atacar os "tubarões" desejados. Ou então, como alguém disse, descobriram petróleo para os lados da Luz.
- Em Andebol estamos a disputar a final com o clube corrupto, quinta feira na Luz irá ocorrer o segundo jogo da final. A raça da equipa de Andebol é digna de nos encher de orgulho. Em Basket falta uma vitória para atingir a final. Em grande estas modalidades.
- A blogoesfera benfiquista está mais pobre. O Encarnado e Branco foi encerrado. Espero que temporariamente. J G, serás sempre bem vindo a este espaço. Abraços
- Eu considero que a sintonia entre Director Desportivo e Treinador é fundamental para o sucesso de um clube. Contratar jogadores sem a presença do treinador pode resultar num autêntico tiro no pé no futuro. O bom senso manda-me acreditar que estas contratações e negociações estão a ser feitas com o aval do treinador do Benfica, seja o actual que se vai manter ou o futuro que já está a trabalhar nos bastidores.
- Vieira foi "implicado" no caso No Name Boys. É notícia para encher choriços. Cheira-me a vingança de quem tem culpas no cartório pelo ambiente de repressão e violência que se viveu nas bancadas da Luz nos últimos tempos e que acabou despedido. É perfeitamente natural que o Presidente do Benfica converse com os NN, principalmente quando estes lhe fizeram chegar inúmeras queixas. Vieira pedir às autoridades para deixarem entrar tochas? Alguem acredita nisso?
- Veiga falou. E disse algo que todos nós já dissemos e discutimos. Afirmou que não é candidato. Mas podia e devia ter tocado noutros temas como arbitragem e corrupção mas compreendo que não o faça na sua actual posição. Mas tinha ganho pontos se o tem feito.
- Estranho os valores que se falam para as contratações dos laterais Patric e Pereira. São demasiado altos para a actual conjectura económica quer do clube quer do mundo do futebol e, penso eu, reduzem em muito o orçamento disponível para atacar os "tubarões" desejados. Ou então, como alguém disse, descobriram petróleo para os lados da Luz.
- Em Andebol estamos a disputar a final com o clube corrupto, quinta feira na Luz irá ocorrer o segundo jogo da final. A raça da equipa de Andebol é digna de nos encher de orgulho. Em Basket falta uma vitória para atingir a final. Em grande estas modalidades.
- A blogoesfera benfiquista está mais pobre. O Encarnado e Branco foi encerrado. Espero que temporariamente. J G, serás sempre bem vindo a este espaço. Abraços
segunda-feira, maio 18, 2009
Tacuara
domingo, maio 17, 2009
Braga - SL Benfica : 1-3
Na última deslocação da época o Glorioso consegue uma vitória tranquila num jogo com pouca história em termos de classificação final mas onde o árbitro recusou não ser interviniente máximo.
No esperado, pela conjectura actual, duelo de treinadores, Jesus é fortemente penalizado pelos erros da sua equipa enquanto que Quique Flores voltou a mostrar o quanto equivocado andou durante grande parte da época ao não dar mais tempo de jogo a Cardozo e a Moreira. Tacuara voltou a facturar e a realizar uma estupenda exibição, principalmente na primeira parte onde esteve soberbo. Moreira, pelo seu lado, mostrou aos benfiquistas que é possível um guarda redes defender bolas que vão à baliza. Não sou muito fã do guarda redes benfiquista mas é absurdamente melhor que Quim. Este era um daqueles jogos que eu gostava de ver no início da época, em que dá ao treinador, e adeptos, a possibilidade de constatar certas coisas: Cardozo é um excelente avançado; Moreira é melhor que Quim; Di Maria rende bem a segundo avançado; Amorim no meio dá muito mais segurança e qualidade de jogo; mas ao ser na penultíma jornada deixa um amargo de boca pois pouco ou nada acrescenta à equipa nem sequer para o futuro pois o mesmo é ainda uma grande incognita para metade do plantel e equipa técnica do Benfica.
Não vi os primeiros 10 minutos por isso não apanhei a constituição da equipa mas presumo que David Luiz seria o lateral esquerdo com Ribeiro na ala à sua frente e Reyes da direita. Com a lesão do defesa brasileiro Quique faz entrar Urreta e recuar Ribeiro para lateral. Acabou por ter sorte nessa opção pois Urreta fez um belíssimo jogo com pormenores muito interessantes que mostram que pode ter um futuro risonho, como jovem que é ainda apresenta algumas falhas mas nada que o tempo e treino não resolvam. Ao apanhar o jogo com o Benfica em vantagem e pouco depois ver Di Maria a fazer o segundo golo foi com total paz de espírito que assisti ao jogo centrando, principalmente, nas exibições individuais dos jogadores e, nesse aspecto, Cardozo mais uma vez encheu-me as medidas. E Moreira também, há que dizê-lo. Jogadores que se Quique tem apostado mais neles talvez tivessemos mais uns pontitos do que temos.
Mas apesar de ter sido um jogo descansado ainda tive que soltar uns palavrões porque o árbitro de serviço achou que se a defesa do Braga estava a dar barraca ele tinha que equilibrar as coisas. O amarelo ao Moreira, aos 31 minutos, é uma vergonha. Passamos uma época inteira a ver guarda redes adversários na Luz a fazer um anti jogo deplorável e a levarem, quando levam, amarelo aos 85 minutos e agora Moreira leva um aos 31 minutos? E mais uma vez se demonstra facilidade com que se marcam penaltys contra o Benfica e são expulsos jogadores nossos. É verdade que é penalty de Miguel Vítor mas, lá está, duvido qe o mesmo seria assinalado se o Vítor vestisse um equipamento às riscas verde ou azul, e a expulsão do Yebda é patética. Simplesmente patética. E os amarelos que Reyes tem levado esta época por levar porrada atrás de porrada? E o único fora de jogo que não teve direito a risquinha amarela nas repetições da TV foi aquele em que Cardozo se isolava perante Eduardo. Interessante não é? São arbitragens destas que nos vão castrando os jogadores. Muitas vezes pedimos mais garra e atitude aos nossos jogadores mas depois, no relvado, eles são brindados com arbitragens destas. Levam porrada da grossa e nada acontece aos adversários e depois eles são admoestados com amarelos e vermelhos "por dá cá aquela palha"... É preciso acabar com esta palhaçada, é preciso que os benfiquistas acordem para esta realidade pois são estas coisinhas que acabam com os nossos jogadores e treinadores...
Falta uma jornada. O Benfica tem muitas decisões a tomar nos próximos tempos. Decisões importantes. Que a próxima semana seja calma e que se comece a tratar do futuro do Glorioso após o jogo com o Belenenses.
