Sobre o Pepe e os 30 milhões

Apesar deste ser um blog dedicado ao único clube a que vale a pena dedicar um blog, a verdade é que, de vez em quando, aparecem notícias tão improváveis e estapafúrdias, que semeiam a agitação entre as hostes... e que valem a pena comentar aqui!

Isto a propósito, claro, da venda do Pepe ao Real Madrid.

Ehehehehehehe.

Perdão. Não consigo escrever "venda do Pepe ao Real Madrid", sem sentir uma vontade incontrolável de gargalhar.

Ahahahhahahah.

Outra vez, pá! Desculpem-me. Adiante!

Falava eu da venda do Pepe a esse clube espanhol, cujo nome não vou referir para evitar gargalhar... bom, e se já é dificil de conceber a venda do Pepe a qualquer clube de topo europeu, é completamente inconcebível papar a tanga dos 30 milhões, sem enfiar 3 valiums, empurrados por 2 litradas de bom vodka soviético, daquele que é feito como ácido das baterias dos tanques T-34!

E porquê, perguntam vocês? Porque os T-34 já estão obsoletos e não há outra utilidade para aquilo... o quê? Estavam a falar da venda do toureiro e do ser inconcebível?

Pelo desculpa, percebi mal. Pensava que...Ok, não interessa! Siga! É inconcebível porque - e eu acredito que muita gente não saiba isto - os preços dos jogadores não são estabelecidos entre o clube comprador e o clube vendedor, mais ou menos ao calhas, como se estivéssemos na feira a negociar o preço de umas Levis contrafeitas com um familiar do Quaresma. Não. Eu sei que isto pode ser dificil de acreditar, mas em transacções que muitas vezes atingem as dezenas de milhões de euros, há a mania parva de estabelecer alguns critérios mais ou menos objectivos que ditam o preço base dos jogadores, sendo que as negociações normalmente incidem mais sobre formas e prazos de pagamento, do que propriamente sobre o preço em si. Pormenores como a idade, o número de internacionalizações e porque país, o percurso nas selecções jovens, o salário, os títulos conquistados, o grau de ridículo que o nome pelo qual o jogador é conhecido acarreta, entre outros, são o que, normalmente, dita o preço base.

E, no caso do Pepe, praticamente todos estes factores tornam completamente impossível que algum clube, pelo menos se estivemos a falar de clubes de futebol, pague 30 milhões por ele! E isto porque ele não é internacional por país nenhum, em nenhum escalão (e já tem 22 anos), porque o apogeu da sua carreira são precisamente estes 2 últimos anos no porto, em que só conseguiu assegurar a titularidade a meio de um e contra concorrência do calibre de Bruno Alves e Ricardo Costa, e o período que passou à experiência no sporting, antes de ser dispensado, e porque - e este é provavelmente o factor mais importante - "Pepe" é nome de toureiro espanhol ou de desenho animado mexicano!

Posto de outra forma, é completamente impossível que o Real Madrid, que não quis dar 15 milhões de euros pelo Chivu (que para além de ser muito melhor que o Pepe e ter um nome muito mais aceitável, ainda é capitão da selecção romena, pela qual já foi internacional 2500 vezes, pelo menos), ou pelo Jorge Andrade (idem ibidem o que disse para o Chivu, subsituindo apenas o "romena" por "portuguesa"), se ia dispôr a pagar o dobro por um gajo, cujo ponto alto da carreira foram 2 épocas no porto e meia dúzia de treinos em alvalade... e que ainda por cima tem um nome ridículo? Nem pensar! Se isto fosse verdade, era como eu chegar ao stand, a esguichar dinheiro pelo rabo, para comprar um super desportivo e depois de recusar o Lamborghini e o Ferrari, por serem demasiado caros, comprar o Punto turbodiesel, dos novos, pelo preço dos outros dois somados! Nem pensar nisso, impossível, fora de questão, nunca na vida... e por mais que os adeptos do stand desejem o contrário! E, atenção, que em clubes como o Real Madrid, muito mais importante do que o consumo, ou o preço das revisões, é o desempenho em estrada! E o Pepe não tem aceleração nem velocidade de ponta para o Real Madrid! Como já escrevi uma vez num blog de inspiração cristã, o Real não pagaria 3o milhões pelo Pepe, nem que o Pinto da Costa pegasse numa lata de Pringles, a enchesse de pedras preciosas contrabandeadas dos PALOPs pela sua quadrilha de bandidos e a espetasse no rabo do gajo, antes de o enfiar no avião para Madrid!

Aliás, qualquer pessoa racional (leia-se, que não seja adepta do porto) percebe isto, sem ter de se esforçar! E, com esforço, até um adepto do porto consegue perceber. E com esforço, um ferro em brasa e uma lobotomia, até o MST percebe!

É por isso que na imprensa espanhola, depois da surpresa que depois deu lugar às gargalhadas generalizadas, agora se começa a questionar seriamente este número dos 30 milhões (que, curiosamente, o Real Madrid nunca confirmou). Eu diria mais: se a imprensa portuguesa tivesse um mínimo de... qual é a palavra? "Qualidade", é isso! Se a imprensa portuguesa tivesse um mínimo de qualidade, dizia eu, também teria recebido esta tanga dos 30 milhões com o cepticismo que ela merece e não com os lançamentos de foguetes e as sessões de lambidela de cu à equipa de gestão do porto que, recorde-se, é a SAD em pior situação financeira em Portugal e a única cujos dirigentes máximos são arguidos em processos de corrupção desportiva, como aconteceu. Mas pronto, em Portugal temos o azar de ter lacaios do Quim Oliveira que, por acaso, trabalham em orgãos de comunicação social, em vez de jornalistas e, por isso, é que a gargalhada geral que esta tanga dos 30 milhões merecia, foi substituída pelo repugnante ruído de línguas a roçar nos glúteos flácidos do Pinto da Costa, em parte abafado, felizmente, pelo barulho foguetes a rebentar.

E é uma pena, porque uma imprensa séria é um dos componentes fundamentais de uma democracia funcional, mas é este o país que temos...