Arranque rumo ao 34º

Domingo, o Sport Lisboa e Benfica inicia a defesa do título de campeão nacional no Estádio da Luz defrontando o Paços de Ferreira novamente treinado por Paulo Fonseca.

Toda a família benfiquista deseja que seja nova época de sucesso e que o tão desejado bi campeonato seja uma realidade em Maio de 2015 mas, todas as convulsões de pré época, provocaram uma quebra da confiança nos benfiquistas. Nem mesmo os mais convictos defensores desta gestão e equipa técnica deixam de estar de pé atrás perante tão fraca pré época e dúvidas sobre os jogadores adquiridos.

No Benfica sairam jogadores importantes. Muito importantes mesmo: Garay era importantíssimo na defesa, a dupla que fez com Luisão foi das melhores que tivemos na nossa história; Markovic era uma estrela que encantava e resolvia jogos, daqueles jogadores que quando pegava na bola era capaz de tudo; Rodrigo, uma alternativa de ataque que foi fundamental para o sucesso da equipa; Cardozo, a grande perda do clube, o homem golo desde 2007, o jogador que levava a equipa às costas nos momentos maus com os seus mais de 170 golos ao serviço do Glorioso. A estas saídas junta-se ainda a venda de Oblak, um jovem guarda redes que, apesar de poucos jogos com o Manto Sagrado, mostrou uma qualidade tal que o Benfica tinha o problema da baliza resolvido durante a próxima década. Foram saídas de elementos importantes mas a história do Benfica tem sido assim, os bons jogadores são desejados pelos grandes clubes europeus que facilmente oferecem o dobro do tecto salarial do Benfica. Custa sempre vê-los sair mas é uma realidade que temos que aceitar e, principalmente, saber gerir. Quando se tem tão bons jogadores temos que ter consciência que serão aliciados por melhores contratos e, naturalmente, os teremos que deixar sair por isso temos que nos precaver e fazer o trabalho de casa. Quando se faz uma ou dias boas vendas deve-se procurar falar com uma ou outra peça fundamental do plantel, reforçando o ordenado se for necessário, para que a razia não seja demasiado grande. E, acima de tudo, deve-se ter já preparado uma lista de possíveis substitutos. E é aqui que acho que um clube com o contexto do Benfica deve procurar actuar cada vez com mais perfeição: sai X, temos 4 ou 5 alternativas já analisadas e avança-se, de imediato, para a sua contratação.

O Benfica contratou bastante nesta pré época mas, infelizmente, foram poucos os jogadores que mostraram qualidade para sequer ser opção no plantel. É isso que é grave. Para ajudar foram dispensados jogadores que sentia-se ser possível trazerem qualidade ao plantel, nomeadamente Fariñas e Bernardo Silva ou ainda Djuricic. Foram opções do treinador e terá que aceitar as consequências das mesmas, para o bem e para o mal. Neste momento ainda circulam rumores sobre possíveis saídas (Luisão seria catastrófico) e entradas (guarda redes? avançado? médio defensivo?) que podem alterar significativamente a qualidade do plantel do campeão nacional pelo que é cedo para análises definitivas.

O Benfica apresentou um 11 forte contra o Rio Ave. Um 11 que permite à equipa manter-se na luta pelo título e, concerteza, que o irá fazer nesta época de 2014/15. As minhas principais dúvidas são nas alternativas quando forem chamadas a jogar numa época que se prevê (e deseja) longa e dura. Sulejmani e Fejsa quando recuperarem das lesões serão dois bons reforços, Pizzi tem muita expectativa à sua volta e muitos depositam esperança em Derley. Espero, sinceramente, que as surpresas sejam positivas, que os jogadores consigam mostrar todas as suas qualidades porque, sem dúvida, esta época precisamos disso.

No ano passado o onze era fortíssimo e as opções no banco mantinham a qualidade. Uma lesão era colmatada pela entrada de um outro grande jogador. Quando era necessário mexer não havia dúvidas da capacidade do jogador que entrava. Este ano não existe, para já esse sentimento. Como sou daqueles que não acha Jorge Jesus assim tão bom treinador a gerir estas situações tenho receio que esteja aqui um problema grave. Não duvido que iremos ver um Benfica forte com um colectivo que sabe o que fazer em campo, onde cada jogador sabe qual a sua missão e o seu posicionamento em prol do colectivo. Isso é e será o Benfica de Jorge Jesus, o problema é o resto. Tenho alguma esperança que desta vez Jorge Jesus opte mesmo por uma táctica mais conservadora como utilizou na supertaça colocando mais um médio em detrimento do segundo avançado mantendo a equipa mais coesa e compacta no meio campo. 

As dúvidas são muitas, a confiança não está muito alta mas somos o SL Benfica e, jogo a jogo, a vontade terá sempre de ser ganhar e só ganhar. Domingo começa a luta. Vamos a eles.