No esperado, pela conjectura actual, duelo de treinadores, Jesus é fortemente penalizado pelos erros da sua equipa enquanto que Quique Flores voltou a mostrar o quanto equivocado andou durante grande parte da época ao não dar mais tempo de jogo a Cardozo e a Moreira. Tacuara voltou a facturar e a realizar uma estupenda exibição, principalmente na primeira parte onde esteve soberbo. Moreira, pelo seu lado, mostrou aos benfiquistas que é possível um guarda redes defender bolas que vão à baliza. Não sou muito fã do guarda redes benfiquista mas é absurdamente melhor que Quim. Este era um daqueles jogos que eu gostava de ver no início da época, em que dá ao treinador, e adeptos, a possibilidade de constatar certas coisas: Cardozo é um excelente avançado; Moreira é melhor que Quim; Di Maria rende bem a segundo avançado; Amorim no meio dá muito mais segurança e qualidade de jogo; mas ao ser na penultíma jornada deixa um amargo de boca pois pouco ou nada acrescenta à equipa nem sequer para o futuro pois o mesmo é ainda uma grande incognita para metade do plantel e equipa técnica do Benfica.
Não vi os primeiros 10 minutos por isso não apanhei a constituição da equipa mas presumo que David Luiz seria o lateral esquerdo com Ribeiro na ala à sua frente e Reyes da direita. Com a lesão do defesa brasileiro Quique faz entrar Urreta e recuar Ribeiro para lateral. Acabou por ter sorte nessa opção pois Urreta fez um belíssimo jogo com pormenores muito interessantes que mostram que pode ter um futuro risonho, como jovem que é ainda apresenta algumas falhas mas nada que o tempo e treino não resolvam. Ao apanhar o jogo com o Benfica em vantagem e pouco depois ver Di Maria a fazer o segundo golo foi com total paz de espírito que assisti ao jogo centrando, principalmente, nas exibições individuais dos jogadores e, nesse aspecto, Cardozo mais uma vez encheu-me as medidas. E Moreira também, há que dizê-lo. Jogadores que se Quique tem apostado mais neles talvez tivessemos mais uns pontitos do que temos.
Mas apesar de ter sido um jogo descansado ainda tive que soltar uns palavrões porque o árbitro de serviço achou que se a defesa do Braga estava a dar barraca ele tinha que equilibrar as coisas. O amarelo ao Moreira, aos 31 minutos, é uma vergonha. Passamos uma época inteira a ver guarda redes adversários na Luz a fazer um anti jogo deplorável e a levarem, quando levam, amarelo aos 85 minutos e agora Moreira leva um aos 31 minutos? E mais uma vez se demonstra facilidade com que se marcam penaltys contra o Benfica e são expulsos jogadores nossos. É verdade que é penalty de Miguel Vítor mas, lá está, duvido qe o mesmo seria assinalado se o Vítor vestisse um equipamento às riscas verde ou azul, e a expulsão do Yebda é patética. Simplesmente patética. E os amarelos que Reyes tem levado esta época por levar porrada atrás de porrada? E o único fora de jogo que não teve direito a risquinha amarela nas repetições da TV foi aquele em que Cardozo se isolava perante Eduardo. Interessante não é? São arbitragens destas que nos vão castrando os jogadores. Muitas vezes pedimos mais garra e atitude aos nossos jogadores mas depois, no relvado, eles são brindados com arbitragens destas. Levam porrada da grossa e nada acontece aos adversários e depois eles são admoestados com amarelos e vermelhos "por dá cá aquela palha"... É preciso acabar com esta palhaçada, é preciso que os benfiquistas acordem para esta realidade pois são estas coisinhas que acabam com os nossos jogadores e treinadores...
Falta uma jornada. O Benfica tem muitas decisões a tomar nos próximos tempos. Decisões importantes. Que a próxima semana seja calma e que se comece a tratar do futuro do Glorioso após o jogo com o Belenenses.
quinta-feira, maio 14, 2009
Um Olho à Benfica #7
Ai Jesus
Última hora: Recebo a esta hora três telefonemas. Todos eles com a mesma mensagem. Jorge Jesus assinou contrato com o Benfica durante o dia de hoje. O contrato vale ao treinador do Sp.Braga um milhão de euros brutos/ano. Não sei se é verdade. Custa-me a admitir, estamos a três dias do Braga-Benfica. Por outro lado, se for verdade, já começa a ser indiferente.
A contratação de um novo treinador no Benfica, pelo mesmo presidente que contratou Jesualdo Ferreira, Camacho, Trapattoni, Koeman, Fernando Santos, de novo Camacho, um bocadinho de Chalana e finalmente Quique Flores, já não é aguardada pelos benfiquistas como um sinal esperançoso de novos tempos, mas sim como demonstração de que o Benfica, actualmente, substituiu os títulos pelos ciclos, a estabilidade pela incerteza.
Por isso, pessoalmente, reajo, como benfiquista, com alguma indiferença a estas notícias sobre a iminente contratação de Jorge Jesus. Em primeiro lugar porque sei que o verdadeiro Jesus de que o Benfica precisava não é o de Braga, mas aqueloutro, que nasceu há mais de 2000 anos, na Galileia. Esse sim, fazia milagres. Este não. É apenas um bom treinador, com boas intenções, mas que não será nem melhor, nem pior do que os outros dezassete que passaram pelo Benfica nos últimos quinze anos.
Em segundo lugar, porque esta contratação devia explicar aos sócios do Benfica que Luís Filipe Vieira continua sem aprender com os erros que foi e continua a cometer. Já fez o mesmo a Fernando Santos, quando o engenheiro era o treinador do Benfica e o presidente do clube passava férias em Espanha com o seu substituto. Não há respeito pelas pessoas, não há o cuidado de os defender na sua dignidade profissional e o Benfica arrisca-se um dia a deixar de ser apelativo a grandes treinadores do circuito mundial. A este respeito gostaria que um dia Camacho pudesse explicar porque é que dificilmente repetiria hoje as férias com Luís Filipe Vieira e revelasse os motivos pelos quais se sentiu impotente para continuar no clube, quando deixou o Benfica no segundo lugar do campeonato e com o Sporting a uma distância confortável. E seria também revelador para os benfiquistas, que Luís Filipe Scolari pudesse explicar-nos porque motivo não aceitou treinar o Benfica, quando recentemente foi convidado pelo presidente do nosso clube.
Há dois meses atrás, a manutenção de Quique Flores se fosse a votos, teria uma indiscutível maioria absoluta. Porém, um ou dois resultados negativos acenderam os alarmes na SAD do Benfica. O presidente e alguns administradores resolveram que essa manutenção do treinador espanhol seria perigosa em ano eleitoral. A partir daí a equipa caiu a pique, completamente desgovernada e sem um único sinal de recuperação. Durante dois meses, com o patrocínio dos directores do Benfica – à excepção de Rui Costa, imediatamente isolado nas reuniões do Conselho de Administração da SAD – o jornal A BOLA, abriu as hostilidades. Desde essa altura, todos acham que têm direito a acrescentar um prego no caixão de Quique. As primeiras páginas desse jornal desportivo foram-se tornando mais agressivas, alguns textos de opinião foram reflectindo a imagem que a SAD pretendia construir nos sócios, preparando-os para uma nova sucessão, um vice-presidente do clube ataca o treinador em directo, na SIC, o presidente e o director-desportivo escapam-se para Inglaterra, deixando a equipa, o treinador e mais uns quantos funcionários entregues a si próprios e no final dessa semana, após o empate com o Trofense, confirma-se, sem um pudico estremecimento interior, a notícia de que Di Maria se tinha revoltado no balneário contra o treinador.
