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quinta-feira, maio 22, 2014

Do Inferno ao Céu


Há um ano atrás os benfiquistas terão tido o pior mês desportivo das suas vidas. Maio de 2013 será, pelas piores razões, eternamente lembrado. Nunca nenhum benfiquista esquecerá a catástrofe ocorrida e dificilmente deixará de ter arrepios sempre que ouvir falar em 92. Foi tão mau, tão doloroso que, poucos, honestamente, conseguiam acreditar que no ano seguinte, o mês de Maio seria um dos mais gloriosos da história do Sport Lisboa e Benfica. Eu fui um desses descrentes.

Facilmente se percebe porquê: um grupo destruído, moralmente derrotado, tensões internas e falta de liderança. Todos estes factores estavam presentes no arranque de uma temporada ainda ferida do desastre de poucos meses antes. O início da época foi como esperado com maus resultados na pré época, mau futebol practicado culminado na habitual perda de pontos na jogada inaugural. Estava tudo encaminhado para mais um ano de caos desportivo. A descrença era total nas bancadas da Luz e nem mesmo os indefectíveis conseguiam esconder a apreensão que sentiam perante o que viam no relvado. Uma derrota e dois empates nas primeiras seis jornadas cavavam já um grande fosso para a liderança. Os piores prognósticos estavam a tornar-se realidade.

Mas eis que, de repente, algo muda. Cardozo regressa à equipa após cumprir castigo pelo episódio Jamor e, com os seus golos, consegue manter a equipa à tona de água. Num momento de euforia do rival, Cardozo com um precioso hattrick acalma as hostes sportinguistas e permite ao Benfica respirar e acreditar. A eliminatória com o Sporting foi um momento de definição, onde a equipa da Luz sentiu que era possível dar a volta à fase negativa em que se encontrava. No campeonato a nota artística deu lugar ao pragmatismo e sem deslumbrar a equipa ía vencendo. Com vitórias tudo melhora.

A determinada altura sente-se que o principal rival está longe do que demonstrou no passado e que irá perder pontos e mostrar fragilidades que podemos aproveitar. Entra o mercado de Inverno e o inesperado acontece: Vendemos, quiçá, o nosso melhor jogador mas a equipa, com a entrada do seu substituto, ganha uma maior coesão defensiva. Fejsa, com uma muito menor propensão ofensiva e uma disponibilidade física de pressão muito interessante funciona como primeiro grande tampão às investidas do adversário. E depois, o acaso de uma lesão de Artur permitir a chamada de Oblak à baliza do Benfica. Dois pormenores que em conjunto transformaram por completo a coesão defensiva e confiança dos jogadores. Nunca concordei com a ideia que a dupla Lima e Rodrigo defende mais ou que Jesus tenha mudado o esquema táctico. Aceito que Gaitan e Markovic possam fechar um pouco mais do que faziam no passado mas nem isso acho muito relevante uma vez que o adversário continuava a chegar à nossa área. Foi mesmo o incremento de qualidade que Oblak proporcionou e a confiança que isso deu aos jogadores, principalmente a Luisão e Garay que seguiram para uma segunda metade de época absolutamente brilhante. 

Tudo isto gerou um espírito de grupo em crescendo que viu na despedida de Eusébio o ponto final para a união inequívoca em tornos dos objectivos do clube onde nenhum jogador virou a cara à luta por muito difícil que fosse a batalha a ser travada. Tornámo-nos imparáveis e com uma humildade de elogiar que permitiu chegar ao fim da época com um inédito triplete e onde apenas um árbitro incompetente impediu o desejo maior de trazer uma taça europeia para o Museu da Luz.

Num espaço de um ano, de Maio a Maio, os benfiquistas foram do inferno ao céu. As festas que inundaram a capital, o país e o Mundo foram assombrosas. Os elogios vieram de todo o lado e as imagens ainda hoje nos fazem arrepiar. Tudo isto é fabuloso mas não pode parar, não podemos ficar novamente em jejum. Tudo isto tem que ter continuidade. O que se atingiu este ano é raro, não só os títulos mas o espírito de grupo, a vontade de vencer, a união. Tudo devemos fazer para que não se perca, para que continue. Para que o Céu dure muito tempo.

Obrigado Benfica.

5 comentários:

Anónimo disse...

Pedro
Houve tempos piores do que 2013.
Houve alturas, não mt distantes, em que em Dezembro já não havia nada para vencer.
Maio de 2013, foi, ainda assim, mt mau.
Vamos ver se, em 2015, não se começa a inventar, a principiar a época em modo festivo, a desrespeitar os adversários e a viver à conta de conquistas anteriores, como sucedeu em 2011.
Quanto à Europa, é preciso pensar, olhar para dentro, para os erros cometidos, porque "8 finais perdidas não é maldição. é o método experimental", Pedro Mexia dixit

http://omalparado.blogspot.pt/2014/05/que-las-hay.html

a.p.

Antonio Vieira disse...

Concordo plenamente com este ultimo comentário! eu acho que JJ devia sair, e ao menos sai-a em grande.. Se a coisa corre mal para o ano, lá vem tudo de novo. Mas isto sou eu que já sou pessimista por natureza. Mas a ver vamos! O importante é ganhar a supertaça em agosto para juntar a estas. FORÇA BENFICA!

João Carvalho disse...

O mais importante é que os benfiquistas que tentaram mandar o Benfica abaixo o ano passado tenham aprendido a lição. E este blogue é um dos exemplos paradigmáticos dessa pouca vergonha.
Os benfiquistas têm de se convencer de uma vez por todas que só ganham com união, apoiando o clube e deixando as críticas para onde elas mais fazem falta e deixando de colocar os seus interesses pessoais à frente dos interesses do Benfica.

Pedro disse...

O que este blog fez e fará sempre é defender intransigentemente os superiores interesses do Sport Lisboa e Benfica. Doa a quem doer.

Anónimo disse...

Já começaram os disparates

"Ninguém sabe mais de futebol do que eu", JJesus, no Sol.

http://www.sol.pt/noticia/106242

a.p.