É uma discussão recorrente: qual o modelo de gestão desportivo mais eficaz? Aquele em que existe um director desportivo, cujo cargo está menos dependente dos resultados imediatos, que define o plantel e contrata o treinador, ou é melhor o treinador assumir as funções de manager, com responsabilidades tanto na definição e construcção do plantel, como na orientação dos treinos e a gestão da equipa em campo?
Os defensores de ambos os modelos podem invocar casos de sucesso por esse mundo fora. Ao Bayern de Munique de Uli Hoeness, ou do Real Madrid de Valdano, podem-se contrapôr os clubes ingleses de topo, com os seus managers carismáticos.
E ambos os modelos têm as suas vantagens e desvantagens.
Se por um lado a existência de uma liderança estável e indiferente às pressões dos resultados imediatos, permite a definição e planificação de um modelo de longo prazo com todas as contratações e dispensas enquadradas nesse modelo, também não é menos verdade que o acumular das funções de treino e construcção do plantel numa só pessoa, permitem uma maior eficácia e evitam os problemas causados por eventuais divergências entre director desportivo e treinador.
No caso português, podemos dizer que o Benfica fez agora a opção definitiva pelo modelo do director desportivo - no caso concreto, José Veiga - enquanto o sporting parece apostar no modelo do manager, na pessoa de José Peseiro.
Será interessante observar o desempenho de ambos os clubes na próxima época e tentar perceber até que ponto é que os modelos diferentes estarão ligados os resultados respectivos.
2 comentários:
Excelente tema.
Eu tenho dificuldade em optar por um ou por outro, mas atendendo aos interesses do clube acho q o modelo de director desportivo é o mais adequado. Quer se queria quer não um treinador está sempre dependente dos resultados e a sua função está sempre em risco. Se um treinador assume o papel de manager tb é responsável pelas contratações, e se o seu cargo de treinador está em perigo o clube arrisca-se a ter vários managers num curto espaço de tempo impedido a criação de uma estrutura tipo. Num clube com uma estabilidade como o ManUnited onde o treinador fica anos e anos faz todo o sentido o papel de manager. Mas são poucos os clubes com essa estabilidade.
Por isso faz mais sentido ter um director desportivo q recebe as pretensões do treinador em termos de carência do plantel e procura no mercado soluções ao alcance do clube e coloca-as à escolha do treinador.
Penso ser esta a melhor solução para um clube como o SLB.
Um exemplo de má aplicação do modelo manager, foi o Benfica de Damásio, onde tinhamos 3 ou 4 treinadores por ano e, cada um que chegava, dizia que o plantel não estava ao seu gosto e era preciso reestruturar...
Enviar um comentário