Durante dois meses foi um pagode autêntico, uma espécie de fogo-de-artifício que foi rebentando com a autoridade de Quique no balneário e com a auto-estima dos adeptos. Do director de comunicação, da Benfica TV, do jornal do Benfica, da revista Mística, do site do clube, do director-desportivo e finalmente da direcção, nem um único sinal de que o treinador seria defendido. Como nunca foi. E agora, chegámos ao cúmulo desta cínica decisão de afastar Quique Flores. Ainda não terminou o campeonato e já todos sabemos quem vai substitui-lo. E por curiosidade, ou não, será o treinador do próximo adversário do Benfica no campeonato. E será caso para perguntar, aos ideólogos desta decisão de substituir Quique por Jesus, de que lado estarão no próximo fim-de-semana? Do lado do Benfica e ajudar a que o actual treinador e equipa de futebol possam sair do campeonato com dignidade, ou estarão do lado de Jesus, como demonstração final de que tinham razão?
É tudo isto que incomoda no Benfica actual. É verdade que o designado “sistema” não favorece o Benfica e pelo contrário afunda o clube numa doentia e irreprimível perseguição ao ouro, mas há outro sistema que prejudica a hipótese do clube se recuperar. Um sistema que destrói jogadores, treinadores e até directores-desportivos. Um sistema auto-fágico, que se alimenta de indecisões, instabilidade e pânico pelos resultados. Um sistema que apenas vive o Benfica em função de uma estratégia de sobrevivência no poder e não de um desejo construtivo de refundar o clube e as suas fundações mais visíveis.
Este é o problema do Benfica e dos benfiquistas em relação a estes sistemas. Acabar com o segundo para destruir o primeiro. De outro modo, lá está, o Jesus que o Benfica precisa é o da Galileia, não é o do Braga.
PS: Meu caro Alegre sempre. A sua escrita encanta-me, as suas questões perseguem-me e as suas dúvidas assaltam-me. Perguntará,”então porque é que não me responde?” Não tem a ver com discriminação, tem a ver com oportunidade. Pressinto na sua escrita um benfiquismo profundo que respeito. E de resto, é um contribuinte líquido de um cativante amor à camisola. Considero-o muito mais do que possa imaginar através das minhas respostas ou dos meus silêncios. Gosto do seu benfiquismo e por nada deste mundo desperdiçaria as suas ideias neste blogue. E no meio da tristeza que nos atinge, um alegre e ainda para mais sempre, é um raio de luz ao fundo do túnel.
Última hora: Recebo a esta hora três telefonemas. Todos eles com a mesma mensagem. Jorge Jesus assinou contrato com o Benfica durante o dia de hoje. O contrato vale ao treinador do Sp.Braga um milhão de euros brutos/ano. Não sei se é verdade. Custa-me a admitir, estamos a três dias do Braga-Benfica. Por outro lado, se for verdade, já começa a ser indiferente.
A contratação de um novo treinador no Benfica, pelo mesmo presidente que contratou Jesualdo Ferreira, Camacho, Trapattoni, Koeman, Fernando Santos, de novo Camacho, um bocadinho de Chalana e finalmente Quique Flores, já não é aguardada pelos benfiquistas como um sinal esperançoso de novos tempos, mas sim como demonstração de que o Benfica, actualmente, substituiu os títulos pelos ciclos, a estabilidade pela incerteza.
Por isso, pessoalmente, reajo, como benfiquista, com alguma indiferença a estas notícias sobre a iminente contratação de Jorge Jesus. Em primeiro lugar porque sei que o verdadeiro Jesus de que o Benfica precisava não é o de Braga, mas aqueloutro, que nasceu há mais de 2000 anos, na Galileia. Esse sim, fazia milagres. Este não. É apenas um bom treinador, com boas intenções, mas que não será nem melhor, nem pior do que os outros dezassete que passaram pelo Benfica nos últimos quinze anos.
Em segundo lugar, porque esta contratação devia explicar aos sócios do Benfica que Luís Filipe Vieira continua sem aprender com os erros que foi e continua a cometer. Já fez o mesmo a Fernando Santos, quando o engenheiro era o treinador do Benfica e o presidente do clube passava férias em Espanha com o seu substituto. Não há respeito pelas pessoas, não há o cuidado de os defender na sua dignidade profissional e o Benfica arrisca-se um dia a deixar de ser apelativo a grandes treinadores do circuito mundial. A este respeito gostaria que um dia Camacho pudesse explicar porque é que dificilmente repetiria hoje as férias com Luís Filipe Vieira e revelasse os motivos pelos quais se sentiu impotente para continuar no clube, quando deixou o Benfica no segundo lugar do campeonato e com o Sporting a uma distância confortável. E seria também revelador para os benfiquistas, que Luís Filipe Scolari pudesse explicar-nos porque motivo não aceitou treinar o Benfica, quando recentemente foi convidado pelo presidente do nosso clube.
Há dois meses atrás, a manutenção de Quique Flores se fosse a votos, teria uma indiscutível maioria absoluta. Porém, um ou dois resultados negativos acenderam os alarmes na SAD do Benfica. O presidente e alguns administradores resolveram que essa manutenção do treinador espanhol seria perigosa em ano eleitoral. A partir daí a equipa caiu a pique, completamente desgovernada e sem um único sinal de recuperação. Durante dois meses, com o patrocínio dos directores do Benfica – à excepção de Rui Costa, imediatamente isolado nas reuniões do Conselho de Administração da SAD – o jornal A BOLA, abriu as hostilidades. Desde essa altura, todos acham que têm direito a acrescentar um prego no caixão de Quique. As primeiras páginas desse jornal desportivo foram-se tornando mais agressivas, alguns textos de opinião foram reflectindo a imagem que a SAD pretendia construir nos sócios, preparando-os para uma nova sucessão, um vice-presidente do clube ataca o treinador em directo, na SIC, o presidente e o director-desportivo escapam-se para Inglaterra, deixando a equipa, o treinador e mais uns quantos funcionários entregues a si próprios e no final dessa semana, após o empate com o Trofense, confirma-se, sem um pudico estremecimento interior, a notícia de que Di Maria se tinha revoltado no balneário contra o treinador.
Durante dois meses foi um pagode autêntico, uma espécie de fogo-de-artifício que foi rebentando com a autoridade de Quique no balneário e com a auto-estima dos adeptos. Do director de comunicação, da Benfica TV, do jornal do Benfica, da revista Mística, do site do clube, do director-desportivo e finalmente da direcção, nem um único sinal de que o treinador seria defendido. Como nunca foi. E agora, chegámos ao cúmulo desta cínica decisão de afastar Quique Flores. Ainda não terminou o campeonato e já todos sabemos quem vai substitui-lo. E por curiosidade, ou não, será o treinador do próximo adversário do Benfica no campeonato. E será caso para perguntar, aos ideólogos desta decisão de substituir Quique por Jesus, de que lado estarão no próximo fim-de-semana? Do lado do Benfica e ajudar a que o actual treinador e equipa de futebol possam sair do campeonato com dignidade, ou estarão do lado de Jesus, como demonstração final de que tinham razão?
É tudo isto que incomoda no Benfica actual. É verdade que o designado “sistema” não favorece o Benfica e pelo contrário afunda o clube numa doentia e irreprimível perseguição ao ouro, mas há outro sistema que prejudica a hipótese do clube se recuperar. Um sistema que destrói jogadores, treinadores e até directores-desportivos. Um sistema auto-fágico, que se alimenta de indecisões, instabilidade e pânico pelos resultados. Um sistema que apenas vive o Benfica em função de uma estratégia de sobrevivência no poder e não de um desejo construtivo de refundar o clube e as suas fundações mais visíveis.
Este é o problema do Benfica e dos benfiquistas em relação a estes sistemas. Acabar com o segundo para destruir o primeiro. De outro modo, lá está, o Jesus que o Benfica precisa é o da Galileia, não é o do Braga.
PS: Meu caro Alegre sempre. A sua escrita encanta-me, as suas questões perseguem-me e as suas dúvidas assaltam-me. Perguntará,”então porque é que não me responde?” Não tem a ver com discriminação, tem a ver com oportunidade. Pressinto na sua escrita um benfiquismo profundo que respeito. E de resto, é um contribuinte líquido de um cativante amor à camisola. Considero-o muito mais do que possa imaginar através das minhas respostas ou dos meus silêncios. Gosto do seu benfiquismo e por nada deste mundo desperdiçaria as suas ideias neste blogue. E no meio da tristeza que nos atinge, um alegre e ainda para mais sempre, é um raio de luz ao fundo do túnel.
Inter e o Sistema
Ninguem tem dúvidas que o FC Internazional é a equipa mais forte de Itália. É campeão indiscutível e vai sê-lo novamente. O domínio em Itália tem sido esmagador sendo que a aposta seguinte do clube é para conquistar a Liga dos Campeões.
Mas, se a memória não for curta, todos se lembram que não foi sempre assim. O Inter, até à pouco tempo, era gozado por ser um cemitério de treinadores, era ridicularizado por gastar milhões em jogadores e salários absurdos e depois nada conquistar. Investia na equipa e depois acabava por morrer na praia. Os jogadores, treinadores e dirigentes eram gozados e criticados. Até que aconteceu algo que mudou tudo isto. O Inter passou a contratar jogadores diferentes? Não. Os treinadores foram inovadores? Nem por isso. Os dirigentes mudaram de postura? Acho que não. Então o que mudou? A resposta todos sabem: Calciocaos. Os rivais do Inter foram apanhados nas malhas da Justiça italiana, foram penalizados duramente pelas suas infracções e o poder que tinham no futebol italiano caíu pelo cano abaixo. E o Inter cresceu. E o Inter venceu. E agora o Inter é o mais forte clube italiano e os outros não conseguem acompanhar.
Capice?
Mas, se a memória não for curta, todos se lembram que não foi sempre assim. O Inter, até à pouco tempo, era gozado por ser um cemitério de treinadores, era ridicularizado por gastar milhões em jogadores e salários absurdos e depois nada conquistar. Investia na equipa e depois acabava por morrer na praia. Os jogadores, treinadores e dirigentes eram gozados e criticados. Até que aconteceu algo que mudou tudo isto. O Inter passou a contratar jogadores diferentes? Não. Os treinadores foram inovadores? Nem por isso. Os dirigentes mudaram de postura? Acho que não. Então o que mudou? A resposta todos sabem: Calciocaos. Os rivais do Inter foram apanhados nas malhas da Justiça italiana, foram penalizados duramente pelas suas infracções e o poder que tinham no futebol italiano caíu pelo cano abaixo. E o Inter cresceu. E o Inter venceu. E agora o Inter é o mais forte clube italiano e os outros não conseguem acompanhar.
Capice?
terça-feira, maio 12, 2009
Dança de treinadores
Chega mais uma final de época e tudo aponta para que o Benfica, mais uma vez, mude de treinador. É uma autêntica dança de treinadores que se tem verificado no Glorioso nestes últimos anos e quando o treinador super titulado que acaba com o jejum de títulos de campeão nacional ao fim de 11 anos não resiste a esta dança, algo tem que mudar para além do cargo de treinador.
As conversas centram-se em duas caras: Jorge Jesus e Scolari. Opções bem diferentes uma da outra. O português oferece qualidade técnica, conhecimento do campeonato português e da grandeza do clube; o brasileiro oferece liderança inequívoca e respeito por parte dos jogadores. Uma mescla dos dois seria perfeita. Mas ainda não há confirmação oficial da saída de Quique, há quem defenda a aposta na continuidade, no fim desta dança, mantendo Quique e dando-lhe o apoio necessário. E, como sempre que se fala de algo para o Glorioso, mais nomes irão surgir nem que não seja pelos contactos de Rui Costa em Itália.
E com duas jornadas para este penoso campeonato terminar o Benfica está, novamente, envolvido na novela dos treinadores e com eleições em Outubro muito está em jogo nesta decisão.
As conversas centram-se em duas caras: Jorge Jesus e Scolari. Opções bem diferentes uma da outra. O português oferece qualidade técnica, conhecimento do campeonato português e da grandeza do clube; o brasileiro oferece liderança inequívoca e respeito por parte dos jogadores. Uma mescla dos dois seria perfeita. Mas ainda não há confirmação oficial da saída de Quique, há quem defenda a aposta na continuidade, no fim desta dança, mantendo Quique e dando-lhe o apoio necessário. E, como sempre que se fala de algo para o Glorioso, mais nomes irão surgir nem que não seja pelos contactos de Rui Costa em Itália.
E com duas jornadas para este penoso campeonato terminar o Benfica está, novamente, envolvido na novela dos treinadores e com eleições em Outubro muito está em jogo nesta decisão.
segunda-feira, maio 11, 2009
sábado, maio 09, 2009
SL Benfica - Trofense: 2-2
Mais um jogo mais uma decepção.
Desta vez vou ter que ser um bocadito mais duro que o normal mas tem mesmo que ser. É absolutamente inaceitável o que se tem verificado esta época, cada remate à nossa baliza é golo certo. É impressionante. Aquela bosta de guarda redes que Quique deixou na baliza tem-nos custado golos atrás de golos e pontos atrás de pontos. É uma aberração. E constatar que, jogo após jogo, esta abécula comete os mesmos erros, sistemáticamente, com golos sofridos atrás de golos sofridos, ele é, mesmo assim, defendido por benfiquistas só me apetece dizer: merda para isto tudo.
Cruzamentos, cabeceamentos, golo. Seja à figura, seja para o lado, seja por cima. É sempre golo. Quim é patético, não tem reflexos, não tem agilidade, não tem altura, não tem posicionamento. Não tem nada. É absurdo a quantidade de golos que o Benfica sofre que qualquer guarda redes banal defendia. E ter que assistir a isto tudo enquanto temos um fantástico guarda redes a apanhar pó na bancada é motivo para voltar a dizer: merda para isto tudo.
Este jogo, tal como o da semana passada e os próximos dois são jogos a feijões, objectivamente não temos nada para lutar e vencer. Mas somos o Sport Lisboa e Benfica e, como tal, nem a feijões podemos perder. Temos que lutar como se fossemos campeões todos os jogos. Temos que honrar a mais gloriosa camisola que este país tem. Perder ou ganhar é desporto, mas honrar o manto sagrado é um dever, uma obrigação. E, verdade seja dita, não acho que a equipa não tenha dignificado o emblema. Não tiro o contexto do jogo da análise, os jogadores sentem perfeitamente que esta época foi uma profunda desilusão, que nada temos para alcançar nos jogos que faltam mas, apesar disso, achei que os jogadores tiveram vontade de vencer, lutaram contra as adversidades, procuraram dar a volta ao jogo. Infelizmente não conseguiram mas quando o adversário acerta duas vezes na baliza e com isso faz dois golos é impossível vencer jogos.
Claro que Quique tem culpa. É ele que coloca Quim na baliza. A opção é dele portanto é culpado disso. De resto acho que fez o que tinha a fazer, com as ausências deu a titularidade a Urreta e colocou Di Maria no apoio a Cardozo e Benfica até conseguiu fluidez ofensiva, bons lances, marcou golos e podia ter marcado mais. Com o desenrolar do jogo procurou mexer na equipa e, diga-se, Balboa entrou muito bem no jogo conseguindo fintas e cruzamentos bem interessantes. Mantorras sempre no sitio certo e Yebda para dar frescura ao meio campo na fase do empurrão à equipa da Trofa. Infelizmente não foi suficiente. Marcos foi mais um guarda redes que mostrou como se defende e como se sai a cruzamentos. Mas não há forma de se aprender...
O árbitro esteve razoavelmente bem. O erro do jogo não é da sua autoria, o fora de jogo do jogador do Trofense que faz a assistência para o segundo golo é culpa do auxiliar mas, tal a rapidez do lance, não faço disso um bicho de sete cabeças. É claro que se equipássemos de azul o golo nunca seria validado mas isso é outra história.
Só faltam dois jogos ou ainda faltam dois jogos para tudo isto terminar mas não tenham ilusões caros benfiquistas, ou isto dá uma grande volta ou para o ano será tudo igual. iremos mudar de jogadores, de treinadores, provavelmente de dirigentes e, aposto, que o que realmente interessa não mudará.
Mas quero acabar com algo positivo, e o positivo deste jogo chama-se, mais uma vez, Oscar Cardozo. Que belíssimo jogador é o paraguaio. Aposto que os seus detractores já estavam com ela fisgada para lhe "bater" quando ele falhou aquele golo mas, ao contrário de outros, Tacuara a seguir meteu duas bombocas lá dentro. Em três oportunidades de golo marcou dois golos. É isto que um ponta de lança tem que fazer, e Cardozo faz. Depois do que fez na época passada e o que está a fazer, novemente, esta época, ainda haver benfiquistas que digam mal dele só me apetece dizer: merda para isto tudo.
Desta vez vou ter que ser um bocadito mais duro que o normal mas tem mesmo que ser. É absolutamente inaceitável o que se tem verificado esta época, cada remate à nossa baliza é golo certo. É impressionante. Aquela bosta de guarda redes que Quique deixou na baliza tem-nos custado golos atrás de golos e pontos atrás de pontos. É uma aberração. E constatar que, jogo após jogo, esta abécula comete os mesmos erros, sistemáticamente, com golos sofridos atrás de golos sofridos, ele é, mesmo assim, defendido por benfiquistas só me apetece dizer: merda para isto tudo.
Cruzamentos, cabeceamentos, golo. Seja à figura, seja para o lado, seja por cima. É sempre golo. Quim é patético, não tem reflexos, não tem agilidade, não tem altura, não tem posicionamento. Não tem nada. É absurdo a quantidade de golos que o Benfica sofre que qualquer guarda redes banal defendia. E ter que assistir a isto tudo enquanto temos um fantástico guarda redes a apanhar pó na bancada é motivo para voltar a dizer: merda para isto tudo.
Este jogo, tal como o da semana passada e os próximos dois são jogos a feijões, objectivamente não temos nada para lutar e vencer. Mas somos o Sport Lisboa e Benfica e, como tal, nem a feijões podemos perder. Temos que lutar como se fossemos campeões todos os jogos. Temos que honrar a mais gloriosa camisola que este país tem. Perder ou ganhar é desporto, mas honrar o manto sagrado é um dever, uma obrigação. E, verdade seja dita, não acho que a equipa não tenha dignificado o emblema. Não tiro o contexto do jogo da análise, os jogadores sentem perfeitamente que esta época foi uma profunda desilusão, que nada temos para alcançar nos jogos que faltam mas, apesar disso, achei que os jogadores tiveram vontade de vencer, lutaram contra as adversidades, procuraram dar a volta ao jogo. Infelizmente não conseguiram mas quando o adversário acerta duas vezes na baliza e com isso faz dois golos é impossível vencer jogos.
Claro que Quique tem culpa. É ele que coloca Quim na baliza. A opção é dele portanto é culpado disso. De resto acho que fez o que tinha a fazer, com as ausências deu a titularidade a Urreta e colocou Di Maria no apoio a Cardozo e Benfica até conseguiu fluidez ofensiva, bons lances, marcou golos e podia ter marcado mais. Com o desenrolar do jogo procurou mexer na equipa e, diga-se, Balboa entrou muito bem no jogo conseguindo fintas e cruzamentos bem interessantes. Mantorras sempre no sitio certo e Yebda para dar frescura ao meio campo na fase do empurrão à equipa da Trofa. Infelizmente não foi suficiente. Marcos foi mais um guarda redes que mostrou como se defende e como se sai a cruzamentos. Mas não há forma de se aprender...
O árbitro esteve razoavelmente bem. O erro do jogo não é da sua autoria, o fora de jogo do jogador do Trofense que faz a assistência para o segundo golo é culpa do auxiliar mas, tal a rapidez do lance, não faço disso um bicho de sete cabeças. É claro que se equipássemos de azul o golo nunca seria validado mas isso é outra história.
Só faltam dois jogos ou ainda faltam dois jogos para tudo isto terminar mas não tenham ilusões caros benfiquistas, ou isto dá uma grande volta ou para o ano será tudo igual. iremos mudar de jogadores, de treinadores, provavelmente de dirigentes e, aposto, que o que realmente interessa não mudará.
Mas quero acabar com algo positivo, e o positivo deste jogo chama-se, mais uma vez, Oscar Cardozo. Que belíssimo jogador é o paraguaio. Aposto que os seus detractores já estavam com ela fisgada para lhe "bater" quando ele falhou aquele golo mas, ao contrário de outros, Tacuara a seguir meteu duas bombocas lá dentro. Em três oportunidades de golo marcou dois golos. É isto que um ponta de lança tem que fazer, e Cardozo faz. Depois do que fez na época passada e o que está a fazer, novemente, esta época, ainda haver benfiquistas que digam mal dele só me apetece dizer: merda para isto tudo.
VITÓRIA À BENFICA
GANHÁMOS. 70-64.
Há coisas que não caem em cesto roto. No primeiro jogo da equipa de basquetebol do FC Porto no novo Dragão Caixa, o Benfica entrou para a história desse clube, vencendo o terceiro jogo do play-off de basquetebol. Entrámos na história, nunca mais nos tiram esta satisfação e mini-campeonato emocional.
É historico e é bem feito.
PS: No futebol, recuamos aos piores registos do mandato de Manuel Damásio. Pouco mais de seis mil espectacodores no estádio da Luz, no jogo com o Trofense. Não havia necessidade.
Há coisas que não caem em cesto roto. No primeiro jogo da equipa de basquetebol do FC Porto no novo Dragão Caixa, o Benfica entrou para a história desse clube, vencendo o terceiro jogo do play-off de basquetebol. Entrámos na história, nunca mais nos tiram esta satisfação e mini-campeonato emocional.
É historico e é bem feito.
PS: No futebol, recuamos aos piores registos do mandato de Manuel Damásio. Pouco mais de seis mil espectacodores no estádio da Luz, no jogo com o Trofense. Não havia necessidade.
sexta-feira, maio 08, 2009
Patric
Ainda não tinha sido comentado aqui no blog mas o Sport Lisboa e Benfica anunciou a primeira contratação para a próxima época, Patric, brasileiro lateral direito.
Bem vindo ao maior clube do mundo caro Patric e o Mágico SLB deseja-te as maiores felicidades pessoais e profissionais nesta nova aventura e que envergues o Manto Sagrado com honra e muito sucesso.
Não conheço nada do jogador. Quem se chega à frente?
quarta-feira, maio 06, 2009
Um Olho à Benfica #6
Viagem de Rui Costa e LF Vieira a Londres
De mansinho, foi inicialmente publicado nos jornais desportivos, depois de uma conveniente informação libertada pelos serviços de comunicação do clube, que ambos teriam ido a Londres para ver, ao vivo, os dois jogos das semi-finais da Liga dos Campeões. Quero começar por felicitar o actual presidente do Benfica, pois está de regresso aos jogos de futebol ao vivo, já que em Portugal, por razões médicas que devemos respeitar, não comparece aos jogos do clube. É certo que a emoção não o impede de assistir aos jogos de certas modalidades, mas o futebol é outra coisa. É uma escolha selectiva do coração, que se deixa abater pelos desgostos do futebol mas torna-se resistente perante a emoção diluída das modalidades. É talvez a demonstração de que o Benfica é mesmo um clube de futebol, pois só esse é capaz de minar a confiança e a saúde de um presidente.
Mesmo assim, a presença de Vieira em Londres tem muito que se lhe diga. Desde logo, porque se foi apenas para ver futebol, está mal. Deixou em Lisboa um clube à deriva, sem liderança, sem exigência, com o treinador de futebol desgastado, com um vice-presidente a atacar em directo na televisão o treinador e com os sócios e adeptos a rebentar de impaciência. O lugar do presidente, numa hora destas, não é em Londres, é em Lisboa, no estádio da Luz. Isto, claro, se forem verdadeiras as informações prestadas por alguns órgãos de comunicação social.
Claro que existe outra possibilidade para o presidente do Benfica ter trocado momentaneamente Lisboa por Londres. É que pode dar-se o caso – velho e restituído todos os anos – de em Lisboa estar o treinador que está a terminar o enésimo ciclo das suas presidências e em Londres estar o novíssimo treinador de mais um palpitante e prometedor ciclo. Quando digo novo, não é no sentido literal, porque sessenta anos não é para todos.
Ora, se é por isto, também está mal. Por duas questões que esclareço já. Por uma questão de decência, não é correcto fazer isso a Quique Flores, ainda treinador do Benfica. E por uma questão de pudor, Vieira devia afastar-se da tentação de aparecer colado à eventual contratação de Scolari. De outro modo como conseguirá o presidente do Benfica que possa prevalecer o seu argumento de que não tem nada a ver com o futebol? Afinal tem ou não tem? Ou também aqui, a sua responsabilidade é selectiva? Quando as coisas correm mal, o futebol é do Rui Costa. Quando é para aparecer por entre os trombones de uma contratação sonante, então o futebol do Benfica já tem duas cabeças.
Claro que existe um ambiente pré-eleitoral que pode ajudar a explicar a rápida estadia de Vieira em Londres e até mesmo a escolha de Scolari como eventual treinador do Benfica, na próxima época. O antigo seleccionador de Portugal tem um perfil que encaixa bem nesse ambiente pré-eleitoral. É uma espécie de “Soares é fixe” do futebol. É bom no marketing pessoal, é excelente comunicador e mobiliza as pessoas. Além do mais, tem uma característica que sempre me agradou. Enfrentou, com sucesso, certos caciques do futebol português e conseguiu, durante o seu mandato de seleccionador, pô-los no sítio certo.
A sua mistura de bonomia e austeridade dá, aos adeptos, como bons portugueses, uma boa sensação de força tranquila – como o antigo presidente francês François Miterrand – que os enfeitiçará até, pelo menos, Outubro, Novembro. O suficiente para ganhar eleições. Perfeito. É o que mais precisa Luís Filipe Vieira nesta altura, um treinador que lhe ganhe eleições, não um treinador que possa ganhar campeonatos.
Não desconheço as qualidades de Scolari. Até as aprecio. Mas também não passo por cima das fragilidades. Insisto, é o treinador certo se o objectivo principal se cumprir em Outubro. Tenho sérias dúvidas que tenha o perfil para treinador do Benfica se o objectivo principal apenas terminar em Maio. Além do mais, a contratação de Scolari, se pode satisfazer a ala mais radical dos adeptos do Benfica, pelo seu histórico de resistência a Pinto da Costa e outros serviçais do presidente do FC Porto, também é seguro que a sua permanência no clube vai espicaçar ainda mais o sistema. E não consigo, de repente, imaginar que outra coisa possa dar maior gozo ao presidente do FC Porto do que derrotar, ao mesmo tempo, Vieira e Scolari.
De mansinho, foi inicialmente publicado nos jornais desportivos, depois de uma conveniente informação libertada pelos serviços de comunicação do clube, que ambos teriam ido a Londres para ver, ao vivo, os dois jogos das semi-finais da Liga dos Campeões. Quero começar por felicitar o actual presidente do Benfica, pois está de regresso aos jogos de futebol ao vivo, já que em Portugal, por razões médicas que devemos respeitar, não comparece aos jogos do clube. É certo que a emoção não o impede de assistir aos jogos de certas modalidades, mas o futebol é outra coisa. É uma escolha selectiva do coração, que se deixa abater pelos desgostos do futebol mas torna-se resistente perante a emoção diluída das modalidades. É talvez a demonstração de que o Benfica é mesmo um clube de futebol, pois só esse é capaz de minar a confiança e a saúde de um presidente.
Mesmo assim, a presença de Vieira em Londres tem muito que se lhe diga. Desde logo, porque se foi apenas para ver futebol, está mal. Deixou em Lisboa um clube à deriva, sem liderança, sem exigência, com o treinador de futebol desgastado, com um vice-presidente a atacar em directo na televisão o treinador e com os sócios e adeptos a rebentar de impaciência. O lugar do presidente, numa hora destas, não é em Londres, é em Lisboa, no estádio da Luz. Isto, claro, se forem verdadeiras as informações prestadas por alguns órgãos de comunicação social.
Claro que existe outra possibilidade para o presidente do Benfica ter trocado momentaneamente Lisboa por Londres. É que pode dar-se o caso – velho e restituído todos os anos – de em Lisboa estar o treinador que está a terminar o enésimo ciclo das suas presidências e em Londres estar o novíssimo treinador de mais um palpitante e prometedor ciclo. Quando digo novo, não é no sentido literal, porque sessenta anos não é para todos.
Ora, se é por isto, também está mal. Por duas questões que esclareço já. Por uma questão de decência, não é correcto fazer isso a Quique Flores, ainda treinador do Benfica. E por uma questão de pudor, Vieira devia afastar-se da tentação de aparecer colado à eventual contratação de Scolari. De outro modo como conseguirá o presidente do Benfica que possa prevalecer o seu argumento de que não tem nada a ver com o futebol? Afinal tem ou não tem? Ou também aqui, a sua responsabilidade é selectiva? Quando as coisas correm mal, o futebol é do Rui Costa. Quando é para aparecer por entre os trombones de uma contratação sonante, então o futebol do Benfica já tem duas cabeças.
Claro que existe um ambiente pré-eleitoral que pode ajudar a explicar a rápida estadia de Vieira em Londres e até mesmo a escolha de Scolari como eventual treinador do Benfica, na próxima época. O antigo seleccionador de Portugal tem um perfil que encaixa bem nesse ambiente pré-eleitoral. É uma espécie de “Soares é fixe” do futebol. É bom no marketing pessoal, é excelente comunicador e mobiliza as pessoas. Além do mais, tem uma característica que sempre me agradou. Enfrentou, com sucesso, certos caciques do futebol português e conseguiu, durante o seu mandato de seleccionador, pô-los no sítio certo.
A sua mistura de bonomia e austeridade dá, aos adeptos, como bons portugueses, uma boa sensação de força tranquila – como o antigo presidente francês François Miterrand – que os enfeitiçará até, pelo menos, Outubro, Novembro. O suficiente para ganhar eleições. Perfeito. É o que mais precisa Luís Filipe Vieira nesta altura, um treinador que lhe ganhe eleições, não um treinador que possa ganhar campeonatos.
Não desconheço as qualidades de Scolari. Até as aprecio. Mas também não passo por cima das fragilidades. Insisto, é o treinador certo se o objectivo principal se cumprir em Outubro. Tenho sérias dúvidas que tenha o perfil para treinador do Benfica se o objectivo principal apenas terminar em Maio. Além do mais, a contratação de Scolari, se pode satisfazer a ala mais radical dos adeptos do Benfica, pelo seu histórico de resistência a Pinto da Costa e outros serviçais do presidente do FC Porto, também é seguro que a sua permanência no clube vai espicaçar ainda mais o sistema. E não consigo, de repente, imaginar que outra coisa possa dar maior gozo ao presidente do FC Porto do que derrotar, ao mesmo tempo, Vieira e Scolari.
segunda-feira, maio 04, 2009
Acabou a paciência
E à 27ª jornada acabou a paciência dos adeptos mais pacientes de todos os tempos do Glorioso Sport Lisboa e Benfica. E naturalmente que os maiores desabafos partem daquelas que mais se sentem atraiçoados, partem daqueles que esta época deram tudo o que tinham, defenderam a equipa contra tudo e todos, daqueles que fizeram um estádio aplaudir de pé uma equipa que acabara de ser derrotada em casa por 0-2 perante uma equa turca. Os mesmos que receberam rasgados elogios de vários jogadores da equipa, que ouviram promessas de entrega e aplicação para retribuir o inexcedível apoio. E, no final, após cumprirem a sua parte não tiveram a devida resposta por parte da equipa.
E acabou a paciência. Não gosto de ver aquelas cenas, mas compreendo-as perfeitamente. Eu sinto exactamente o mesmo que aqueles que foram ao aeroporto refilar sentem. E acho que estes abanões, por vezes, são precisos. Ninguem gosta de ver estas cenas mas acho que muitos concordam que é preciso fazer sentir o descontentamento.
E acabou a paciência. Não gosto de ver aquelas cenas, mas compreendo-as perfeitamente. Eu sinto exactamente o mesmo que aqueles que foram ao aeroporto refilar sentem. E acho que estes abanões, por vezes, são precisos. Ninguem gosta de ver estas cenas mas acho que muitos concordam que é preciso fazer sentir o descontentamento.
domingo, maio 03, 2009
Nacional - SL Benfica : 3-1
Evitei vir para casa logo após o jogo pois, no estado em que estava, este post estaria cheio de palavras menos próprias. Apesar das horas que passaram o sentimento de revolta persiste mas, penso, serei capaz de escrever sem ser demasiado grosseiro.
Mais uma vez o Benfica perde um jogo por questões de pormenores. Infelizmente são pormenores que nos vão custando pontos, vitórias e troféus. São pormenores que assentam, basicamente, em três equívocos que vão durando e durando impedindo o Benfica de chegar mais longe. Dois desses equívocos tínhamos a obrigação de os ter anulado à bastante tempo e de forma bastante fácil. O Benfica nada vencerá enquanto persistir na manutenção no 11 titular de um guarda redes medíocre e de um avançado patético. E esta persistência estúpida tem-nos custado muito. É absolutamente escandaloso a quantidade de oportunidades de golo feito que Nuno Gomes falha. Hoje, tal como em outros jogos, Nuno Gomes falha um golo feito que seria um daqueles golos que puxaria o Benfica para cima e arrasava a moral do adversário. Bola no pé controlada, apenas o guarda redes pela frente e, como costume, um falhanço incrível. Foi assim hoje, foi assim contra o Guimarães, tem sido assim ao longo da carreira de Nuno Gomes no Benfica. Dizem os seus defensores que ele marcou mais de 100 golos pelo Benfica, eu digo que com as oportunidades flagrantes que teve devia era ter marcado uns 500 e mesmo assim ficava a dever ainda muitos outros golos. E se Nuno Gomes não marca, Quim, pelo seu lado, não safa nada. Não sei se Quim tem culpa nos golos, o que eu sei é que qualquer equipazita contra nós faz um remate e marca golo. Sei que um Peskovic ou um Bracali fazem defesas do outro mundo enquanto que Quim não safa uma. São dois equívocos na equipa do Benfica que nos têm custado imensos pontos. E o que mais me custa é saber que são equívocos óbvios e que facilmente seriam sanados, com este plantel à mesma. Não é preciso inventar, basta olhar para dentro e temos lá muito melhor.
Mas se quem decide opta por manter equívocos destes então tem que arcar com as consequências e assumir as culpas. Um treinador tem a obrigação de perceber o que valem os seus jogadores, se ao fim de quase uma época não percebe que Quim é fraquíssimo e Nuno Gomes uma nulidade à frente da baliza então é hora de fechar o ciclo e começar de novo. Assim, definitivamente, não vamos lá.
É cruel constatar que perdemos um jogo apesar de termos feito uma primeira parte muito interessante ao nível da pressão e construção de jogo ofensivo. Caíamos rápido sobre o adversário o que nos permitiu ganhar imensas bolas e sair, com cabeça, para o ataque. Infelizmente falhou o último passe onde Carlos Martins esteve péssimo nesse aspecto. Muita raça, muito crer, boa entrega mas péssimo no passe. E foi num passe espatafurdio de Martins que o Nacional recuperou a bola e Nené abriu o marcador. Não deixa de ser curioso que os jogadores falados como possíveis aquisições do Benfica, facto esse que alguns atrasados mentais pegaram logo para fazer mil e uma novelas, foram aqueles que marcaram os dois primeiros golos do encontro. Quero ver agora o que vão dizer...até nisto somos anjinhos. Não me lembro de ver uma época como esta, basta o adversário chegar perto da nossa área uma vez para marcar golo, é impressionante. Sidnei a fazer uma excelente exibição, Maxi seguro nas dobras, Vítor e David Luiz atentos, basta uma falha e é logo golo. Não há hipóteses. E assim é impossível. Eles marcam e nós falhamos. São demasiados equívocos.
O terceiro equívoco também é já habitual, é o equívoco da arbitragem. Jorge Sousa é dos árbitros mais matreiros que há por cá. Dois lances que mostram como é uma arbitragem à Jorge Sousa: Mígue Vítor é "ensanduichado" por dois nacionalista em pleno ar e ele assinala falta contra o Benfica; Maxi Pereira é ceifado perto da área do Nacional e nada é assinalado permitindo asism um rápido e perigoso ataque do clube madeirense. São pormenores destes que ajudam uma equipa cheia de equívocos a afundar-se ainda mais. E este é um equívoco cada vez mais impossível de vencer.
Não sei o que será o futuro do Benfica, temo que não seja nada risonho. As épocas vão passando e vejo que estamos a afundar-nos cada vez mais, comentendo os mesmos erros uma e outra vez. Não se aprende apesar dos continuados avisos. Há que defender a estabilidade mas não contem comigo para defender esta estabilidade. Não consigo. São demasiados erros, demasiados equívocos. Espero que Rui Costa tenha a capacidade de aprender com todos estes erros, espero que Rui Costa tenha a capacidade de perceber o contexto particular do futebol português. Terá mais um ano para mostrar que foi capaz de aprender. A Rui Costa dou um voto de estabilidade, aos outros não.
Mais uma vez o Benfica perde um jogo por questões de pormenores. Infelizmente são pormenores que nos vão custando pontos, vitórias e troféus. São pormenores que assentam, basicamente, em três equívocos que vão durando e durando impedindo o Benfica de chegar mais longe. Dois desses equívocos tínhamos a obrigação de os ter anulado à bastante tempo e de forma bastante fácil. O Benfica nada vencerá enquanto persistir na manutenção no 11 titular de um guarda redes medíocre e de um avançado patético. E esta persistência estúpida tem-nos custado muito. É absolutamente escandaloso a quantidade de oportunidades de golo feito que Nuno Gomes falha. Hoje, tal como em outros jogos, Nuno Gomes falha um golo feito que seria um daqueles golos que puxaria o Benfica para cima e arrasava a moral do adversário. Bola no pé controlada, apenas o guarda redes pela frente e, como costume, um falhanço incrível. Foi assim hoje, foi assim contra o Guimarães, tem sido assim ao longo da carreira de Nuno Gomes no Benfica. Dizem os seus defensores que ele marcou mais de 100 golos pelo Benfica, eu digo que com as oportunidades flagrantes que teve devia era ter marcado uns 500 e mesmo assim ficava a dever ainda muitos outros golos. E se Nuno Gomes não marca, Quim, pelo seu lado, não safa nada. Não sei se Quim tem culpa nos golos, o que eu sei é que qualquer equipazita contra nós faz um remate e marca golo. Sei que um Peskovic ou um Bracali fazem defesas do outro mundo enquanto que Quim não safa uma. São dois equívocos na equipa do Benfica que nos têm custado imensos pontos. E o que mais me custa é saber que são equívocos óbvios e que facilmente seriam sanados, com este plantel à mesma. Não é preciso inventar, basta olhar para dentro e temos lá muito melhor.
Mas se quem decide opta por manter equívocos destes então tem que arcar com as consequências e assumir as culpas. Um treinador tem a obrigação de perceber o que valem os seus jogadores, se ao fim de quase uma época não percebe que Quim é fraquíssimo e Nuno Gomes uma nulidade à frente da baliza então é hora de fechar o ciclo e começar de novo. Assim, definitivamente, não vamos lá.
É cruel constatar que perdemos um jogo apesar de termos feito uma primeira parte muito interessante ao nível da pressão e construção de jogo ofensivo. Caíamos rápido sobre o adversário o que nos permitiu ganhar imensas bolas e sair, com cabeça, para o ataque. Infelizmente falhou o último passe onde Carlos Martins esteve péssimo nesse aspecto. Muita raça, muito crer, boa entrega mas péssimo no passe. E foi num passe espatafurdio de Martins que o Nacional recuperou a bola e Nené abriu o marcador. Não deixa de ser curioso que os jogadores falados como possíveis aquisições do Benfica, facto esse que alguns atrasados mentais pegaram logo para fazer mil e uma novelas, foram aqueles que marcaram os dois primeiros golos do encontro. Quero ver agora o que vão dizer...até nisto somos anjinhos. Não me lembro de ver uma época como esta, basta o adversário chegar perto da nossa área uma vez para marcar golo, é impressionante. Sidnei a fazer uma excelente exibição, Maxi seguro nas dobras, Vítor e David Luiz atentos, basta uma falha e é logo golo. Não há hipóteses. E assim é impossível. Eles marcam e nós falhamos. São demasiados equívocos.
O terceiro equívoco também é já habitual, é o equívoco da arbitragem. Jorge Sousa é dos árbitros mais matreiros que há por cá. Dois lances que mostram como é uma arbitragem à Jorge Sousa: Mígue Vítor é "ensanduichado" por dois nacionalista em pleno ar e ele assinala falta contra o Benfica; Maxi Pereira é ceifado perto da área do Nacional e nada é assinalado permitindo asism um rápido e perigoso ataque do clube madeirense. São pormenores destes que ajudam uma equipa cheia de equívocos a afundar-se ainda mais. E este é um equívoco cada vez mais impossível de vencer.
Não sei o que será o futuro do Benfica, temo que não seja nada risonho. As épocas vão passando e vejo que estamos a afundar-nos cada vez mais, comentendo os mesmos erros uma e outra vez. Não se aprende apesar dos continuados avisos. Há que defender a estabilidade mas não contem comigo para defender esta estabilidade. Não consigo. São demasiados erros, demasiados equívocos. Espero que Rui Costa tenha a capacidade de aprender com todos estes erros, espero que Rui Costa tenha a capacidade de perceber o contexto particular do futebol português. Terá mais um ano para mostrar que foi capaz de aprender. A Rui Costa dou um voto de estabilidade, aos outros não.
Subscrever:
Mensagens (Atom)